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População cristã

Como é a perseguição aos cristãos na Colômbia?
A frágil paz entre o governo e os grupos guerrilheiros na Colômbia tem tido impacto limitado. Embora a violência tenha diminuído, os grupos guerrilheiros, frequentemente ligados a cartéis de drogas, se tornaram mais poderosos e controlam mais territórios. Esses grupos frequentemente atacam cristãos, especialmente quando percebem que se opõem aos seus interesses. Os líderes de igrejas correm mais risco, pois são vistos como competidores pela influência sobre os jovens, que compõem grande parte dos grupos guerrilheiros.
Em algumas comunidades, pregadores e cristãos de origem indígena podem enfrentar hostilidade, uma vez que são vistos como traidores de suas tribos ou comunidades. Esses cristãos vivem sob o risco de expulsão da comunidade, prisão, isolamento social e outras punições.
Há sinais de que o setor público na Colômbia é menos comprometido com o verdadeiro pluralismo. Cristãos que falam publicamente sobre sua fé podem ser alvo de acusações por supostamente serem discriminatórios ou promotores de discursos de ódio. Por essa razão, alguns optam por se autocensurar.
“Porque você prega o evangelho, você deixa de ser considerado parte da família. E por pregar, você também perde o direito de trabalhar na comunidade. Eu não tenho mais o direito de trabalhar porque, como cristão, perdi a confiança deles.”
David (pseudônimo), cristão indígena na Colômbia
Como as mulheres são perseguidas na Colômbia?
As mulheres cristãs de algumas comunidades indígenas podem ser prometidas em casamento a homens não cristãos, como tentativa de minar sua fé cristã. Elas também podem ser abandonadas pelo marido, separadas dos filhos, ameaçadas, ridicularizadas e excluídas pela comunidade. Isso pode levá-las ao deslocamento forçado, tornando-as vulneráveis às milícias, ao tráfico humano e à exploração sexual
Nas áreas sob controle das milícias, o processo de doutrinação guerrilheira de crianças também afeta as meninas cristãs. Além de serem forçadas a aceitar as ideologias violentas que lhes são impostas, sua vulnerabilidade as expõe ao risco de sequestro, violência e assédio sexual e tráfico humano.
Ainda nas áreas sob controle das milícias, as jovens cristãs podem ser alvos de sedução ou casamento por líderes de cartéis devido à pureza e obediência. Os líderes das milícias as atraem com presentes, como motocicletas ou celulares caros. Esse fenômeno afeta principalmente as famílias cristãs que estão sob extrema pressão para entregar suas jovens.
Como os homens são perseguidos na Colômbia?
Os homens cristãos enfrentam um nível mais elevado de ameaça e violência em regiões de conflito armado. Qualquer colaborador da igreja corre o risco de ser morto, enquanto líderes cristãos podem ser agredidos, sequestrados, extorquidos financeiramente, forçados a deixar suas regiões ou até mesmo assassinados. Os meninos também correm risco de sequestro, recrutamento forçado e violência por parte das milícias.
Em algumas comunidades indígenas, homens que deixaram a fé dos antepassados para seguir a Jesus enfrentam pressão extrema. Eles podem ser agredidos, assediados, ameaçados ou enviados para campos de trabalho forçado.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na Colômbia?
A Portas Abertas fortalece a Igreja Perseguida na Colômbia por meio da distribuição de Bíblias, treinamento, cuidados pós-trauma, projetos de desenvolvimento comunitário, ajuda emergencial e abrigo e educação para crianças
Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Colômbia?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos na Colômbia?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Colômbia são: corrupção e crime organizado, opressão do clã e intolerância secular
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Colômbia são: grupos paramilitares, redes criminosas, oficiais do governo, partidos políticos, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, parentes, grupos de pressão ideológica.
Pedidos de oração da Colômbia
- Clame por paz na Colômbia, para que os conflitos cessem e os cristãos sejam instrumentos de Deus para a pacificação.
- Louve a Deus pela resiliência dos cristãos indígenas e peça que sejam encorajados e supridos em todas as necessidades.
- Ore por proteção e sabedoria aos cristãos que vivem em áreas controladas por guerrilheiros e cartéis.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA COLÔMBIA
Mesmo antes da conquista espanhola, a parte montanhosa ocidental da Colômbia atraía grande parte da população. Culturas indígenas avançadas foram encontradas na região, e o local mais favorável para o crescimento da civilização foi o planalto na Cordilheira Oriental dos Andes Colombianos.
A conquista europeia da Colômbia começou em 1525, quando Rodrigo de Bastidas fundou Santa Marta na costa Norte. Em 1533, Pedro de Heredia fundou Cartagena, que se tornou uma das maiores bases navais e mercantis do império espanhol. Bogotá foi fundada por Gonzalo Jiménez de Quesada em 1538. Até o meio do século, a conquista estava completa.
A Colômbia se tornou independente da Espanha depois de um longo período de dificuldade entre 1810 e 1819. O ato de independência de Santa Fé foi assinado em 1810 e se seguiram seis batalhas na guerra pela independência. A mais famosa foi a Batalha de Boyacá, lutada em 7 de agosto de 1819 e vencida pelas forças revolucionárias sob comando de Simón Bolívar.
A história política moderna da Colômbia começa no final dos anos 1840 com a delimitação dos partidos conservador e liberal. Até os anos 1880, houve uma briga entre os dois partidos, que se alternaram no poder. Os conservadores se mantiveram no poder entre 1880 e 1930, seguido pela era liberal, que durou até 1946.
Depois disso, houve um período nomeado de La Violencia. Em 9 de abril de 1948, Gaitán, líder de esquerda do partido liberal, foi morto em plena luz do dia no centro de Bogotá. La Violencia se originou em uma intensa disputa política entre liberais e conservadores e teve pouco a ver com conflito de classes, ideologias estrangeiras, ou outras questões de fora da Colômbia. Fontes oficiais estimam que mais de 200 mil pessoas perderam a vida no período entre 1946 e 1964.
Grupos guerrilheiros
Grupos de guerrilha marxista começaram a aparecer nesse período. O primeiro foi o Exército de Libertação Nacional (ELN), que foi criado por um grupo de estudantes colombianos que estudaram em Cuba. Fundado em 1964, o ELN seguiu estratégias defendidas por Che Guevara. Outro grupo de guerrilha, que se seguiu dois anos depois, foi as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que era mais ligada aos movimentos comunistas de influência soviética.
A partir de 1974, um progresso limitado ocorreu em questões políticas e sociais, entretanto, a economia colombiana cresceu apesar da violência generalizada, alimentada tanto por insurgências de guerrilha quanto pelo tráfico de narcóticos. Iván Duque, do Partido Centro Democrático, venceu as eleições em junho de 2018 e lidou com muitos desafios em torno da implementação do Acordo para o Término Final de Conflito entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que foi assinado em 24 de novembro de 2016, durante a presidência de Juan Manuel Santos. O processo de paz ainda é prejudicado por dificuldades com a Jurisdição Especial para a Paz na Colômbia, conhecido como o sistema judicial JEP, e por guerrilhas, grupos paramilitares e gangues criminosas. Os principais grupos de guerrilha são o Exército Nacional da Libertação (ELN) e rebeldes das FARC que decidiram retomar as cinco décadas de conflito armado.
Quase no fim de 2019, manifestações nacionais ocorreram lideradas por estudantes, líderes indígenas e sindicatos. Os protestos focaram em questões políticas, sociais, econômicas e de segurança. Durantes as manifestações, que continuaram em 2020, os manifestantes se uniram a grupo ilegais, como o ELN. O descontentamento geral com a administração do presidente Iván Duque cresceu muito. As medidas compulsórias de isolamento que foram introduzidas no combate à disseminação do vírus da COVID-19 também tiveram um impacto negativo na economia e em outras áreas.
Em abril de 2021, manifestações nacionais ocorreram novamente, motivadas primeiro pela rejeição da proposta de reforma tributária, e continuaram depois em resposta às ações violentas do governo contra manifestantes. Apesar do diálogo iniciado entre o governo e o Comitê Nacional de Greve da Colômbia (CNP), formado principalmente de sindicatos, as conversas sobre os protestos foram suspensas pelo CNP, já que um acordo concreto não foi alcançado. O país passou por eleições presidenciais e legislativas em junho de 2022. Em 7 de agosto o novo presidente Gustavo Petró tomou posse como o primeiro presidente de esquerda a governar o país, e seu mandato se estende até 2026. O dia 7 de agosto é uma data histórica, em que se comemora a Batalha de Boyacá, um dos principais momentos fundadores da Colômbia desde a campanha de independência, concluída em 1819.
HISTÓRIA DA IGREJA NA COLÔMBIA
O cristianismo chegou à Colômbia através da conquista e colonização da Espanha no período posterior a 1492. A Igreja Católica Romana conseguiu se estabelecer como a única denominação. Depois que a Colômbia ganhou independência em 1810, o Vaticano em Roma estabeleceu relações formais com o novo Estado em 1835.
A Igreja Católica Romana assumiu uma crescente presença política no país, o que causou muita tensão com os líderes políticos da época. Como resultado, a igreja foi perseguida e comunidades religiosas, como os jesuítas, foram expulsas do país em 1851 e 1861.
Em 1877, as tentativas do governo radical de estabelecer um sistema educacional “neutro” degeneraram em guerra civil com a participação ativa de vários bispos e clérigos. Em 1886, a relação entre igreja e Estado foi estabelecida em uma nova Constituição que reconheceu a Igreja Católica como base para a unidade nacional.
A perda da hegemonia católica começou com a chegada da Igreja Presbiteriana em meados do século 19. No início do século 20, chegaram os batistas e outros protestantes.
Na década de 1960, a paisagem religiosa começou a mudar visivelmente devido a mudanças sociais, econômicas e culturais causadas pela modernização, urbanização e alfabetização. O pentecostalismo veio dos Estados Unidos e tornou-se muito popular e essa nova diversidade cristã foi reconhecida em 1991 na nova Constituição da Colômbia.
CONTEXTO DA COLÔMBIA
A Constituição de 1991 garante, no artigo 19, a liberdade de religião e declara que toda pessoa desfruta do direito de professar a própria crença individual ou coletiva. O governo não possui uma religião oficial. Todas as denominações religiosas são iguais perante a lei, no entanto, o Estado mantém uma concordata com a Santa Sé e um acordo legal interno, denominado Decreto 354, com 13 grupos cristãos não católicos. Entre outras coisas, esse decreto dá reconhecimento legal obrigatório a casamentos e garantia de que propriedades usadas para adoração não podem ser apreendidas pelo Estado.
O Estado continua reconhecendo o setor religioso como sendo um elemento importante para estabelecer a paz no país e tem chamado a participação ativa de igrejas e organizações com base religiosa em diferentes contextos. Entretanto, apesar do reconhecimento público do setor religioso, ainda existe uma rejeição geral da expressão religiosa, principalmente se essa vier de agentes públicos, incluindo representantes de alto escalão, como o presidente.
Religião nas comunidades indígenas
Em comunidades indígenas, cristãos enfrentam oposição quando rejeitam as práticas religiosas e padrões dos grupos étnicos aos quais pertencem. Isso tem levado os líderes indígenas a verem influências cristãs externas como um elemento desestabilizador. Já que os líderes étnicos são aqueles que administram a justiça em seus territórios, a liberdade religiosa das pessoas indígenas não é devidamente garantida por autoridades locais.
O Estado reconhece a autonomia e a independência dos grupos indígenas, o que significa que a população indígena estabelece e regula suas regras e coexistência. Portanto, líderes étnicos tentam impor um estilo de vida regulado de acordo com os costumes ancestrais e agem como as únicas autoridades na área.
Diante do desemprego, as comunidades mais pobres e o setor informal foram os que sofreram mais severamente. Os setores mais vulneráveis, principalmente rural e indígena, não têm as mínimas condições de desenvolvimento, serviços públicos e infraestrutura social. O apoio do Estado é muitas vezes tão baixo ou a corrupção endêmica entre grupos criminosos e autoridades locais é tão enraizada que isso acrescenta continuidade à pobreza multidimensional e à maior presença de grupos armados e ilegais. Na maioria dos casos, a violência é mais aguda nas áreas rurais.
A pandemia da COVID-19 também levou ao aumento dos casos registrados de abuso policial. Nas cidades, uma grande proporção dos empregos é informal e muitos vendedores de rua se sentem motivados a trabalhar, apesar das restrições que os obrigam a ficar em casa. Alguns relataram a organizações, como o International Crisis Group (ICG), assédio da polícia caso não deem aos agentes uma parte de seus ganhos.
Pesquisas mostram que a prisão e outras penalidades por violações à segurança pública aumentaram consideravelmente, mais em áreas de baixa renda do que em áreas mais ricas. Os moradores de áreas sob controle de grupos armados, e principalmente os jovens, pagaram um preço alto. Mesmo durante as últimas manifestações no país, os mais afetados no final continuaram sendo os das áreas mais vulneráveis já que, devido aos bloqueios nas estradas, houve sérios problemas como falta de abastecimento de comida e remédios.
As últimas manifestações destacaram mais uma vez a questão da violação dos direitos humanos no país. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (IACHR) e a Relatoria Oficial para a Liberdade de Expressão (RELE) expressaram profunda preocupação quanto à seriedade e ao alto número de queixas de violações de direitos humanos resultantes do uso excessivo da força em contexto de protestos sociais.
Cristãos são maioria no país e diversas comunidades cristãs e líderes de igreja são ativos em muitos setores mais pobres da sociedade, por exemplo, na educação e provisão de itens básicos para famílias necessitadas, principalmente dada a atual situação econômica e crise social.
A Colômbia opera de acordo com regras patriarcais, em que os homens são os principais provedores financeiros e as mulheres assumem a maior responsabilidade nas tarefas domésticas. A violência doméstica permanece espalhada pela Colômbia e as taxas de feminicídio aumentaram relativamente no contexto da COVID-19.