Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
64Religião
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População
População cristã

O que mudou este ano no Quênia?
Apesar de o Quênia ser 85% cristão, a perseguição continua significativa, como refletido na pontuação geral do país, que aumentou em um ponto. Esse aumento é principalmente atribuído ao aumento da violência. Enquanto a pressão média sobre os cristãos permaneceu estável, a esfera da igreja experimentou maior pressão, particularmente nas regiões nordeste e costeira. Os cristãos no Quênia também enfrentam desafios significativos na vida privada e comunitária. Esses fatores destacam os crescentes perigos e hostilidades enfrentados pelos cristãos, especialmente nas regiões afetadas pelas atividades de grupos extremistas, como o Al-Shabaab.
“Muitas pessoas começaram a nos isolar. Elas diziam que não pertencíamos mais à tribo.”
Munah, cristã perseguida no Quênia
Como é a perseguição aos cristãos no Quênia?
Ao longo da última década, o Quênia tem enfrentado um aumento de ataques do Al-Shabaab, um dos grupos jihadistas mais letais da África. Essa violência crescente colocou os cristãos, especialmente os de origem muçulmana nas regiões nordeste e costeira, sob grave ameaça. Eles enfrentam perigo não apenas dos militantes, mas também de suas próprias famílias.
As operações do Al-Shabaab cresceram significativamente, com incidentes ligados ao grupo dobrando, apenas em junho de 2023. A recente reabertura dos pontos de fronteira entre o Quênia e a Somália, juntamente com a retirada da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS, na sigla em inglês), aumentou ainda mais os temores de violência crescente.
A situação é agravada pelo aumento do crime organizado e pela corrupção arraigada, que criou um ambiente onde a perseguição baseada na fé muitas vezes fica impune. As comunidades cristãs têm sido traumatizadas, levando a um êxodo em massa de prestadores de serviços essenciais das regiões nordeste, tornando essas áreas cada vez mais perigosas para aqueles que permanecem.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Quênia?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos no Quênia?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Quênia são: opressão islâmica, opressão do clã, corrupção e crime organizado.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Quênia são: grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, parentes, líderes religiosos não cristãos, líderes de grupos étnicos, oficiais do governo e redes criminosas.
Pedidos de oração do Quênia
- Ore pelo fim dos grupos criminosos e extremistas, para que haja paz e os cristãos possam expressar sua fé em segurança.
- Clame por provisão de Deus para as necessidades físicas, emocionais e espirituais dos cristãos.
- Interceda para que os governantes tenham compromisso com a verdade e a justiça e liderem o país para o bem-estar de toda população.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DO QUÊNIA
Desde a fundação da nação em 1964, a política tribal continua a servir como a tendência política dominante no país. No entanto, alguns fatores ajudaram a diminuir a tensão decorrente da política tribal: a nova Constituição em 2010, as eleições pacíficas de março de 2013, quando Uhuru Kenyatta (filho do primeiro presidente do Quênia) ganhou o voto para o escritório presidencial e o consentimento de poder para o sistema de condados.
Em um pano de fundo de sérios desafios socioeconômicos, as incursões crescentes dos radicais do Al-Shabaab e a instabilidade geral na Somália são grandes preocupações de segurança, particularmente à luz dos ataques de 2013-2015 em Nairóbi e no Nordeste do país, especialmente o ataque à Universidade de Garissa.
Espera-se que a agitação civil, a corrupção e o sentimento antigoverno cresçam significativamente, uma vez que a corrupção permanece endêmica e altamente visível. Nesse contexto, a devolução do poder para os condados poderia ser um passo positivo para trazer um nível regional mais igual de desenvolvimento e estabilidade política em relação às tensões étnicas históricas do país.
Um evento importante em 2017 foram as eleições gerais ocorridas em agosto. Após a Suprema Corte queniana anular o resultado e repetir as eleições em outubro de 2017, o presidente Uhuru Kenyatta seguiu liderando as pesquisas. As eleições foram conduzidas pacificamente, em contraste com as eleições de 2007 que resultaram em tensões acaloradas, culminando com mais de 1,2 mil pessoas mortas. Em 2018, o presidente eleito e o líder principal da oposição anunciaram que concordaram em trabalhar juntos.HISTÓRIA DA IGREJA NO QUÊNIA
O cristianismo foi introduzido na região do atual Quênia pelos portugueses no século 16. Eles foram expulsos da região costeira do país em 1698 pelas forças de Omã. Como resultado, o cristianismo não pôde estabelecer-se no Quênia até 1844, quando a Sociedade Missionária da Igreja Anglicana (CMS) enviou Johann Ludwig Krapf.
Em 1862, metodistas britânicos chegaram a Mombaça. Os “pais brancos”, da Sociedade dos Missionários da África, vinculados à Igreja Católica Romana chegaram ao Quênia em 1889. Em 1910, o pentecostalismo chegou com representantes das Assembleias Pentecostais do Canadá. O Exército da Salvação começou a trabalhar no Quênia em 1921.
A chegada do cristianismo do exterior foi seguida pelo estabelecimento de igrejas indígenas no país. A Missão Momiya Luo foi estabelecida por antigos anglicanos em 1914. A Igreja Africana do Espírito Santo foi fundada em 1927. A Fundação do Quênia da Igreja dos Profetas também foi criada em 1927, a Igreja Nacional Independente da África em 1929 e a Igreja do Evangelismo Bíblico em 1936.CONTEXTO ATUAL DO QUÊNIA
A Constituição queniana garante a liberdade de religião, e os cristãos tiveram uma parte importante na formação do Estado moderno do Quênia. A nação é de maioria cristã, que representa 82,3% da população.
Os cristãos tendem a se concentrar nas regiões oeste e central do país, enquanto a população muçulmana vive nas regiões costeiras do Leste. Além disso, muitos quenianos incluem crenças nativas em suas práticas religiosas, sejam islâmicas ou cristãs.
A partir de 3 de julho de 2020, cerca de 95 mil pessoas foram deslocadas por enchentes, deslizamentos de terra e conflitos localizados. Por isso, receberam abrigo temporário e itens não alimentares.
A violência doméstica é amplamente tolerada e aumentou como resultado das restrições do COVID-19. Mas a população já lutava contra esse problema no ano anterior à pandemia e diversos protestos contra a violência de gênero ocorreram no país.