Tribos cristãs em Mianmar são oprimidas pelo exército

Ser um cristão em Mianmarpode ser difícil, por isso Cho(pseudônimo), um de nossos parceiros locais,tem um coração voltado ao seu povo.“Em nosso cartão de identidade, está escrito o nome da nossa tribo, chin,e a religião,cristã. Quando as pessoasveem isso,nos discriminam. Elas não se importam conosco.Às vezes, quando tentamosfazer algumprograma de Natal, precisamos da permissão das autoridades. Essa é a lei. Não podemos fazer isso livremente.Não tínhamos permissão das autoridades para construira igreja, mesmo tendo um terreno”, explica Cho.
O governo militar piorou a situação para Cho e seu povo, afinal, o exército de Mianmnar tem uma longa história de opressão à tribo cristã chin nos estados de Chin, Kayah e Kachin, muito antes do golpe, há dois anos. A violência enfrentada pelo povo de Cho nas mãos dos militares ocorre há décadas. Igrejas foram fechadas, cruzes retiradas dos telhados e cristãos constantemente agredidos e ameaçados. “Quando os militares vêm à vila, nos forçam a carregar suas armas e cargas pesadas dia e noite, sem pagamento. As famílias sofrem sem a presença dos pais, podendo apenas orar por eles.Eles também não se importam de termos os domingoscomo dia de adoração. Precisamos obedecê-lose segui-los para todos oslados,não temos uma escolha”, conta.
Quando Cho foi convidado a participar do treinamento de preparação para a perseguição da Portas Abertas, em 2008, isso transformou seu coração. “O que realmente me tocou durante o treinamento foi sobre não querer vingança e amar nossosinimigos. Principalmente com relação aos militares que nos perseguem, a quem odiamos muito em nosso coração e mente. Eu queria muito me vingar deles, mas quando vi na Bíblia que a perseguição fazparte da vida docristão, aprendi a aceitar o que nos acontecer. Entãoos perdoei e agora posso controlar minha raiva”, compartilha.
Vidas como testemunhos
O texto de Atos 1.8 é como umaâncorapara Cho: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeiae Samaria, e até os confins da terra”.“Esse textodiz que seríamos testemunhas para outros. Testemunhas em como falamos, agimos, vivemos, em tudo que fazemos. Nossas vidas são um testemunho. Então devo ser uma testemunha para os outros,me fortalece ser capaz de ensinar aos outros e conduzi-los a Deus”, disse.
Cho também aprecia como cristãos que encontra viajam longas distâncias apenas para participar do treinamento.Não é apenas ele que faz uma jornada perigosa, os cristãos também.“Quando convidamos pessoas para participar do treinamento, reunimos quatro ou cinco vilas. Eles viajam de suas vilas até o lugar onde nos reunimos para o treinamento e também enfrentam muitos desafios no caminho. Também precisam cruzar postos militares para participar do treinamento. Após viagensde dez a doze horas, quando finalmente nos encontramos, ficamos muito felizes. Eles nos recebem calorosamente e nos tratam da melhor maneira possível.Ficomuito felizquando nos encontramos. Vemos pessoas sorrindo e ansiosas a nossa espera. Isso me fortalece ainda mais paraensinar.”
Para Cho, todos os riscos valem a pena:“Nós amamos nosso povo, então queremos compartilhar com eles as coisas que sabemos. Eu tenho uma responsabilidade e, embora a jornada seja difícil, há alegria. Eu não considero isso um problema porque quando compartilhamoso que aprendemos sobre a palavra de Deus, em obediência a Deus,a responsabilidade se torna mais leve”.
Presença em meio à perseguição
Muitos cristãos perseguidos vivem em áreas distantes e remotas. Apoio prático e oportunidades de treinamento são poucas e distantes. Parceiros da Portas Abertas, como Cho,buscam estar presentes no local, chegando aos cristãos mais distantes e difíceis de alcançar – principalmente os que se sentem mais isolados em sua fé. Não importase precisarãoviajar de avião, trem, motocicleta ou a pé – nossos parceiros fazem jornadas perigosas para servir aos cristãos perseguidos na Ásia, porque essas jornadas definitivamente valem o risco.Doe agorae permita que mais cristãos que vivem em áreas remotas no Sudeste Asiático sejam alcançados.
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