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Como é a perseguição aos cristãos na República Democrática do Congo?
Na República Democrática do Congo, especialmente na região leste do país, os cristãos enfrentam perseguição e violência. Militantes islâmicos das Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês), aliadas ao grupo Estado Islâmico, atacam igrejas, sequestram e matam cristãos, levando terror, insegurança e deslocamento generalizados.
O grupo rebelde M23, supostamente apoiado por Ruanda, também tem como alvo civis cristãos, tornando a situação ainda pior. Os cristãos de origem muçulmana e os que deixam religiões tradicionais para seguir a Jesus enfrentam pressão da família para retornar às antigas crenças. Os líderes cristãos que defendem eleições justas também correm risco de assédio. Essa mistura de ameaças de extremistas, pressão de familiares e interferência política cria um ambiente perigoso e temeroso para os cristãos no Leste da República Democrática do Congo.
“Conseguir comida é o nosso principal problema agora que estamos deslocados, porque não temos um lugar para cultivar. A situação é muito ruim. Se a vida continuar assim, não sei o que fazer. É difícil viver.”
Jerome (pseudônimo), cristão deslocado na República Democrática do Congo
Como as mulheres são perseguidas na República Democrática do Congo?
Na República Democrática do Congo, as mulheres, especialmente as cristãs que deixaram o islã para seguir Jesus, enfrentam muitos desafios. Em áreas dominadas pelo islamismo, as mulheres cristãs são frequentemente tratadas como inferiores. Isso afeta sua vida diária, incluindo o acesso negado aos filhos ou à herança, se forem viúvas.
Casamentos forçados também são comuns, com meninas de até 12 anos sendo dadas em casamento pelos pais. Essas meninas são forçadas a engravidar em tenra idade. O país não tem leis específicas para proteger mulheres e meninas cristãs, tornando-as vulneráveis a violência doméstica e casamento forçado. Essas práticas tradicionais, como o casamento infantil, as tornam mais suscetíveis a abusos.
As mulheres cristãs também correm risco de sequestro, violência sexual, tráfico e escravidão sexual, especialmente pelo grupo extremista islâmico Forças Democráticas Aliadas. A violência sexual no Leste da República Democrática do Congo atingiu níveis catastróficos, com mais de 670 meninas e mulheres sob cuidados pós-trauma por violência sexual em campos de deslocados internos em apenas duas semanas em abril de 2023.
Mulheres e meninas são frequentemente violentadas, forçadas a se casar com soldados da ADF e traficadas. Algumas são mortas. As taxas de casamento infantil também são altas, com 37% das meninas se casando antes dos 18 anos. Os sequestros e a violência sexual por grupos armados causam traumas graves. Às vezes, as mulheres são usadas como escudos humanos durante confrontos violentos.
Soldados do governo também estiveram envolvidos em violência sexual generalizada. Devido à vergonha e ao estigma, mulheres e meninas cristãs podem enfrentar isolamento e rejeição da família e da comunidade após serem violentadas sexualmente, o que destrói sua autoestima e senso de valor.
Como os homens são perseguidos na República Democrática do Congo?
Na República Democrática do Congo, os homens cristãos enfrentam severa perseguição. Eles correm risco de serem mutilados, sequestrados, forçados a se juntar a grupos de milícias e mortos. Homens e meninos também podem enfrentar violência sexual. Para escapar, homens cristãos podem ser forçados a pagar resgates altos, levando a família à pobreza extrema.
Os homens cristãos também enfrentam discriminação no local de trabalho e podem ter empregos negados. A perseguição aos homens desestabiliza suas famílias e comunidades, pois os homens são tradicionalmente vistos como protetores e provedores, o que deixa as famílias ainda mais vulneráveis à perseguição.
Pastores e líderes cristãos, geralmente homens, são alvos de perseguição, especialmente no Leste da República Democrática do Congo, assim como suas famílias. As igrejas que criticam o governo ou grupos armados como as ADF também podem ser fechadas e seus líderes presos ou atacados.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na República Democrática do Congo?
A Portas Abertas trabalha por meio de parceiros locais para apoiar os cristãos na República Democrática do Congo por meio de treinamentos de preparação para a perseguição, projetos de geração de renda e cuidados pós-trauma.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos na República Democrática do Congo?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos na República Democrática do Congo?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na República Democrática do Congo são: opressão islâmica, corrupção e crime organizado, paranoia ditatorial, opressão do clã.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na República Democrática do Congo são: grupos religiosos violentos, redes criminosas, grupos paramilitares, oficiais do governo, líderes de grupos étnicos.
Pedidos de oração da República Democrática do Congo
- Ore para que as pessoas feridas pela violência no Leste da República Democrática do Congo saibam que Deus está com elas.
- Interceda para que os cristãos deslocados que perderam tudo e foram forçados a fugir de casa encontrem estabilidade e esperança.
- Peça a Deus para que a fé dos membros de igrejas atacadas se fortaleça e que os líderes cristãos estejam prontos para liderá-los.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
O país que começou como um domínio privado de um rei (o Estado Livre do Congo), evoluiu para uma colônia (o Congo Belga). Antes de experimentar transformações radicais na era colonial, as sociedades congolesas já tinham experimentado grandes perturbações. Do século 15 ao 17, diversos sistemas estaduais importantes evoluíram na região Sul da savana. A história do povo do Congo no século 16, por exemplo, é amplamente a história de como o comércio de escravos do Atlântico criou poderosos interesses entre os chefes provinciais, que com o tempo minaram a capacidade do reino de resistir as invasões de seus vizinhos.
As ambições coloniais veladas do rei Leopoldo II da Bélgica abriram o caminho para a Conferência de Berlim (ou Conferência da África Ocidental entre 1884-1885), o que estabeleceu as regras para a conquista colonial e sancionou seu controle da área de base do Rio Congo que seria conhecida como Estado Livre do Congo (1885-1908). Em 1908, o parlamento belga votou em anexar o Estado Livre do Congo – essencialmente comprando a área do rei Leopoldo e então colocando o que uma vez foi um depósito pessoal do rei sob o domínio belga.
Período pós-independência e falência do país
A República Democrática do Congo (RDC) declarou sua independência em 1960. Entretanto, a guerra civil se seguiu e a secessão em algumas províncias levou à fragmentação do país. O país se envolveu em uma guerra entre o Ocidente (liderado pelos Estados Unidos) e a União Soviética. A eleição de Joseph Kasavubu como presidente e Patrice Lumumba como primeiro-ministro não trouxe paz, e Patrice foi preso e morto em 17 de janeiro de 1961.
Em 24 de novembro de 1965, Mobutu Sese Seko ganhou poder com a ajuda da Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana e criou um ambiente onde apenas um partido poderia florescer, nomeado de Movimento Revolucionário Popular. A Constituição deu a ele poder ilimitado. Ele acumulou grande riqueza e apoiou combatentes da guerrilha nos países vizinhos, como Angola. O governo de Mobutu não foi incontestável. Manifestações, protestos e combatentes da guerrilha apoiados pela Angola colocaram pressão sobre Mobutu.
Em 1994, o Banco Mundial declarou a falência do país. As atrocidades em Ruanda, no mesmo ano, tiveram um efeito indireto. Finalmente, com os soldados do grupo étnico tutsi treinados por Ruanda e Uganda, Laurent Kabila derrubou Mobutu em 1997. Kabila foi morto por seu próprio guarda-costas e substituído por seu filho, Joseph Kabila, que esteve no poder até janeiro de 2019.
Século 21
As guerras na República Democrática do Congo (RDC) voltaram às manchetes em 2003, quando o presidente do país pediu à Corte Internacional Penal (ICC, da sigla em inglês) para investigar os crimes cometidos por vários grupos rebeldes.
A situação na RDC é agravada pela interferência contínua de países vizinhos. De acordo com um relatório publicado pelo jornal britânico The Guardian em 18 de outubro de 2012, as Nações Unidas oficialmente declararam que o ministro da Defesa de Ruanda era, de fato, o líder dos rebeldes na RDC. Depois, relatórios da ONU em 2014 também implicaram Uganda e Burundi.
Após alguns anos de especulação, o presidente Kabila decidiu recuar e não concorrer a um terceiro mandato nas eleições presidenciais ocorridas em dezembro de 2018. O presidente eleito, Felix Tshisekedi, foi juramentado como sucessor de Joseph Kabila, em janeiro de 2019, na primeira transferência de poder do país por meio de uma eleição em 59 anos de independência. A comissão eleitoral do país declarou Tshisekedi vencedor apesar de evidências confiáveis de fraude eleitoral.
A comunidade global observou de perto a ideologia e as atividades do grupo islâmico ADF-NALU e, consequentemente, o Departamento de Estado dos Estados Unidos designaram o grupo como uma organização terrorista estrangeira.
HISTÓRIA DA IGREJA NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
O cristianismo tem uma longa história na República Democrática do Congo (RDC) e remonta a 1491, quando padres católicos romanos chegaram depois de mercadores portugueses terem descoberto o Rio Congo em 1482. Entretanto, como o principal foco era a venda de escravos, missões cristãs não foram muito para dentro do país. O cristianismo não pôde ser propriamente estabelecido até o século 19.
Missionários católicos chegaram em 1865. O rei Leopoldo II da Bélgica estava interessado em estabelecer a Bélgica como um poder colonial e ajudou missionários dando a eles concessões de terra. Protestantes entraram no país em 1878, quando batistas britânicos construíram suas próprias estações missionárias ao longo do Rio Congo. Em 1891, presbiterianos vieram dos Estados Unidos. Em 1915, pentecostais chegaram do Reino Unido. Esses foram seguidos por menonitas, adventistas do sétimo dia e outras denominações.
CONTEXTO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Um número significativo de pessoas mistura o cristianismo com um sistema de crenças tradicional. Alguns grupos evangélicos rejeitam essa prática, o que causa tensão. Geograficamente, não há áreas específicas onde as afiliações religiosas se concentram.
O grupo islâmico ADF-NALU é responsável pela perseguição aos cristãos em Kivu do Norte, no Leste do país, atacando cristãos e igrejas. Na esfera da família, convertidos do islamismo e de religiões indígenas enfrentam pressão para fazer parte de atividades religiosas e cerimônias não cristãs. Representantes da Igreja Católica, que publicamente pressionam o governo para obedecer aos prazos eleitorais constitucionais obrigatórios, relatam que experimentam assédio verbal e interferência baseada em sua defesa.
A RDC é o maior país na região dos Grandes Lagos. É parte do antigo Reino do Congo e tem mais de 200 grupos étnicos. Ela compartilha fronteiras com Congo Brazzaville, Angola, Zâmbia, Ruanda, Tanzânia, Burundi, Uganda, Sudão do Sul e República Centro-Africana (RCA). A RDC é o quarto país mais populoso da África.