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Intolerância religiosa

Resultado de um processo histórico, a intolerância religiosa se reflete em perseguição aos cristãos em todo o mundo
Portas Abertas • 29 ago 2020
Pichação do Estado Islâmico no interior de uma igreja no Iraque - mostra da intolerância em grau extremo

A intolerância religiosaé resultado de um longo processo histórico, em que uma pessoa enfrenta perseguição, ofensa e agressão por expor a fé em qualquer região do mundo. A intolerância contra cristãos perseguidos costuma partir de grupos extremistas, como por exemplo: Estado Islâmico, Boko Haram,Al-Shabaab, Al-Qaeda, pastores de cabra fulanise Talibã. Atualmente, estima-se que mais de 360 milhões de cristãos perseguidos enfrentam algum tipo de intolerância por expressar seu amor a Jesus Cristo.

Existem algumas datas que abordam o tema. Uma delas é dia 21 de janeiro, em que é celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Além dessa, recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o dia 22 de agosto como o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença. O texto foi aprovado por representantes do Brasil, Canadá, Egito, Jordânia, Nigéria, Paquistão, Polônia e Estados Unidos, com o objetivo de lembrar das vítimas e expressar preocupação com os contínuos atos de intolerância religiosa no mundo.


Igreja em Pakka, uma cidade no Nordeste da Nigéria, foi bombardeada e incendiada em um ataque do Boko Haram

O que leva à intolerância religiosa?

A intolerância religiosa geralmente é resultado de uma “dinâmica de poder” social. Isso está relacionado a uma visão de mundo que reivindica superioridade sobre outras visões de mundo. O resultado desse tipo de visão é a hostilidade contra a minoria religiosa que vive naquele local.

Quando falamos da perseguição enfrentada pelos cristãos, podemos fazer uma divisão em oito tipos: opressão islâmica, nacionalismo religioso relacionado ao hinduísmo, budismo e judaísmo, protecionismo denominacional, antagonismo étnico, opressão comunista e pós-comunista, intolerância secular, paranoia ditatorial, corrupção e crime organizado.

A perseguição costuma ter três tipos de impulso: exclusivista, secularista e exploratório. O exclusivista é sempre relacionado à forte convicção religiosa, onde a pessoa que não pertence ao mesmo grupo é vista como inferior ou infiel. O secularista exerce uma pressão severa sobre indivíduos ou grupos que não aderem à ideologia dominante que é sempre antirreligiosa ou cética em relação à religião organizada em algum grau.

O exploratório refere-se à ganância simples: obter o máximo de recursos possíveis para si mesmo e para o ambiente social, legal ou ilegalmente. Tudo é permitido. Enquanto no contexto dos impulsos exclusivista e secularista o poder é ativamente procurado para significar a supremacia da religião ou ideologia, o exploratório precisa de poder para proteger seus interesses.

Qual a pena para o crime de intolerância religiosano Brasil?

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 assegura a igualdade religiosa no país. O artigo 5º estabelece que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Apesar disso, a intolerância religiosa tem ganhado espaço no país por meio de ataques físicos, verbais e das redes sociais.

Além disso, a Lei nº 9.459, de 1997, prevê a punição de até três anos de reclusão para quem praticar ou induzir crimes de intolerância no país.Isso quer dizer que serão punidas as pessoas que utilizarem elementos religiosos para ofender a honra da vítima. O Código Penal, no artigo 208, também determina como crime o desrespeito não só à prática de culto, mas à própria pessoa, por motivo religioso. A pena estabelecida é detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Esdras, de 16 anos, foi obrigado a viver e estudar em um projeto da Portas Abertas na Colômbia porque sua família
enfrentava perseguição da comunidade

Intolerância religiosa no mundo

A intolerância religiosa no mundo cresce dia após dia, principalmente pela atuação de grupos extremistas que perseguem aqueles que escolhem seguir outros ensinamentos. A Portas Abertaspossui um trabalho mundial para acolher e ajudar cristãos e igrejas vítimas da intolerância e perseguição.Para isso, todos os anos, realiza uma pesquisa para monitorar a perseguição, que resulta naLista Mundial da Perseguição, com os 50 países mais perigosos para ser cristão.

As privações enfrentadas pelos cristãos variam de acordo com o nível de perseguição do país. As restrições podem ir desde proibição ao acesso a itens básicos, como água, prisão ou até a morte. Por isso, primeiramente, o trabalho da Portas Abertas é chegar ao país e entender o contexto da perseguição e privações enfrentadas pelos cristãos, para, então, decidir a melhor forma de ajudá-los. Esse apoio é planejado com base em quatro frentes: distribuição de Bíblias e literatura, treinamento, ajuda socioeconômica e ações institucionais (consultoria jurídica, pesquisa e presença).

Exemplos intolerância religiosa

Os exemplos de intolerância religiosa ocorrem de acordo com os tipos de perseguição existentes no país. Na Colômbia, o Conselho de Estado Colombiano, a mais alta corte administrativa do país, suspendeu temporariamente a celebração de uma igreja, que era comemorada anualmente pelos fiéis. A decisão foi tomada após a ação judicial feita por um advogado que considerou a celebração contrária às garantias constitucionais para o pluralismo e a liberdade de religião.

Sabe-se que o Estado não deve patrocinar celebrações religiosas particulares, mas nesse caso ficou claro que o advogado estava “rejeitando a liberdade de expressão religiosa no país”, de acordo com um colaborador da Portas Abertas.

Em países do mundo muçulmano, como os Emirados Árabes Unidos, o crescimento do extremismo levanta enormes desafios. Isso acontece principalmente em países de maioria sunita, onde o Estado Islâmico é autodeclarado. A fim de combater o problema, os países têm introduzido novos regimes jurídicos e políticos, não por uma questão de proteger as minorias, mas sim para defender o poder e interesse do governo.

Beena e o marido foram amarrados e agredidos na Índia por pessoas da comunidade porque se recusaram a abrir mão da fé cristã

A Índia também é um lugar perigoso para quem segue a Cristo e o nível de perseguição aumentou muito por causa da violência dos grupos extremistas hindus. Os fundamentalistas agem de várias formas e seus ataques organizados normalmente são governados por um partido nacionalista hindu. Porém, representantes do governo afirmam que não há incidentes no país nesse sentido. Segundo eles, o que tem acontecido são declarações irresponsáveis de pessoas que querem atingir políticos e que a intolerância é algo raro em um país como a Índia.

Porém, extremistas hindus se utilizam de diversos pretextos para perseguir os cristãos. Além disso, diversos cristãos são denunciados para a polícia e presos sob a acusação de induzir a conversão de moradores locais. A perseguição aos cristãos na Índiatambém pode ser vista por meio de vilas destruídas, casas incendiadas, pessoas desalojadas, mulheres estupradas, igrejas destruídas e contínuos ataques.

Pedidos de oração

  • Interceda para que os governos das grandes nações influentes se conscientizem sobre a realidade da perseguição aos cristãos e ajam efetivamente no combate à intolerância religiosa.
  • Ore para que o trabalho da Portas Abertas tenha cada vez mais alcance e que muitas pessoas se comprometam a fazer algo em prol dos cristãos perseguidos.
  • Clame pelas vítimas de intolerância religiosa, para que tenham os direitos preservados e recebam ajuda jurídica, assistência emergencial, cuidado médico e apoio pós-trauma de acordo com suas necessidades.