Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
49Religião
Capital
População
População cristã

O que mudou este ano no Líbano?
O aumento no índice de pressão aconteceu em decorrência do crescimento do fanatismo dentro de algumas comunidades islâmicas sunitas e xiitas e do enfraquecimento da presença cristã. O número já relativamente alto de atos de vandalismo e roubos contra igrejas aumentou em comparação com os dados de 2024.
“As pessoas da vizinhança começaram a falar mal de nós, pois éramos abertas sobre nossa conversão.”
Sozan (pseudônimo), cristã de origem muçulmana do Oriente Médio
Como é a perseguição aos cristãos no Líbano?
O Líbano serve como um refúgio seguro para diversos grupos religiosos e étnicos, como os cristãos. No entanto, a população cristã diminuiu e teme-se que sua influência política esteja caindo, já que a demografia do país mudou muito nos últimos cinco anos.
Embora as comunidades cristãs históricas permaneçam enraizadas na sociedade libanesa, a oposição é muitas vezes baseada em fatores territoriais ou políticos, e não na religião. Nos últimos anos, as comunidades cristãs que fazem fronteira com áreas de maioria muçulmana tornaram-se alvos de agressão. Também houve oposição às instituições de caridade cristãs que fornecem ajuda aos refugiados sírios. Além disso, desde 2023, observou-se um aumento notável nos ataques a locais sagrados cristãos.
Os cristãos de denominações não tradicionais no Líbano, às vezes, enfrentam críticas das comunidades cristãs históricas e pressão de grupos não cristãos, especialmente se forem vistos como evangelistas. Os cristãos de origem muçulmana ou drusa encontram mais resistência e violência por parte da família e da comunidade local.
Como posso ajudar os cristãos no Líbano?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos no Líbano?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Líbano são: opressão islâmica e opressão do clã.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Líbano são: cidadãos e quadrilhas e parentes.
Pedidos de oração do Líbano
- Ore para que a liberdade religiosa dos cristãos seja respeitada, mesmo daqueles de origem muçulmana e drusa.
- Interceda por paz no Líbano, para que os cidadãos vivam sem medo de conflitos armados.
- Peça pela frustração dos planos de extremistas islâmicos, assim como pelo fim de grupos que perseguem os cristãos no país.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA IGREJA NO LÍBANO
De acordo com o livro de Atos, o apóstolo Paulo visitou cristãos em Tiro e Sidom, regiões localizadas no território do Líbano. Isso significa que a presença cristã no Líbano remonta aos primórdios do cristianismo no século 1. Porém, o crescimento da religião só começou quando os monges do Mosteiro de Maron, na Síria, iniciaram um assentamento de eremitas perto de Biblos, no século 4.
Mais maronitas fugiram da Síria para as montanhas do Líbano depois de sofrerem perseguição por parte dos exércitos bizantinos (pois eram considerados hereges) e dos exércitos árabes que conquistaram a Síria e o Líbano em 636 d.C., abrindo caminho para o islã. Por volta do século 8, os maronitas formaram uma família eclesial separada, com seus próprios patriarcas e com alguns traços teológicos únicos.
Quando os cruzados católicos romanos desembarcaram no Líbano, foram recebidos como libertadores e irmãos pelos maronitas. Os laços entre Roma e os maronitas tornaram-se cada vez mais estreitos e, a partir do século 16, o número de missionários católicos romanos aumentou no país. Durante um sínodo em 1736, as questões mais pendentes entre Roma e os 13 bispos maronitas foram resolvidas, e a Igreja Maronita uniu-se formalmente a Roma.
Em 1860, cerca de dez mil maronitas foram mortos pelos drusos e as suas aldeias e igrejas foram arrasadas. A França enviou um exército para defender os maronitas e, desde então, o papel dos franceses no Líbano cresceu significativamente.
Em 1823, o trabalho da Missão Síria começou em Beirute. A Missão Síria tinha uma gráfica na capital libanesa, um hospital em Trípoli e muitas escolas primárias e secundárias. Eles também fundaram o Colégio Protestante Sírio em 1862. A tradução da Bíblia para o árabe (em 1865) foi outro sucesso importante. Em 1848, a Missão Síria abriu a sua primeira congregação protestante em Beirute, liderada por um pastor nativo. Em 1908, havia 2.744 membros nessas igrejas protestantes no Líbano e na Síria juntas; o impacto do trabalho missionário na sociedade foi claramente mais impressionante do que os números nos bancos da igreja.
A fome, a pobreza e os problemas com os drusos fizeram com que muitos cristãos emigrassem para as Américas antes da Primeira Guerra Mundial. O domínio otomano sobre o Líbano durante a Grande Guerra foi devastador. De uma população de 450 mil habitantes, 100 mil pessoas perderam a vida, principalmente devido à fome e às doenças. Muitos cristãos escaparam pela emigração. Ao mesmo tempo, milhares de armênios fugitivos do genocídio turco encontraram refúgio seguro no Líbano.
O Estado moderno do Líbano foi estabelecido pela França em 1920. Durante um pacto nacional, foi acordado que o presidente da República seria sempre um maronita. Em 1941, o Líbano proclamou a sua independência e as tropas francesas partiram em 1946. A Guerra Civil Libanesa (1975-1990) levou 100 mil cristãos a emigrar. Eles formavam maioria no Líbano em 1946; em 2023, seus números diminuíram para 30 a 35%.HISTÓRIA DO LÍBANO
O Líbano é o berço dos fenícios, um povo famoso pelo comércio e pela navegação. Eles fundaram importantes cidades como Tiro e Sidom. A localização do país facilitou a invasão e a dominação de impérios como persa, macedônico e romano.
Durante o século 7, os árabes chegaram ao Líbano e propagaram a religião islâmica e a língua árabe. Em 1517, o Império Otomano conquistou o território libanês e outros países da região, como Síria, Palestina e Jordânia.
O Estado atual foi fundado em 1920, nascendo como um Estado moderno quando a França criou o Grande Líbano sob mandato da Liga das Nações. O país se tornou uma república em 1926 e conquistou a independência em 1943.
Como a população cristã era maioria, com 51% no censo de 1932, os cristãos tinham a cadeira da presidência, a maioria no Parlamento e o comando das Forças Armadas. No entanto, a população muçulmana mais pobre cresceu mais do que a comunidade cristã mais rica, que também emigrava em grande número. Ficou evidente que os cristãos detinham uma quantidade desproporcional de poder. Sem a realização de um novo censo, as tensões e a insatisfação surgiram com o passar dos anos e desencadeou a Guerra Civil Libanesa, que ocorreu entre 1975 e 1990.
A presença da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no Líbano e o seu envolvimento no conflito foi outro fator importante na eclosão e continuação da Guerra Civil Libanesa. A presença da OLP, especialmente no Sul, gerou tensões com Israel e conflitos internos entre as várias facções libanesas.
Outras causas foram as complexas relações religiosas e políticas no Líbano e a interferência de países vizinhos, como Israel e a Síria, nos assuntos libaneses. Em 1989, foi concluído o Acordo de Taif, que incluía uma divisão igualitária dos assentos parlamentares entre cristãos e muçulmanos, além de diminuir o poder do presidente maronita e aumentar a influência do primeiro-ministro sunita. Hoje, os cristãos representam cerca de 33,9% da população. Há anos que grupos muçulmanos exigem um novo censo, o que poderá levar a exigências de um novo acordo de partilha de poder.
O início do século 21 foi marcado pela instabilidade política e pela tensão entre Líbano, Síria e Israel. Em 2006, houve uma uma guerra de 34 dias com Israel devido a um conflito com o grupo extremista xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã. A filial política desse grupo tem uma influência considerável no governo libanês.
A guerra civil na Síria incitou ainda mais as tensões religiosas e levou a confrontos entre muçulmanos sunitas e alauitas, e entre forças do governo libanês. Além disso, as guerras por procuração (em inglês, proxy war) – um conflito armado no qual dois países se utilizam de terceiros (os proxies) como intermediários ou substitutos, de forma a não lutarem diretamente entre si – entre Arábia Saudita, Irã, Síria e Israel, aumentaram a instabilidade política no país.
Os principais desenvolvimentos nos últimos anos incluem turbulências políticas e econômicas significativas desde 2019, o que levou a desafios contínuos para o país. A explosão no porto de Beirute em agosto de 2020, juntamente com o impacto do confinamento provocado pela COVID-19, a corrupção governamental generalizada e as quedas no valor da moeda tiveram consequências importantes para o povo, a política e a economia libaneses, levando ao colapso do governo. A guerra na Ucrânia agravou a crise econômica do Líbano em março e abril de 2022 e resultou na crise do pão, devido à escassez de cereais. As eleições parlamentares de maio de 2022 não resultaram em um vencedor claro, contribuindo para a instabilidade econômica contínua. Em junho do mesmo ano, o presidente Michel Aoun convidou o primeiro-ministro Najib Mikati para formar um novo governo, mas isso tornou-se difícil. O mandato de Aoun expirou em outubro de 2022 e a presidência continua vaga, enquanto o primeiro-ministro governa como administrador interino.
Em 2023, a crise econômica em curso levou a protestos constantes, além do vácuo presidencial e do aumento das tensões entre Hezbollah e Israel. Em agosto, ocorreram confrontos entre grupos cristãos e muçulmanos xiitas em uma aldeia predominantemente cristã maronita perto de Beirute. Os conflitos foram causados a partir de um tiroteio para impedir a locomoção de um veículo que supostamente transportava munições do Hezbollah. Na ocasião, um civil e um membro do grupo extremista foram mortos.
Em setembro de 2023, intensificaram-se os combates entre facções armadas palestinas em um campo de refugiados no Sul do país. Isso causou mortes, destruição de centenas de casas e provocou o deslocamento de centenas de famílias. Paralelo à guerra Israel-Hamas em outubro de 2023, ocorreram confrontos fronteiriços mortais entre Hezbollah e Israel, que aumentaram em frequência e intensidade nos primeiros meses de 2024, aumentando o risco de um conflito regional.
Como resultado do lançamento diário de foguetes ao longo da fronteira Israel-Líbano, milhares de cristãos foram deslocados, com até 90% da população nas aldeias cristãs do Sul abandonando suas casas. A guerra em curso em Gaza lançou uma sombra sobre as celebrações do Natal nas aldeias fronteiriças do Sul do Líbano. Os líderes da igreja local estão preocupados que outra guerra represente uma ameaça à presença histórica cristã na área.CONTEXTO ATUAL DO LÍBANO
De acordo com as estatísticas, 60% da população é muçulmana e 33,9% cristã. Os muçulmanos estão quase igualmente divididos entre sunitas e xiitas, incluindo percentagens menores de alauitas e ismaelitas. O equilíbrio étnico e religioso da população é uma questão delicada e nenhum censo oficial foi realizado desde 1932, portanto, não há dados oficiais sobre as percentagens relativas dos diferentes grupos. Estima-se que os cristãos constituam 30% a 35% dos cidadãos no Líbano. A diáspora libanesa, maior do que a população no Líbano, inclui uma percentagem maior de cristãos registrados que são católicos (maronitas, caldeus, gregos, latinos, armênios e siríacos), ortodoxos gregos ou ortodoxos orientais.
Socialmente, o Líbano é um dos países mais pluriformes do Oriente Médio, com uma diversidade de expressões sociais e culturais. A cultura libanesa é uma fusão de tradições, costumes e práticas que refletem a herança diversificada e a sociedade dinâmica do país. A cultura jovem é particularmente inovadora no país e o Líbano tem uma rica história de educação, com muitas instituições intelectuais e várias gráficas para fornecer recursos educativos e livros para a região. No entanto, a atual crise socioeconômica e a instabilidade econômica, a pobreza e o desemprego resultaram na dificuldade da população de ter suas necessidades básicas supridas, como alimentação, cuidados de saúde e educação.