Tipo de perseguição
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População cristã

O que mudou este ano em Ruanda?
O aumento significativo na pressão sobre os cristãos foi consequência do fechamento de pelo menos 4 mil igrejas. Tornou-se praticamente impossível o processo de plantar uma nova igreja, obter ou renovar licenças revogadas.
Embora o nível de violência tenha permanecido estável, agentes de segurança realizam buscas frequentes nas casas de líderes de igrejas, criando uma atmosfera de medo e desconfiança. A perseguição do governo às igrejas protestantes não tradicionais contribui para agravar os desafios enfrentados pelos cristãos no país.
“Porque eu sigo Jesus, meus pais e vizinhos me rejeitaram.”
Peter (pseudônimo), cristão de origem muçulmana da região
Como é a perseguição aos cristãos em Ruanda?
O medo de que o genocídio dos anos 1990 se repita paira sobre a nação, e o governo usa esse medo para justificar seu despotismo. A supervisão do governo não para nas fronteiras políticas, mas permeia os aspectos mais íntimos da vida, como a prática religiosa e as crenças pessoais. A legislação aprovada nos últimos anos sobrecarregou as organizações religiosas com complexidades burocráticas, o que resultou no fechamento em massa de igrejas e criou um ambiente em que os líderes religiosos são examinados com base em suas qualificações educacionais.
As transações financeiras de organizações religiosas também estão sob o escrutínio do governo. Agentes de segurança fazem buscas nas casas de líderes religiosos, contribuindo para uma atmosfera de desconforto e desconfiança. Os cristãos que mudam do catolicismo romano para uma denominação cristã não tradicional enfrentam o ostracismo de suas famílias. A interferência do governo por meio de intimidação, vigilância e monitoramento serve para criar um ambiente em que a palavra da autoridade governante é final, sufocando qualquer esperança de diálogo aberto ou liberdade de associação.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Ruanda?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Ruanda?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Ruanda são: paranoia ditatorial e protecionismo denominacional.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Ruanda são: oficiais do governo, partidos políticos, cidadãos e quadrilhas e parentes.
Pedidos de oração de Ruanda
- Clame por sabedoria e justiça aos governantes, para que respeitem a liberdade de toda a população.
- Ore por unidade às igrejas, para que juntas representem o Reino de Deus onde estão localizadas.
- Interceda por cura física, emocional e espiritual aos cristãos que enfrentam perseguição por seguirem a Jesus.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE RUANDA
Ruanda era um território centralizado que foi cedido ao Império Alemão durante a Conferência de Berlim em 1885, mas só foi entregue em 1890. Após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, o território foi entregue à Bélgica a mando da Liga das Nações. O domínio belga foi duro como o dos alemães, além disso, utilizou a Igreja Católica para manipular a população. Somente em primeiro de julho de 1962, Ruanda tornou-se independente, mas permaneceu sob tutela da ONU.
Aproximadamente 84% da população é hutu e 14% tutsi. Em 6 de abril de 1994, um avião que transportava o presidente ruandês Habyarimana e o presidente de Burundi, Cyprien Ntaryamira, — ambos hutus — foi abatido e os dois políticos foram mortos. Por consequência, as Forças Armadas de Ruanda (FAR) e a milícia hutu (Interahamwe) foram de casa em casa matando tutsis e políticos hutus moderados, o que ficou conhecido como massacre de Ruanda.
Em 13 de maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU concordou em enviar 5.500 soldados, principalmente da Organização da Unidade Africana. No entanto, como houve um desacordo sobre quem deveria cobrir o custo, a implantação foi adiada. O grupo radical hutu continuou o massacre.
Então, em 4 de julho de 1994, a Frente Patriótica de Ruanda (RPF, da sigla em inglês) capturou Kigali e o governo hutu fugiu para o Zaire (atual República Democrática do Congo). A comunidade internacional se envergonhou de sua incapacidade de salvar milhares de vidas. Em 2013, o presidente dos EUA, Clinton, disse que “se os EUA tivessem intervindo em Ruanda, cerca de 300.000 vidas poderiam ter sido salvas”. O então secretário-geral da ONU, Kofi Anan, também se juntou ao presidente Clinton para estender um pedido de desculpas ao parlamento ruandês.
O genocídio ruandês de 1994 é considerado um dos momentos mais sombrios da segunda metade do século 20. Ele tirou a vida de mais de 800 mil pessoas. Essa história sombria criou um ambiente de medo, e o governo está usando a memória dessas atrocidades a seu favor. Paul Kagame ainda lidera o país desde o fim do genocídio em 1994. Infelizmente, alguns líderes da Igreja Católica Romana também tiveram implicações no genocídio.
HISTÓRIA DA IGREJA EM RUANDA
Como em muitos outros países africanos, os primeiros missionários cristãos a chegar em Ruanda foram os padres brancos da Ordem de Nossa Senhora da África, que adquiriram uma vantagem decisiva no território ruandês em relação ao exército alemão, construindo sete estações missionárias. Quando os alemães foram forçados a deixar o país durante a Primeira Guerra Mundial, dez estações missionárias foram abertas.
Em 1907, chegaram os primeiros missionários protestantes, luteranos alemães da Missão Betel. Esses luteranos alemães fundaram oito estações missionárias, juntamente com dois comércios para competir com os comerciantes muçulmanos. Antes de também serem forçados a deixar o país, os luteranos conseguiram editar uma tradução dos quatro evangelhos e um livro didático na língua ruandesa.
Depois que os belgas assumiram o controle do país, eles permitiram a entrada de outros missionários da Igreja Adventista do Sétimo Dia dos Estados Unidos (1916), dos anglicanos da Sociedade Missionária da Igreja (1921), dos batistas dinamarqueses (1938), dos pentecostais suecos (1940) e da Igreja Metodista Livre americana (1942). Nesse período, foram construídos escolas e hospitais.
Ruanda tem sido um país de maioria católica desde os dias coloniais sob a Bélgica. Alguns líderes católicos se opõem abertamente ao crescimento de grupos religiosos não tradicionais.
CONTEXTO ATUAL DE RUANDA
A maioria dos muçulmanos em Ruanda é sunita, com um pequeno número de xiitas (200-300), garante a Comunidade Muçulmana de Ruanda (RMC, da sigla em inglês). Embora geralmente não haja concentrações de grupos religiosos em determinadas áreas geográficas, um número significativo de muçulmanos vive no bairro Nyamirambo em Kigali.
A lei estipula que os pregadores devem possuir licenciatura em estudos religiosos de uma instituição de ensino superior ou qualquer outro grau com um certificado válido em estudos religiosos emitido por uma instituição reconhecida. Além disso, há a lei que regulamenta as reuniões públicas e estabelece que quem fizer reunião ou manifestação em local público sem autorização prévia está sujeito a oito dias a seis meses de prisão e deve pagar uma multa entre 110 e 1.100 dólares.
O país recebeu muitos refugiados em maio de 2021. Um total de 127.557 pessoas e solicitantes de refúgio vieram de Burundi (38,7%) e da República Democrática do Congo (50,1%). Mulheres e crianças representavam 75% da população. Além disso, há cerca de 8 mil refugiados congoleses deslocados em Ruanda após a erupção do vulcão Nyiragongo, em 22 de maio de 2021.