Tipo de perseguição
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População cristã

Como é a perseguição aos cristãos em Moçambique?
A ascensão do extremismo islâmico no Norte do país, especialmente em regiões como Cabo Delgado, teve um impacto devastador na vida dos cristãos. Igrejas foram incendiadas, pastores sequestrados e muitos perderam a vida. O objetivo desses grupos é estabelecer um Estado islâmico, e os cristãos são frequentemente apontados como símbolo de resistência a essa ideologia extremista. Além disso, os seguidores de Jesus muitas vezes foram pegos no fogo cruzado do conflito em curso entre as forças do governo e os grupos jihadistas, tornando-os ainda mais vulneráveis à violência e ao deslocamento.
Moçambique também se tornou um importante centro de tráfico de drogas, com a presença de cartéis contribuindo para um clima de ilegalidade e violência, que afeta indiretamente a comunidade cristã. Os jovens da igreja estão particularmente em risco, pois muitas vezes são vistos como ameaças aos cartéis por se manifestarem contra essas gangues e por procurarem proteger potenciais “recrutas”.
Os cristãos de origem muçulmana e os que deixam as religiões tradicionais africanas para seguir a Jesus são vulneráveis à perseguição da própria família. Isso pode incluir divórcio, casamento forçado, perda da custódia dos filhos e deserdação. Nas regiões orientais de maioria muçulmana, mulheres e meninas cristãs são obrigadas a cumprir o código de vestimenta islâmico em todas as escolas muçulmanas e áreas comunitárias.
“Em Moçambique, nós, cristãos, somos alvos de muita perseguição, muitos cristãos são violados e mortos, várias igrejas e casas são destruídas.”
Mario (pseudônimo), líder cristão em Moçambique
Como as mulheres são perseguidas em Moçambique?
A crescente ameaça do extremismo islâmico em Moçambique tornou as mulheres e meninas cristãs extremamente vulneráveis a sequestro, violência sexual, casamento forçado e escravidão sexual. Houve relatos de sequestros em que meninas cristãs foram levadas como “troféus de guerra”.
Moçambique também tem uma das maiores taxas de casamento infantil do mundo, com 53% das meninas se casando antes dos 18 anos. Isso geralmente é alimentado pela baixa educação e poucas oportunidades de trabalho para mulheres e meninas. Os pais cristãos podem sentir pressão cultural para se conformar às normas da comunidade, forçando suas filhas a se casarem com muçulmanos, mesmo que isso tenha implicações para a fé. Esses casamentos podem ser abusivos, trazendo traumas tanto para as vítimas quanto para suas famílias. Devido ao conflito em curso no Norte de Moçambique, muitas meninas foram forçadas a abandonar os estudos.
Como os homens são perseguidos em Moçambique?
O principal fator de perseguição em Moçambique é a opressão islâmica, particularmente no Norte. Homens e meninos cristãos têm sido particularmente visados por militantes islâmicos. Os meninos são recrutados à força para as fileiras da milícia, enquanto homens mais velhos são frequentemente mortos porque são considerados “fracos” por serem cristãos.
Enquanto isso, os líderes das igrejas foram alvos de assédio das autoridades por criticarem o governo e se manifestarem contra a perseguição religiosa. Os pastores também relataram ter visto de saída do país negado e terem sido encarcerados por até três anos em campos de reeducação.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos em Moçambique?
A Portas Abertas apoia cristãos perseguidos no Norte de Moçambique provendo ajuda emergencial, treinamento de preparação para a perseguição e projetos de geração de renda.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Moçambique?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Moçambique?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Moçambique são: opressão islâmica, corrupção e crime organizado, paranoia ditatorial, opressão do clã.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de fãs de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Moçambique são: grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, parentes, líderes religiosos não cristãos, redes criminosas, oficiais do governo, líderes de grupos étnicos.
Pedidos de oração de Moçambique
- Ore por proteção para os cristãos no Norte de Moçambique, pois a região permanece instável e vulnerável a ataques de grupos extremistas.
- Peça a Deus que conforte e cure os cristãos traumatizados por causa dos ataques violentos.
- Interceda pelos parceiros locais da Portas Abertas que trabalham em Moçambique para que estejam seguros enquanto buscam fortalecer a fé da igreja no país.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE
Durante a era colonial, a história de Moçambique foi escrita como se tivesse começado com a chegada dos portugueses, mas as pessoas dessa região desenvolveram comunidades complexas baseada na agricultura, pecuária, mineração, artesanato e comércio muito antes do primeiro pequeno grupo de colonizadores portugueses chegarem, no século 16.
A viagem de Vasco da Gama ao redor do Cabo da Boa Esperança em direção ao Oceano Índico em 1498 marcou a entrada europeia no comércio, política e sociedade no mundo do Oceano Índico. Os portugueses ganharam controle da Ilha de Moçambique e da cidade portuária de Sofala no começo do século 16. Os portugueses conseguiram tomar muito do comércio costeiro dos árabes entre 1500 e 1700. Durante o século 19, outros poderes europeus, principalmente os britânicos e os franceses, se tornaram cada vez mais envolvidos no comércio e na política da região.
Entre os anos 1890 e 1930, o domínio português em Moçambique era caracterizado pela exploração do povo e recursos africanos por partidos privados. Após quase cinco séculos como uma colônia portuguesa, Moçambique se tornou independente em 1975. Seguiu-se uma migração em larga escala, uma dependência econômica da África do Sul, uma seca severa e uma guerra civil prolongada, o que serviu para prejudicar o desenvolvimento do país até o meio dos anos 1990.
O partido do governo, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), formalmente abandonou o marxismo em 1989, e uma nova Constituição no ano seguinte garantiu eleições multipartidárias e uma economia de mercado livre. Um acordo de paz negociado pelas Nações Unidas entre a FRELIMO e as forças rebeldes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) encerrou o conflito em 1992. Em 2004, Moçambique passou por uma transição delicada quando Joaquim Chissano renunciou, depois de 18 anos no cargo de presidente. O sucessor eleito, Armando Guebuza, cumpriu dois mandatos e então passou o poder executivo para Filipe Nyusi, em 2015.
Sucesso pós-conflito e instabilidade
Considerado por muito tempo como sendo uma história de sucesso no pós-conflito, Moçambique atualmente se encontra em um período de incerteza, com um passado político de progresso e atuais oportunidades econômicas ameaçadas por tensões não resolvidas. Após um período de reconstrução pós-guerra, o país desfrutou de constante e sólido progresso econômico. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tem média entre 7 e 8% para a última década, e a descoberta de significativas reservas de carvão e gás tem levado a grandes investimentos estrangeiros. Mas mesmo com forte crescimento econômico e progresso político marcado por cinco eleições multipartidárias consecutivas, problemas como pobreza, desigualdade, corrupção e violência política persistem.
A prosperidade econômica tem sido prejudicada desde o retorno da instabilidade política e violência em 2012. Naquele ano, as tensões renovadas entre a RENAMO e a FRELIMO questionaram o progresso político feito desde 1992, preocupando investidores e manchando a imagem do país como uma história de sucesso pós-guerra. As forças armadas restantes da RENAMO têm se comprometido em um baixo nível de insurgência desde 2012, apesar de um cessar-fogo do final de dezembro de 2016 ser mantido até 2017. Combates surgiram novamente em 2019, quando a FRELIMO permaneceu no poder após o resultado das eleições.
Enquanto isso, militantes islâmicos violentos têm atacado populações civis no Norte do país. Cristãos são fortemente afetados e têm fugido de casa para evitarem se tornar alvos de jihadistas.
HISTÓRIA DA IGREJA EM MOÇAMBIQUE
O cristianismo foi introduzido em Moçambique por católicos romanos dominicanos em 1506. Monges jesuítas e agostinianos depois ajudaram os dominicanos a estabelecer a Igreja Católica Romana em Moçambique. Em 1881, o cristianismo protestante chegou a Moçambique por meio de missionários da Junta Americana de Comissários para Missões Estrangeiras. Como resultado do Tratado de Berlim, de 1885, as autoridades se tornaram mais abertas a admitir missionários não católicos. Em 1889, o bispo William Taylor da Igreja Episcopal Metodista se mudou para o país.
CONTEXTO DE MOÇAMBIQUE
A população imigrante sul-asiática e das províncias do Nordeste são predominantemente muçulmanas, principalmente ao longo da costa, enquanto algumas áreas no interior do Nordeste têm uma grande concentração de comunidades cristãs. Cristãos são mais numerosos nas regiões sudeste e central, mas muçulmanos também vivem nessas áreas.
A distinção entre sunitas e xiitas não é particularmente importante para muitos muçulmanos locais, e muçulmanos são mais propensos a se identificarem com o líder local religioso que seguem, do que como sunitas e xiitas.
Há diferenças significativas entre as práticas de muçulmanos de origem africana e aqueles de contexto sul-asiático. Além disso, clérigos muçulmanos africanos têm cada vez mais buscado treinamento no Egito, Kuwait, África do Sul e Arábia Saudita, voltando com uma abordagem mais fundamentalista do que a tradição local, do islamismo suaíli com base sufista, mais comum no Norte.
Ataques extremistas a partir de 2017
O islamismo é a religião minoritária em Moçambique com os principais pontos no Norte do país. De outubro de 2017 em diante, houve ataques recorrentes contra cristãos por militantes islâmicos, fazendo com que mais de mil residentes fugissem de suas casas. Em 2019 e 2020, jihadistas continuaram atacando igrejas e cristãos, assim como instalações do governo e outros civis.
Muitas igrejas pequenas, que se dividiram de denominações tradicionais, se fundiram a práticas e crenças nativas africanas. Algumas comunidades muçulmanas também continuam realizando rituais nativos.
Povos, línguas e religiões
Cerca de 99% dos moçambicanos são descendentes de tribos como makua, tonga, chokwe, manyika e sau. Há também pequenas minorias europeias, árabes e sul-asiáticas. A capital de Moçambique é Maputo, que é também a maior cidade do país. Em Moçambique, a língua oficial é o português, mas o inglês também é falado nas principais cidades, como Maputo e Beira.
Em algumas áreas remotas, os adeptos do sistema de crenças indígenas veem o crescimento das atividades evangelísticas cristãs como uma ameaça. Como resultado, líderes comunitários reclamam com frequência sobre alguma ação da igreja.
Moçambique é um país pobre e pouco povoado com altas taxas de fertilidade e mortalidade. Cerca de 45% da população tem menos de 15 anos. A alta taxa de pobreza em Moçambique é causada por desastres naturais, doenças, alto crescimento populacional, baixa produtividade agrícola e distribuição desigual de riqueza. A taxa de natalidade do país está entre as mais altas do mundo, com média de mais de cinco filhos por mulher, e é maior em áreas rurais, pelo menos nas últimas três décadas. O contínuo alto nível de fertilidade reflete na desigualdade de gênero, baixo uso de contraceptivos, casamentos e gestações precoces, e uma falta de instrução, principalmente entre as mulheres.