O que é o ISWAP?

ISWAP é a sigla em inglês usada para denominar o grupo extremista Estado Islâmico da Província da África Ocidental. O grupo é uma facção afiliada ao Estado Islâmico (EI), que dominou países como Síria e Iraque em 2014. Essa ramificação atua no Oeste Africano em países como Burkina Faso, Camarões, Chade, Mali, Níger e Nigéria.
Qual o objetivo do Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP)?
O objetivo do ISWAP é o mesmo do Estado Islâmico: estabelecer um califado, ou seja, um Estado governado de acordo com a interpretação radical da sharia – conjunto de leis islâmicas. O líder desse governo é o califa e seria o representante de Alá na terra, por isso todos os demais países muçulmanos devem obedecê-lo.
Para que esse plano aconteça, os jihadistas utilizam a violência para eliminar todos que são considerados infiéis, ou seja, os não muçulmanos que, segundo os jihadistas, desejam impedir a dominação do islã no mundo. De acordo com suas crenças, a batalha com os governos locais faz parte dos confrontos do final dos tempos, descritos nas profecias apocalípticas da religião.
Quando surgiu o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP)?
O ISWAP surgiu em 7 de março de 2015, quando o líder do grupo Boko Haram, Abubakar Shekau, jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI) no Iraque e ao Levante na Síria. Nesse período, o nome do grupo foi mudado para Estado Islâmico da Província da África Ocidental.

O ISWAP atua em países do Oeste Africano, como Nigéria e Camarões
No mesmo mês, o EI aceitou a promessa e o porta-voz do grupo, Abou Mohamed al Adnani, orientou os membros expulsos do Iraque e da Síria a viajarem para a África Ocidental para treinar os insurgentes em técnicas de combate, fabricação de armas artesanais e manuseio de explosivos.
Em agosto de 2016, os líderes do EI escolheram Abu Musab al-Barnawi como o líder do ISWAP. Mas houve conflitos internos e o grupo se dividiu em duas facções: ISWAP, liderada por al-Barnawi, e Boko Haram, liderada por Shekau. Desde a formação, o grupo ataca vilarejos e até bases militares. Além de assassinar pessoas, muitas delas cristãs, o ISWAP sequestra estudantes e trabalhadores humanitários.
Como o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) é financiado?
Um ano após a filiação, o ISWAP recebia uma quantia de 500 mil dólares do Estado Islâmico (EI) a cada quatro meses. Em 2018, o grupo radical já não precisava mais de dinheiro externo, pois era capaz de se autofinanciar.
O ISWAP recolhe impostos nos territórios onde domina e também é um dos principais produtores e distribuidores de peixe seco, arroz e pimenta. Há uma estimativa de que os jihadistas recebam de dois a três milhões de dólares mensalmente.
Quantos combatentes o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) têm?
De acordo com estimativas da CIA, o ISWAP tinha sete mil membros em junho de 2016. Em 2018, o Centro de Combate ao Terrorismo acreditava que a facção tinha de três mil e quinhentos a cinco mil combatentes. Mas, em 2019, o pesquisador Vincent Foucher, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, garantiu que os números eram entre dois mil e quinhentos a cinco mil homens.
Os soldados do ISWAP têm o conhecimento sempre atualizado. Eles costumam participar de treinamento militar na Líbia e receberam jihadistas líbios como instrutores.
Quem são os soldados do Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP)?
De acordo com o site de notícias Deutsch Weller (DW), os jihadistas, que estão no controle ao redor do Lago Chade, por exemplo, têm uma relação profunda com as comunidades. O governo islâmico deles promete segurança, disciplina, lei e ordem em uma região de fraca presença do Estado, onde a pobreza é extrema e a oportunidade de melhores condições de vida é nula.

Os jovens decidem fazer parte de grupos extremistas como maneira de mudar de vida e garantir a segurança social (foto representativa)
Para os jovens na região, juntar-se ao ISWAP é uma maneira de melhorar e dar um sentido à vida. Os homens recrutados pelo ISWAP costumam ser das regiões dominadas pelo grupo, por isso eles têm vantagem quando o assunto é conhecer a área, em detrimento das forças de segurança nacionais e regionais. Essa estratégia é fundamental para que o ISWAP tenha sucesso.
Como o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) persegue cristãos no Oeste Africano?
O Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) deseja acabar com a presença cristã onde atua. Por isso, utiliza a violência para atacar e destruir vilas, igrejas e prédios cristãos, como hospitais e escolas. Outra maneira de expandir a ação é assassinar homens e jovens cristãos e sequestrar mulheres e crianças.
Como a Portas Abertas apoia cristãos atacados pelo Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP)?
Parceiros de campo da Portas Abertas oferecem socorro emergencial para que os deslocados internos tenham as necessidades básicas supridas. Além disso, projetos de cuidados pós-trauma, treinamentos e outras formas de ajuda emergencial estão sendo mobilizados em diversas partes da África Subsaariana afetadas pela violência extrema por meio da campanha Desperta África.
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Perguntas frequentes
Qual a diferença entre o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) e o Boko Haram?
Apesar de o Boko Haram e o ISWAP terem objetivos semelhantes – a islamização da África Subsaariana –, a área de atuação dos dois e as divergências de liderança fez com que o grupo se separasse. O ISWAP atua em toda a área do Oeste Africano, enquanto o Boko Haram concentra suas bases na Nigéria.
Quem lidera o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) atualmente?
Até 2020, Abu Musab al-Barnawi liderou o ISWAP. Desde então, a questão da liderança no grupo é instável, com notícias sem confirmação ampla de mudanças no comando, mas sem amplo reconhecimento de novos líderes. Apesar disso, o grupo permanece ativo e alega ter a autoria de diversos atentados na África Subsaariana.
O que o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) faz com cristãos?
Nos ataques do ISWAP, há relatos de casas e igrejas incendiadas, cristãos mortos e sequestros de meninas. Os incidentes procuram causar medo nas comunidades cristãs e, aos poucos, eliminar a presença dos seguidores de Jesus no Oeste Africano.
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