O que são as Forças Democráticas Aliadas?

As Forças Democráticas Aliadas (mais conhecidas como ADF, da sigla em inglês) são um grupo extremista islâmico considerado o mais violento em Uganda e na região leste da República Democrática do Congo (RDC). De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os militantes têm o objetivo de implementar a sharia (conjunto de leis islâmicas) e se dizem associados ao Estado Islâmico.
Em resposta aos diversos ataques das ADF, Uganda e RDC uniram forças para combater os extremistas islâmicos. Porém, o grupo tem se regenerado, já que suas redes de recrutamento e apoio financeiro não foram atingidas. Por esse motivo e com fontes internacionais, o governo de Uganda acusa o Sudão de ser um dos principais mantenedores dos jihadistas.

Caminhões incendiados em ataque das Forças Democráticas Aliadas na República Democrática do Congo
“A capacidade das ADF de se fundir com comunidades civis permite que elas permaneçam ocultas quando necessário e ressurjam quando as condições são mais favoráveis”, disse Michael Mutyaba, pesquisador e analista político de Uganda. O grupo tornou-se conhecido por recrutar crianças e treiná-las para operações suicidas e promover ataques em massa em escolas, comunidades cristãs, hospitais, clínicas e igrejas.
Quando e como surgiram as Forças Democráticas Aliadas?
As Forças Democráticas Aliadas (ADF) surgiram em 1995, a partir da aliança de grupos armados como o Exército de Libertação Muçulmana de Uganda e o Exército Nacional de Libertação de Uganda. O objetivo inicial era derrubar o governo de Yoweri Museveni em Uganda.
Jamil Mukulu, um cristão que se tornou muçulmano na Arábia Saudita, retornou para Uganda com a intenção de lutar para criar um Estado islâmico. Nesse período, o grupo foi apoiado por alguns países, como Sudão e República Democrática do Congo, que procuravam enfraquecer a influência de Ruanda e Uganda na região. Mas foi a partir de 2013 que o grupo extremista estabeleceu as forças militares congolesas como um de seus alvos.
Os analistas acreditam que as armas das ADF foram fornecidas pelos Emirados Árabes Unidos, pelo Irã e por uma fundação islâmica com sede na África do Sul.
Quem é o atual líder das Forças Democráticas Aliadas?
O líder atual das Forças Democráticas Aliadas (ADF) chama-se Musa Seka Baluku. Ele assumiu a posição desde que Jamil Mukulu foi preso na Tanzânia, em 2015. Segundo a ONU, Baluku tem origem na comunidade de Mukonjo e tornou-se jihadista ainda jovem, após ser um imã (líder religioso islâmico) em Kampala, capital de Uganda.
Como um dos primeiros membros das ADF, Baluku era um tenente de confiança de Mukulu. Após o grupo estabelecer sede na República Democrática do Congo, Baluku ocupou diversas posições e atuou como principal juiz islâmico dos jihadistas. Todas as punições aos “desobedientes” aconteciam a partir de sua interpretação da sharia.

Crianças, mulheres e famílias deslocadas por causa da violência das Forças Democráticas Aliadas
Baluku foi descrito como um homem mal-humorado e violento, que ordenou recrutamento forçado de crianças e liderou o fuzilamento em massa de vários civis. Ele também já executou possíveis soldados opositores por meio de decapitação e crucificação.
Foi durante a liderança de Baluku que as redes sociais começaram a ser usadas para recrutar novos extremistas e estreitar a relação com outros grupos, como Estado Islâmico e Al-Shabaab.
Como as Forças Democráticas Aliadas perseguem os cristãos?
Além de promover ataques em massa em escolas, igrejas e comunidades cristãs, os membros das Forças Democráticas Aliadas sequestram e agridem sexualmente mulheres cristãs. Além disso, forçam as vítimas a se casar com eles, que utilizam essa “esposa” como prova da vitória do grupo.

Crianças congolesas deslocadas em ataques das Forças Democráticas Aliadas
As ADF também costumam invadir comunidades cristãs e destruir tudo o que encontram pela frente, já que consideram os seguidores de Jesus como traidores. Para sobreviver, homens, mulheres e crianças precisam fugir e buscar refúgio em vilarejos próximos, tornando-se deslocados internos. Muitos não têm alimento suficiente; com isso, crianças abaixo de cinco anos enfrentam desnutrição aguda.
De acordo com o porta-voz da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), Babar Baloch, os deslocados vivem em condições terríveis, sem abrigo, comida, água ou cuidados de saúde. “As famílias não têm itens essenciais suficientes, como cobertores, colchonetes ou materiais de cozinha”, afirma.
Como a Portas Abertas apoia cristãos atacados pelas Forças Democráticas Aliadas?
Parceiros de campo da Portas Abertas oferecem socorro emergencial para que os deslocados internos tenham as necessidades básicas supridas. Além disso, projetos de cuidados pós-trauma, treinamentos e outras formas de ajuda emergencial estão sendo mobilizados na região e em outras partes da África Subsaariana afetadas pela violência extrema por meio da campanha Desperta África.
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Perguntas frequentes
Onde está a base das Forças Democráticas Aliadas?
As Forças Democráticas Aliadas atuam principalmente na República Democrática do Congo e em Uganda. Por causa dos conflitos com as forças armadas, o grupo se reorganiza muitas vezes em diferentes locais, mas tem bases fixas nas áreas remotas de florestas, principalmente na República Democrática do Congo.
As Forças Democráticas Aliadas são um grupo extremista islâmico?
Sim. As Forças Democráticas Aliadas defendem a imposição da sharia (lei islâmica), mesmo que por meios violentos, acima da liberdade religiosa individual, e são consideradas o grupo mais violento em Uganda e na República Democrática do Congo.
As Forças Democráticas Aliadas estão associadas a outros grupos extremistas?
Sim. As Forças Democráticas Aliadas têm vínculo com o Estado Islâmico e há relatos de interações com o grupo Al-Shabaab da Somália.
Por que as Forças Democráticas Aliadas atacam cristãos?
Os cristãos são vistos como traidores pelas Forças Democráticas Aliadas por não seguirem a sharia e se recusarem a negar a fé em Jesus. Por isso, são alvos de violência com ataques, assassinatos, sequestros e afins.
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