Tipo de perseguição
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População cristã

Como é a perseguição aos cristãos em Comores?
Em Comores, a religião oficial é o islamismo e compartilhar qualquer fé que não seja islâmica é proibido. Qualquer estrangeiro suspeito de proselitismo pode ser deportado, enquanto cristãos locais que pregam o cristianismo podem ser processados. A adoração cristã (e qualquer forma de adoração não islâmica) não pode ser realizada em público. Os cristãos só podem adorar legalmente em três igrejas designadas. Cristãos de origem mulçumana enfrentam uma pressão significativa, assim como qualquer pessoa encontrada em posse de materiais cristãos.
“Encontrei Cristo ainda jovem, então conheci e compreendi Jesus Cristo e nunca permiti que nada me afastasse dele, não importam os desafios.”
Nura (pseudônimo), cristã de Comores
Como as mulheres são perseguidas em Comores?
Mulheres e meninas cristãs enfrentam risco de sequestro e casamento forçado, principalmente em suas comunidades. As cristãs de origem muçulmana são socialmente isoladas e hostilizadas e podem ser deserdadas, devido à vergonha que sua conversão traz sobre a família. Isso as coloca em desvantagem financeira, frequentemente levando a pobreza e sofrimento.
A mulher casada que se converte pode ser obrigada a se divorciar devido às pressões familiares e comunitárias. Mulheres e meninas cristãs são especialmente vulneráveis ao tráfico humano.
Como os homens são perseguidos em Comores?
Cristãos de origem muçulmana frequentemente dependem da família estendida e carecem de independência. Assim, a família exerce uma pressão extrema para forçá-los a retornar ao islamismo. Eles podem ser discriminados na família, sofrer abusos verbais e, em alguns casos, até serem privados de alimento. Muitas vezes, suas esposas são pressionadas a se divorciar deles e a expulsá-los de casa.
Cristãos também enfrentam discriminação no local de trabalho e em processos de recrutamento. Se não conseguem encontrar emprego devido à fé, eles não conseguem sustentar a famíliaa e tornam-se cada vez mais dependentes das mulheres, que geralmente detêm os recursos financeiros.
O governo também monitora as atividades cristãs e impõe restrições legais rigorosas a qualquer religião que não seja o islamismo sunita. Isso torna a pregação cristã, o treinamento de líderes da igreja e a publicação de materiais cristãos extremamente difíceis. Como a maioria dos líderes de igreja em Comores são homens, essas restrições afetam predominantemente os cristãos do sexo masculino.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos em Comores?
A Portas Abertas trabalha com parceiros locais para fortalecer a Igreja Perseguida nas ilhas do Leste Africano por meio de discipulado e projetos de desenvolvimento socioeconômico.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Comores?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidade.
Quem persegue os cristãos em Comores?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Comores são: opressão islâmica e paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Comores são: líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes, oficiais do governo.
Pedidos de oração de Comores
- Ore por consolo, cura e provisão a todos os cristãos que deixaram o islã para seguir a Jesus e foram rejeitados pela família e pela comunidade.
- Clame para que os cristãos possam adorar e viver em comunhão livremente.
- Interceda para que Deus prepare e envie cônjuges para jovens cristãos que desejam se casar e constituir famílias cristãs.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE COMORES
Comores pode ter sido habitado pelo povo malaio-polinésio nos séculos 5 e 6 e possivelmente antes. Outros povos vieram de países africanos próximos e de Madagascar; árabes também compunham uma parte significativa da população. As ilhas Comores só apareceram no mapa mundial da Europa em 1527, quando foram representadas pelo cartógrafo português Diego Ribero. Algum tempo depois, no século 16, os primeiros europeus conhecidos por visitar o arquipélago parecem ter sido portugueses.
Em 1843, a França tomou posse oficial de Mayotte, e em 1886 colocou as outras três ilhas sob sua proteção. Ligado administrativamente à Madagascar em 1912, Comores se tornou um território da França no exterior em 1947 e estava representado na Assembleia Nacional Francesa. Em 1961, um ano após Madagascar se tornar independente, as ilhas receberam autonomia interna. A maioria nas três ilhas votou pela independência em 1974, mas a maioria dos habitantes de Mayotte preferiram continuar sob o governo da França. Quando a Assembleia Nacional da França manteve que cada ilha deveria decidir seu próprio status, o presidente comorense Ahmed Abdallah (que foi deposto no final daquele ano) declarou todo o arquipélago independente em 6 de julho de 1975.
Após anos de instabilidade política que se seguiu à independência da França em 1974 e 1975, o arquipélago de Comores passou por uma transição democrática em 2006. Naquele ano, Ahmed Abdallah Mohamed Sambi se tornou presidente de Comores em uma eleição que analistas internacionais descreveram como amplamente livre e justa. Essa foi a primeira transferência de poder pacífica e democrática na história do país.
Em 2008, o Exército da União do Desenvolvimento Nacional lançou um golpe militar sem sangue e bem-sucedido que levou à remoção do antigo presidente, Mohamed Bacar, da ilha Anjouan, que então fugiu do país. Moussa Toybou se tornou o presidente eleito em um processo em geral livre e justo, em 2008. Em novembro e dezembro de 2010, eleições ocorreram para decidir o novo presidente da União do Arquipélago, já que havia governadores diferentes para cada uma das três principais ilhas, sendo elas Grande Comore, Mohéli e Anjouan. Novamente, em 2016, o país passou no teste de manter eleições pacíficas quando o antigo líder do golpe, Azali Assoumani, venceu, tendo atuado anteriormente como presidente de 2002 a 2006. Desde então, o país permanece politicamente estável.
Em março de 2019, o país realizou eleições presidenciais e, como reportado pela Reuters em 27 de março de 2019: “A comissão eleitoral de Comores declarou o presidente Azali Assoumani reeleito em um turno único após uma eleição que a oposição rejeitou como fraudulenta”. Em janeiro de 2020, em eleições gerais boicotadas pela oposição, o partido do presidente conquistou 17 das 24 cadeiras legislativas. O segundo turno das eleições ocorreu em fevereiro de 2020 e o partido no governo ganhou quatro dos cinco assentos restantes.
HISTÓRIA DA IGREJA EM COMORES
Os portugueses levam o crédito pela introdução do cristianismo na ilha, em 1517. Entretanto, isso não teve efeito duradouro e a fé cristã foi reintroduzida pela França quando a ilha de Mayotte se tornou colônia francesa, em 1843. Após a independência, em 1975, a organização missionária evangélica, Africa Inland Mission, começou a expandir seu trabalho missionário, mas quando o governo começou a se alinhar com países muçulmanos, os missionários foram expulsos em 1978. Da mesma forma, o trabalho iniciado por outros grupos cristãos, como a Igreja Adventista do Sétimo Dia, também foi interrompido pelo governo.
CONTEXTO DE COMORES
Comores é um país de maioria muçulmana, predominantemente sunita. De acordo com o World Christian Database (WCD), apenas cerca de 0,5% da população é cristã. O próprio governo reconhece feriados religiosos islâmicos como feriados nacionais, como o nascimento do profeta islâmico Maomé, o fim do Ramadã, a Festa do Sacrifício e o Ano Novo Islâmico. Embora aulas sobre islamismo não sejam obrigatórias nas escolas estaduais, elas são associadas às aulas de árabe na educação pública no ensino fundamental. Devido à baixa qualidade da educação pública e o fato de que escolas particulares são com frequência inacessíveis, as madraças islâmicas podem completar o vácuo educacional. Na verdade, quase todas as crianças entre quatro e sete anos participam de escolas islâmicas onde aprendem a ler e recitar o Alcorão.
O governo favorece o islamismo, na sociedade civil, na educação e no governo há uma forte pressão de islâmicos conservadores. Isso é refletido na posição de Comores quanto às ONGs. ONGs cristãs enfrentam discriminação enquanto ONGs islâmicas são bem-vindas. Apesar da democratização da sociedade de Comores, parece que desenvolvimentos islâmicos na região, por exemplo, o avivamento islâmico em Madagascar, nas Ilhas Maurício e nas Maldivas se fortaleceu, levando em consideração que países ocidentais estão menos ativos no arquipélago do que países de maioria muçulmana.
Convertidos ao cristianismo enfrentam sérias discriminações na sociedade e são forçados a enviar os filhos para madraças para aprender o Alcorão.
Comores é densamente povoado, com cerca de 465 habitantes por quilômetro quadrado, e mais da metade da população (53%) tem menos de 20 anos. Os comorianos mantêm o sistema familiar patriarcal com a mulher encarregada do papel de iniciar o casamento e construir a casa para a família. O homem ainda mantém a liderança espiritual, mas, culturalmente, a mulher tem uma influência forte na família, o que não é comum em outras partes da África e, sem dúvidas, no mundo.
Há apenas uma universidade no país, a Universidade de Comores, com um campus principal localizado na capital, Moroni. Ela abriu suas portas em 2003.