Tipo de perseguição
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População cristã

O que mudou este ano em Guiné?
O aumento do índice de violência reflete um maior número de ataques contra cristãos, incluindo violência física e outras formas de perseguição. A pressão sobre os cristãos em Guiné continua alta, por consequência do aumento das restrições à liberdade religiosa, incluindo assédio e dificuldade em se reunir para o culto. Há uma tendência crescente de intolerância religiosa e perseguição no país nos últimos cinco anos.
“Até hoje, eu tenho pesadelos sobre aquelas horas horríveis. Meu corpo ainda treme quando penso nesses momentos.”
Pastor Elie, da Guiné, que foi agredido fisicamente por um grupo de moradores locais
Como é a perseguição aos cristãos em Guiné?
Em algumas partes do país, cristãos de origem muçulmana não são livres para viver a fé e devem tentar permanecer anônimos na maior parte do tempo. Eles não devem ser vistos com uma Bíblia ou qualquer coisa que possa demonstrar sua fé cristã.
Em áreas animistas e muçulmanas, o batismo de convertidos acontece com oposição dos membros da família. Em partes do país onde há militantes islâmicos, os convertidos do islã são confrontados com assédio e ameaça de morte.
Quando uma pessoa deixa a fé tradicional dos familiares para seguir a Jesus, é pressionada a participar de rituais. Caso se recuse, a pessoa será considerada estrangeira dentro da própria comunidade.
Às vezes, é muito difícil obter status legal ou registro para igrejas porque os administradores locais relutam em cooperar com os cristãos. Isso parece ser um problema principalmente para grupos convertidos e igrejas pentecostais. Existem alguns casos de impedimentos à construção de igrejas em certas aldeias na Guiné Florestal e nas áreas de Kankan e Labé.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Guiné?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Guiné?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Guiné são: opressão islâmica, corrupção e crime organizado, paranoia ditatorial, opressão do clã e hostilidade etno-religiosa.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Guiné são: líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes, redes criminosas, oficiais do governo e líderes de grupos étnicos.
Pedidos de oração de Guiné
- Ore por compromisso com a liberdade religiosa e a justiça por parte dos governantes, para que liderem o país visando o bem-estar de toda a população.
- Clame por fortalecimento e encorajamento aos cristãos de origem muçulmana que enfrentam perseguição de família, comunidade e governo.
- Interceda por proteção e sabedoria aos cristãos pressionados a participar de rituais como a circuncisão feminina.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA GUINÉ
Guiné, sob o nome de Guiné Francesa, era uma parte da África Ocidental Francesa até alcançar a independência em 1958. O país foi um dos primeiros países africanos a obter independência das potências coloniais europeias. Sékou Touré, que liderou o movimento pela independência, tornou-se o primeiro presidente do país e seguiu uma política de socialismo e contato próximo com Rússia e China. Ele estabeleceu uma ditadura de partido único a favor de políticas socialistas e foi proclamado presidente vitalício. Toda oposição política ao regime foi brutalmente reprimida. Não havia mídia livre e muitos jornalistas que tentaram criticar o governo foram presos ou forçados ao exílio.
O governo seguiu um programa chamado “africanização radical”, no qual o país tentou se isolar do passado colonial rejeitando os valores ocidentais. O presidente Touré falhou na tentativa de substituir o francês pelo dialeto africano, e o francês continuou sendo a língua dominante no país. Devido à política de africanização e socialismo de Touré, Guiné se tornou um dos países mais isolados da África. O governo continuou a política socialista expropriando terras dos chefes tribais.
Em 1984, Touré morreu de insuficiência cardíaca e o primeiro-ministro, Louis Beavogui, o substituiu como presidente interino. No entanto, o coronel Lansana Conté derrubou o governo em um golpe sem sangue antes de Beavougui tomar o poder. Conté reverteu a maioria das políticas de Touré, mas, embora o novo regime fosse menos opressivo que o regime anterior e prometesse inúmeras reformas, o controle de Conté permaneceu rígido. Ele permaneceu no poder até a morte, em 2008. Moussa Camara, então, tomou o poder por meio de um golpe logo após a morte de Conté. A agitação política seguiu esse golpe, forçando Camara a realizar eleições democráticas em 2010. No mesmo ano, Alpha Conde se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito de Guiné.
Conde também venceu as eleições de 2015 e manteve o poder até o golpe de setembro de 2021. Em 5 de fevereiro de 2018, foram realizadas as primeiras eleições locais desde o fim da ditadura militar. Houve um atraso de oito anos devido à falta de fundos, disputas políticas e à crise do Ebola entre 2013 e 2016. Estava programado para Guiné realizar eleições legislativas e um referendo para alterar a Constituição, boicotado pela oposição, em 1 de março de 2020, mas dois dias antes, um novo adiamento foi anunciado. A eleição presidencial foi conduzida em 18 de outubro de 2020 e o presidente no cargo, Condé, venceu um terceiro mandato. Isso foi seguido por violência após a eleição e repressão dos direitos humanos.
Em setembro de 2021, um vídeo apareceu na TV nacional mostrando o presidente Condé preso, cercado por soldados alegando terem dissolvido o governo e a Constituição, e de terem fechado todas as fronteiras terrestres e aéreas. De acordo com a BBC, em 7 de setembro de 2021, o líder do golpe, coronel Mamady Doumbouya, disse que uma nova união governamental seria formada em um breve período de tempo. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Africana condenaram o golpe. Os líderes do golpe alegaram que “o exército teve uma pequena chance, mas teve que tomar o poder por causa da crescente corrupção, desrespeito aos direitos humanos e má gestão econômica. Relatos indicam que as pessoas no país receberam bem o golpe, enquanto a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Africana suspenderam o país como membro.
HISTÓRIA DA IGREJA NA GUINÉ
O cristianismo em Guiné tem mais de 500 anos de história. Os portugueses chegaram ao longo da costa em 1462, mas o principal interesse era estabelecer um centro comercial e não espalhar o catolicismo romano. Nenhum esforço foi feito para evangelizar o país até 1877. A partir de 1877, os missionários católicos romanos começaram a chegar. Os protestantes só entraram no país em 1918. Após a independência da França, em 1958, o governo de Sékou Touré seguiu uma política de socialismo e secularismo. O regime tentou reduzir a influência ocidental, fechou as escolas católicas francesas e expulsou a maioria dos missionários franceses do país.
CONTEXTO DA GUINÉ
Os muçulmanos (na maioria sunitas) são dominantes em quase todas as regiões do país. A maioria dos cristãos (predominantemente católicos romanos) vive nas cidades, como Conacri. Muçulmanos e cristãos são conhecidos por misturar a fé com várias práticas religiosas africanas tradicionais.
Os comerciantes soninke de Gana foram responsáveis pela propagação do islã por Guiné durante o século 11. A região norte do país fazia parte do grande império do Mali durante os séculos 13 e 14. A maioria das tribos nativas se converteu ao islã durante esse período. Os missionários franceses foram os primeiros europeus que trouxeram o cristianismo para o país.
Após a independência, em 1958, o governo de Sékou Touré seguiu uma política de socialismo e secularismo. O regime tentou reduzir a influência de várias figuras islâmicas poderosas, também fechou as escolas católicas francesas e expulsou a maioria dos missionários franceses do país. Os regimes consecutivos depois de Touré tentaram diminuir o controle do governo em assuntos religiosos e promover a tolerância entre os diferentes grupos religiosos.
A Constituição do país mantém explicitamente os princípios de liberdade de religião e separação entre religião e Estado. Também fornece o direito das pessoas de praticar a religião abertamente, sem interferência. No entanto, o governo tenta restringir a influência de certos grupos islâmicos por meio da Secretaria de Assuntos Religiosos. Os inspetores da Secretaria estão presentes na maioria dos cultos religiosos de igrejas e mesquitas para monitorar o conteúdo dos sermões.
A maioria dos cristãos e muçulmanos vive lado a lado sem grandes problemas. No entanto, houve alguns incidentes violentos relacionados à conversão do islã ao cristianismo e ao casamento entre muçulmanos e cristãos.
O país possui cerca de 24 grupos étnicos distintos, sendo os fulanis o maior deles, que constituem 33,4% da população. Os fulanis são dominantes na região do Sahel no Oeste Africano, incluindo países como Nigéria, Burkina Faso e Gana. Em Guiné, a maioria dos fulanis vive na parte norte do país, na região de Futa Djallon. Os fulanis são predominantemente muçulmanos e pastores de cabra, com alguns agricultores. O povo mandinka compõe aproximadamente 29,4% da população. Ele pertence ao grupo étnico-familiar maior chamado mande. O povo mande é o grupo tribal que formou o império do Mali no século 13. Ele é predominantemente muçulmano, com alguns cristãos tradicionais, e segue um sistema econômico agrícola. O terceiro maior grupo étnico (constituindo 21,2% da população) é o susu. O restante da população é composto por vários grupos étnicos menores. As relações tribais desempenham um papel importante na política. Por exemplo, o atual presidente Alpha Conde é apoiado por seu grupo étnico mandinka, enquanto a maioria da oposição é dos fulanis.
O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,477, classificando o país na 178ª posição, entre 189 países. A expectativa de vida é de 61,6 anos. A taxa de alfabetização de adultos é de 32%.
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