Tipo de perseguição
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População cristã

O que mudou este ano em Honduras?
O índice de violência aumentou em Honduras devido ao aumento no número de cristãos mortos e igrejas atacadas. Enquanto isso, a pressão sobre os cristãos diminuiu em decorrência da concentração de incidentes em áreas específicas do país com níveis elevados de violência.
“Cristãos em áreas dominadas por gangues violentas são particularmente visados quando o trabalho na igreja é visto como um obstáculo às atividades criminosas.”
Rossana Ramirez, analista de perseguição sobre Honduras
Como é a perseguição aos cristãos em Honduras?
Em áreas dominadas por grupos criminosos, os cristãos que se opõem a atividades fora da lei provavelmente enfrentarão extorsão, agressão, ameaça de morte e até mesmo assassinato. Ex-membros de gangues que se convertem ao cristianismo também se tornam alvo de vigilância e retaliação, especialmente se sua conversão não for considerada “genuína” na opinião do grupo criminoso.
Membros de gangues estrangeiras (principalmente salvadorenhas) se estabeleceram no país e contribuíram tanto para o aumento da tensão entre criminosos locais e estrangeiros, como para a extorsão e a ação violenta contra cristãos que não estão alinhados com seus interesses ilícitos.
Devido aos altos níveis de corrupção e conluio entre as autoridades e os grupos criminosos, as políticas governamentais anunciadas para combater a violência são geralmente ineficazes. Ao invés de enfraquecer esses grupos, tais medidas muitas vezes reforçam seu poder local, o que subsequentemente expõe os cristãos ao risco de represálias quando suas ações são vistas como um risco para os interesses criminosos.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Honduras?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Honduras?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. O tipo de perseguição aos cristãos em Honduras é: corrupção e crime organizado.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Honduras são: redes criminosas e oficiais do governo.
Pedidos de oração em Honduras
- Interceda por paz em Honduras e peça pelo fim da corrupção e do crime organizado.
- Clame por segurança e sabedoria aos cristãos que se mantêm firmes na Bíblia e se opõem à corrupção.
- Ore por consolo e cura de todos os cristãos que perderam entes queridos vítimas da criminalidade.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE HONDURAS
Quando a Espanha chegou para colonizar Honduras, a terra estava ocupada por uma variedade de povos indígenas. O ouro estimulou a Espanha a conquistar a área no início do século 16, e a cidade mineradora de ouro de Gracias se tornou a capital da América Central Espanhola em 1544. A independência da Espanha veio em 1821 e do México em 1823, quando Honduras se uniu à formação da República Federal da América Central. A oposição popular e conservadora às políticas liberais levou ao colapso da federação, e Honduras declarou sua completa independência em 5 de novembro de 1838. Durante meados do século 19, apesar de sua declaração de soberania, Honduras apoiou os esforços para restaurar a união da América Central, enquanto sua independência real estava limitada por seus vizinhos mais poderosos.
Honduras foi governado por militares de 1963 até as eleições de Ramón Ernesto Cruz (1971-72). Porém o chefe das Forças Armadas, Osvaldo López Arellano, era quem detinha o poder real e em dezembro de 1972 removeu Cruz do cargo. Em novembro de 1981, o país elegeu um governo civil após 17 anos de quase contínuo governo militar.
O presidente Juan Orlando Hernandez, eleito pela primeira vez em 2013, foi reeleito para o cargo em dezembro de 2017 sob grande controvérsia. Em 2015, a Suprema Corte de Justiça julgou a favor de permitir o atual presidente a concorrer a outro mandato. Os partidos de oposição foram contra essa decisão e consideraram como uma violação da Constituição. Isso levou à agitação civil e o governo declarou estado de emergência e impôs toque de recolher. De acordo com o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, houve mais de 20 mortes, 60 feridos e cerca de 1.351 prisões por violação do toque de recolher. Apesar de todas os pedidos para anular o resultado das eleições e apesar das recomendações da Organização dos Estados Americanos para realizar novas eleições, Hernandez ficou no poder. Desde então, altos níveis de corrupção e impunidade se tornaram profundamente enraizados na sociedade hondurenha.
Para fugir da violência e pobreza em Honduras, tem havido uma onda de migração rumo ao México e aos Estados Unidos. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), com a flexibilização das medidas da COVID-19, milhares estão em fuga novamente, alguns buscando asilo na Guatemala.
Em novembro de 2020, o Furacão Eta e o furacão Lota afetaram seriamente Honduras. As enchentes causaram mortes, desabrigamento, destruição de casas, estradas e infraestrutura. De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras, em 25 de novembro de 2020, 89.335 pessoas estavam em abrigos e 399.062 foram evacuadas de suas casas. Isso, mais a crise econômica causada pela pandemia da COVID-19, piorou a crise humanitária no país.
Em novembro de 2021, em meio a uma alta participação popular, Honduras votou na primeira presidente mulher da história. Xiomara Castro (mulher de Manuel Zelaya, um antigo presidente deposto em um golpe em 2009), venceu com mais de 50% dos votos e se tornou a primeira presidente mulher de Honduras.HISTÓRIA DA IGREJA EM HONDURAS
O cristianismo chegou à América Central como resultado da colonização espanhola. Padres católicos romanos acompanharam os espanhóis e começaram a pregar aos indígenas. A primeira missa católica em Honduras foi celebrada nas atuais praias de Trujilo, em um domingo, dia 14 de agosto de 1502. Depois, em 1521, missionários franciscanos chegaram e, junto com os mercedários, em 1548, começaram a tarefa de evangelização e batismo dos ameríndios.
Em 1768, Christian Frederick Post chegou como representante da Sociedade Anglicana para a Propagação do Evangelho em Lugares Estrangeiros. Ele e outros anglicanos foram enviados para pregar aos nativos de fala inglesa e colonos na costa de Mosquito. O reverendo M. Newport estabeleceu uma escola e depois uma igreja anglicana. Anglicanos estabeleceram congregações em Puerto Cortés, Tela e La Ceiba. Metodistas também chegaram às Ilhas da Baía em 1844, batistas dois anos depois, e adventistas do sétimo dia, em 1887.
Evangelistas da Missão Americana Central chegaram em 1896. Depois, novos missionários chegaram e se estabeleceram em San Pedro Sula, Tela, Omoa, Puerto Cortés, Trujilo e outras comunidades no Norte do país. Em 1914, Humberto e Dorotea Cammack chegaram a Tegucigalpa e fundaram a primeira Igreja Evangélica dos Amigos em 1916, a atual Igreja Central da Santidade. A partir daí, o trabalho se espalhou para La Paz, Comayagua, La Esperanza, Márcala, Santa Lucía de Intibucá, Juticalpa e Catacamas.CONTEXTO DE HONDURAS
Honduras é um país de maioria cristã. A Constituição garante o livre exercício de todas as religiões e crenças sem nenhuma proeminência, desde que elas não violem as leis e a ordem pública. Também estabelece que líderes religiosos não devem manter cargo público ou interferir em processos políticos. Apesar disso, tem se tornado normal para líderes de igrejas falar sobre eventos de interesse nacional e manter cargo público. A igreja, como uma instituição, tem a maior presença territorial no país e desfruta de ótimos níveis de confiança em meio a comunidade e população. A Igreja Católica Romana é organizada em 250 paróquias; a Igreja Episcopal tem 38 congregações no total a nível nacional. Grupos de igrejas não tradicionais (ou evangélicos) possuem mais de 17 mil congregações no país. Algumas delas pertencem a grandes denominações, como Assembleia de Deus e Igreja de Deus, enquanto muitas outras têm afiliações a redes menores ou trabalham de forma independente.
Por muitos anos, o Estado tem mostrado uma tendência favorável à Igreja Católica Romana, entretanto, o governo também tem um relacionamento próximo com a Comunidade Evangélica de Honduras (CEH). Graças ao espaço concedido a essa organização, isso teve influência em várias instituições do governo durante os 12 anos que o Partido Nacional esteve no poder. Durante a campanha eleitoral de 2021, a Irmandade Evangélica assinou um acordo com o candidato à presidência do Partido Nacional, Nasry Asfura, no qual se comprometeu a aderir a princípios e valores cristãos.
Representando as igrejas evangélicas independentes, a Rede de Pastores e Líderes Evangélicos de Honduras, a Lucas Foundation for Health e a Fraternidade Teológica Latino-Americana de Honduras criticaram severamente esse acordo, o chamando de uma forma de manipulação partidária e ideológica. Por outro lado, os líderes das igrejas Católica e Evangélica, assim como o presidente da Associação de Pastores de Tegulcigalpa pediram a todos os partidos que mantivessem a paz nas eleições e para o Conselho Eleitoral Nacional agir com integridade.
Em geral, deficiências na educação, na saúde, na segurança e nos serviços públicos essenciais são constantes. Essas falhas se tornaramm ainda mais evidentes com a pandemia de COVID-19. A comunidade internacional proveu ajuda humanitária, entretanto, houve críticas quanto a politização na entrega da ajuda, o acúmulo das doações pelo governo e as muitas situações que impediram a ajuda humanitária de chegar a milhares de hondurenhos. Líderes de igrejas, defensores de direitos humanos e outros se iraram com os obstáculos impostos pelas autoridades, que impediram a distribuição efetiva de comida, roupas e remédios.
Há uma cultura de violação de direitos humanos pelo Estado e por agentes não estatais. De acordo com o Human Rights Watch, as forças de segurança cometeram abusos enquanto aplicavam o lockdown da COVID-19 em todo o país e o Relatório Especial da ONU sobre direitos humanos citou Honduras como um dos países mais perigosos para defensores dos direitos humanos na América Latina.
O país tem uma história de protestos reprimidos, a maioria motivados por descontentamento popular com o governo atual; esse foi particularmente o caso em 2018 e 2019. Entretanto, em 2020, devido às medidas de confinamento da COVID-19, nenhum grande protesto ocorreu. Em novembro de 2021, o governo incorporou mudanças que podem afetar o direito de protestar. No geral, o sistema penal é regularmente manipulado para assediar ativistas de direitos humanos.