
Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
78Religião
Capital
População
População cristã

Como é a perseguição aos cristãos nas Maldivas?
As Maldivas são um conjunto de ilhas paradisíacas popular por receber turistas de todo o mundo – mas essa recepção não se estende a maldivos que escolhem seguir a Jesus. A nação de mais de mil ilhas se declara como 100% mulçumana, então os cidadãos das Maldivas devem ser mulçumanos. Nas comunidades, qualquer desvio dos valores islâmicos é facilmente identificado e reportado às autoridades ou líderes religiosos.
As pessoas que deixam o islamismo para seguir a Jesus devem manter a fé em segredo. Até mesmo maridos, esposas e filhos precisam esconder a fé dos cônjuges e dos pais. Se descoberto, o cristão pode ter a cidadania tirada, ser isolado da sociedade e perder os benefícios do Estado por violar a sharia (conjunto de leis islâmicas).
Apesar de os cristãos estrangeiros – que trabalham no setor do turismo – terem mais liberdade do que os nativos, seus encontros são estritamente monitorados e controlados pelas autoridades. Assim, muitos preferem não organizar reuniões, com medo de perseguição. Cristãos estrangeiros são proibidos de compartilhar a fé com os maldivos.
Em setembro de 2023, o país elegeu um novo presidente, que procurou muito apoio dos grupos conservadores islâmicos. Em 2024, o partido do executivo e seus aliados venceram a maioria do parlamento.
Apesar do islamismo conservador, as autoridades se preocupam com a ação de grupos jihadistas. Até agora, cristãos não foram alvo específico dos extremistas, mas isso é mais associado ao fato de manterem a fé discreta e em segredo.
“Ser maldivo é ser muçulmano. Ser cristão nas Maldivas é ser um seguidor secreto, sem poder praticar a fé, principalmente cultuar e ter comunhão, porque pode ser vigiado o tempo todo.”
Trabalhador cristão nas Maldivas
Como as mulheres são perseguidas nas Maldivas?
Dada a interpretação extremamente rigorosa do islamismo, as cristãs mantêm a fé em segredo para evitar perseguição severa. Se uma mulher ou menina cristã é descoberta, ela corre o risco de ser forçada a se casar e exposta a violência doméstica na tentativa de forçá-la a rejeitar a nova fé. Apesar do estrito controle social nas ilhas, o abuso e a violência sexual são muito comuns e podem ser usados como ferramentas de perseguição às cristãs.
Na sociedade maldiva, todas as mulheres devem aderir à vestimenta islâmica. Desobedecer ao costume desperta suspeita e resulta em assédio.
Como os homens são perseguidos nas Maldivas?
Se um homem ou menino maldivo é descoberto como cristão, enfrentará violência física, assédio, ameaça e até mesmo prisão (embora não haja casos de aprisionamento nos últimos anos). Assim, muitos escolhem sair do país e viver no exterior.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos nas Maldivas?
A Portas Abertas promove campanhas de oração em favor dos cristãos nas Maldivas.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos nas Maldivas?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos nas Maldivas?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos nas Maldivas são: opressão islâmica, paranoia ditatorial e corrupção e crime organizado.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos nas Maldivas são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, parentes, cidadãos e quadrilhas, partidos políticos, redes criminosas.
Pedidos de oração das Maldivas
- Clame para que os cristãos secretos tenham acesso à Bíblia em sua própria língua.
- Ore para que os seguidores de Jesus sejam encorajados e fortalecidos na fé, mesmo durante a perseguição.
- Interceda pela conversão dos líderes do país e que eles governem para o bem-estar da população.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DAS MALDIVAS
O arquipélago foi habitado perto de cinco séculos antes de Cristo por povos budistas, provavelmente do Sri Lanka e Sul da Índia. De acordo com a tradição, o islamismo foi adotado em 1153. Os portugueses se estabeleceram à força em Malé de 1558 até sua expulsão em 1573. No século 17, as ilhas foram um sultanato sob a proteção de governantes holandeses de Ceilão (Sri Lanka), e, após os britânicos tomarem posse de Ceilão em 1796, as ilhas se tornaram um protetorado britânico, um status formalizado em 1887.
Em 1932, na época em que a maioria dos poderes administrativos eram de sultões e sultanas, quando a primeira constituição democrática foi proclamada, o país permaneceu um sultanato. Uma república foi proclamada em 1953, porém mais tarde no mesmo ano, o país voltou para o sultanato.
Em 1965, as Ilhas Maldivas alcançaram total independência política dos britânicos, e em 1968, uma nova república foi inaugurada e o sultanato foi abolido. As últimas tropas britânicas saíram em 29 de março de 1976, data posteriormente celebrada nas Maldivas como o Dia da Independência.
História recente e proeminência do islã
As Maldivas são um país politicamente dividido. Após a expulsão do primeiro presidente democraticamente eleito, Mohamed Nasheed, em fevereiro de 2012, seus sucessores reiteraram frequentemente a importância do islã para o país e seus planos para promover a religião. As forças da oposição, ou simplesmente as percebidas como um perigo para os governantes, foram expulsas do país e fundaram uma Oposição das Maldivas Unidas em maio de 2016, liderada pelo ex-presidente Nasheed, que recebeu asilo no Reino Unido.
A intenção do líder de evitar que o país se torne menos islâmico é a chave ideológica para entender as Maldivas. Embora a surpreendente vitória do político de oposição Ibrahim Solih, em setembro de 2018, não tenha mudado nada em relação a esse objetivo, definitivamente mudou o modo como o governo se comunica. Também trouxe de volta o ex-presidente Mohamed Nasheed, que foi nomeado presidente do parlamento. Em 6 de maio de 2021, um ataque a bomba perto da casa dele o feriu gravemente. O governo atual pretende ser mais aberto, mas isso não indica que hesitará em retocar as suas credenciais islâmicas, como demonstrou o surpreendente e rápido encerramento da ONG Maldives Democracy Network em novembro de 2019.
Esse é um bom lembrete de que a pequena minoria cristã precisa ter muito cuidado para não despertar qualquer atenção, assim como os trabalhadores migrantes cristãos, que atuam principalmente no setor de hotelaria. Portanto, é justo dizer que os cristãos estão lutando em muitas frentes atualmente.
CONTEXTO DAS MALDIVAS
O país é 100% muçulmano sunita e se um cidadão maldivo quiser se afastar do islã perderá sua cidadania. Entre os muitos trabalhadores estrangeiros, também há cristãos. Quando esses cristãos se atrevem a querer conhecer cristãos locais, precisam ser muito cautelosos e discretos.
Convertidos não têm espaço nenhum para viver a fé cristã e cristãos estrangeiros residentes no país (geralmente operários migrantes) não têm possibilidade de cultuar juntos sem temer prisão ou deportação. Em um país em que, de acordo com a Constituição, um não muçulmano não pode se tornar um cidadão das Maldivas, não é possível contar sobre a história de uma igreja que supostamente “não existe”, para a própria segurança dos cristãos maldivos.
Da mesma forma, pela Constituição, se é descoberto que alguém se converteu ao cristianismo sua cidadania será tirada e a pessoa será punida por violar a sharia (conjunto de leis islâmicas). É fácil imaginar que a pressão é extremamente alta e entender por que os convertidos permanecem escondidos. Alguns cristãos maldivos preferiram deixar o país e morar no exterior devido à pressão.
Oficialmente, não há cristãos das Maldivas, apenas cristãos expatriados. No entanto, em 2021 uma mudança foi observada em como o governo lida com os chamados “apóstatas”. A abordagem tradicional da islamização foi ilustrada quando o Ministério de Assuntos Islâmicos publicou um documento político (em abril de 2018) que tratava, entre outros tópicos, da questão dos apóstatas. Obviamente, o governo declara nesse artigo que nunca tolerará apostasia.
Na mesma época, o ministro da Defesa declarou com toda a clareza que nunca permitirá a liberdade de religião nas Maldivas, pois é um “país com valores islâmicos moderados”. O novo governo estabeleceu um sinal claro, fazendo com que a polícia encontrasse as pessoas responsáveis por classificar os outros como “apóstatas” nos blogs de mídia social e os aconselhou a não repetir essas declarações. Resta saber se isso reflete uma mudança de atitude ou apenas de tom. Por enquanto, a situação da minoria cristã nas Maldivas continua difícil.
A língua das Maldivas é o divehi e a Bíblia completa nesse idioma ainda não está disponível. No século 12, os comerciantes muçulmanos sunitas levaram o islã às Maldivas, que era um país budista há séculos. A tradição sufista forte vem declinando à medida que a influência do wahabismo saudita cresce, apesar do resfriamento recente das relações com a Arábia Saudita, quando o governo anunciou prematuramente um enorme investimento saudita nas Maldivas, enfurecendo o próprio rei saudita.
O governo que tomou posse em meados de novembro de 2018 não fez melhoras tangíveis no que diz respeito à liberdade de religião até agora.
A sociedade maldiva é muçulmana e, de acordo com números do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, muito jovem, com idade média de 29,9 anos. Há anos, as Maldivas enfrentam sérios problemas sociais, como dependência de drogas, casos de abuso sexual e altas taxas de divórcio, sem encontrar soluções.
As Maldivas têm uma das mais altas densidades populacionais do mundo, sobretudo em sua ilha principal, Malé. As comunidades muito próximas e homogêneas servem como vigias naturais para qualquer desvio dos membros, o que naturalmente inclui a opção religiosa. Portanto, a conversão ao cristianismo pode facilmente ser relatada aos líderes muçulmanos ou autoridades. Cristãos estrangeiros residentes no país, a maioria dos quais trabalhando no setor de turismo e vindos da Índia e do Sri Lanka, são vigiados de perto também, tornando a comunhão de cristãos muito difícil.
Altas taxas de abuso sexual e divórcio
Um estudo sobre a violência contra as crianças afirma que um em cada sete adolescentes na idade do Ensino Médio já foi abusado sexualmente em algum momento da vida. Também se descobriu que a taxa de abuso sexual para meninas é quase duas vezes maior (20%) em relação à taxa dos meninos (11%). As meninas estão particularmente em risco na capital, Malé.
Além disso, o estudo descobriu que 47% das crianças maldivas menores de 18 anos sofreram punição física ou emocional em casa, na escola ou na comunidade. Também é mais comum entre os estudantes que frequentam o Ensino Médio nos atóis (ilhas em forma de anel); um em cada quatro relataram terem sido molestados por adultos ou outras crianças no ano anterior. A taxa de Malé foi de 14%. Relatórios mais recentes não estão disponíveis, mas o problema é reconhecido oficialmente. O Ministério da Família e Crianças, por exemplo, relatou números mais altos de abuso de crianças em novembro de 2017 e o prefeito da capital Malé denunciou o crescente crime em sua cidade.
As Maldivas têm a maior taxa de divórcio do mundo, com uma proporção de nove em dez — alguns maldivos, supostamente, chegam a se casar sessenta vezes. Seguindo o costume islâmico, um marido pode se divorciar de sua esposa simplesmente dizendo “eu me divorcio de você” três vezes. A alta taxa de divórcio é responsabilizada pela natureza do trabalho dos maridos nas indústrias de transporte e turismo. Eles devem ficar longe de casa por um longo período de tempo. Isso resulta em falta de confiança e dificuldades financeiras para muitas mulheres.
Além disso, as Maldivas são vistas como “um paraíso perdido para o terrorismo”. Isso pode ser um exagero, mas o país tem uma das maiores taxas per capita de militantes islâmicos que lutam no exterior. Ligado a isso, outros dois desafios surgem: um é que não se tem ideia do que fazer com as viúvas e filhos de “shahids” (militantes islâmicos mortos no Iraque e Síria) que voltam para as Maldivas. As autoridades não sabem como lidar com eles. O outro desafio é que militantes islâmicos que retornaram foram absolvidos nos tribunais devido à falta de provas de que eles realmente estavam envolvidos no combate de 2015, ano em que uma lei que penaliza lutar em uma guerra estrangeira entrou em vigor. Esses homens são livres e considerados por muitos verdadeiros heróis islâmicos.
HISTÓRIA DA IGREJA NAS MALDIVAS
Segundo o governo, o país é 100% muçulmano sunita e todos os cidadãos das Maldivas devem ser muçulmanos. Não há igrejas históricas nas Maldivas.
Cristãos expatriados geralmente vêm da Índia, do Sri Lanka ou de Bangladesh. Essas comunidades são monitoradas de perto, mas a maioria delas tem a liberdade de se reunir, desde que permaneçam estritamente entre si. Os cristãos expatriados não têm contato com os cristãos de origem muçulmana nativos.
Os cristãos de origem muçulmana enfrentam de longe a mais alta perseguição, já que, oficialmente, eles não existem no país.