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Como é a perseguição aos cristãos no Catar?
Os cristãos no Catar são trabalhadores vindos de países não muçulmanos ou são de origem muçulmana, e os dois grupos raramente interagem. Há muitos trabalhadores migrantes no Catar que têm permissão para praticar a fé cristã, desde que sigam as restrições estabelecidas pelo governo. Há um complexo religioso oficial fora da capital, Doha, onde um número seleto de igrejas foi autorizado a se reunir.
Os cidadãos do Catar não têm permissão para entrar nas igrejas cristãs, e os cristãos migrantes não devem falar sobre o cristianismo aos muçulmanos. Se o fizerem, podem ser presos ou deportados. Os catarianos e migrantes de famílias muçulmanas que se convertem ao cristianismo não podem praticar abertamente a fé e podem enfrentar discriminação, assédio e monitoramento policial.
Não é possível deixar oficialmente o islã, pois a conversão não é reconhecida nos documentos pessoais, o que pode causar problemas legais em torno do casamento e da propriedade para cristãos de origem muçulmana. O Catar está usando cada vez mais tecnologia avançada para monitorar cidadãos e imigrantes. Isso fez com que os cristãos no Catar se tornassem cada vez mais cuidadosos com suas atividades. Há poucos relatos de cristãos sendo fisicamente prejudicados por sua fé, porque os cristãos de origem muçulmana mantêm a fé em segredo.
“É muito desafiador encontrar uma igreja e outros cristãos. Há muito medo e desconfiança. Você pode estar conversando com alguém que se diz cristão, mas está apenas fingindo.”
Nadia (pseudônimo), cristã do Oriente Médio
Como as mulheres são perseguidas no Catar?
As mulheres do Catar têm liberdade limitada. Se for descoberto que elas se converteram ao cristianismo, a família tem autoridade para restringir sua circulação pelo país, cortar o apoio financeiro, negar acesso à internet, telefone e livros e mantê-las em prisão domiciliar. A pressão é facilmente aplicada porque as autoridades não podem interferir no que acontece na casa da família. Existe sempre o risco de violência sexual ou, nos casos mais extremos, os chamados “crimes de honra”. Então, a maioria das mulheres cristãs de origem muçulmana mantém a fé em segredo.
Aos olhos da lei, uma mulher nascida em uma família muçulmana sempre será muçulmana, o que significa que ela não tem permissão legal para se casar com um homem cristão. Uma menina ou mulher interessada no cristianismo pode se casar com um muçulmano que pode humilhá-la para levá-la de volta ao islã. Essa pessoa pode restringir sua liberdade por toda a vida. Os maus-tratos aos trabalhadores migrantes do Catar, incluindo o abuso sexual de empregadas domésticas, são uma questão grave, que afeta as mulheres cristãs.
Como os homens são perseguidos no Catar?
Um homem do Catar que se torna cristão coloca sua família em risco. Ele pode perder o emprego, afetando a renda familiar. Sua esposa muçulmana pode legalmente optar por deixá-lo e receber a custódia dos filhos. Ele também estará sob vigilância da família e da comunidade em geral. Além disso, os homens na liderança da igreja formada pelos imigrantes são fortemente monitorados pelas autoridades. Eles devem relatar com detalhes as atividades da igreja.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos no Catar?
A Portas Abertas apoia o corpo de Cristo na Península Arábica organizando reuniões de oração, distribuindo Bíblias e literatura cristã e treinando membros e pastores de igrejas.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Catar?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos no Catar?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Catar são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Catar são: oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes.
Pedidos de oração do Catar
- Agradeça a Deus pelos cristãos migrantes no Catar que podem adorá-lo em liberdade.
- Ore para que os catarianos nativos tenham permissão para conhecer a Jesus e seguir a fé de sua escolha.
- Interceda pelos cristãos de origem muçulmana no Catar, muitos dos quais são cristãos secretos. Peça a Deus que os proteja, fortaleça a fé e os ajude a encontrar outros cristãos locais.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DO CATAR
Ocupando uma pequena península desértica que se estende ao Norte da extensa Península Arábica, tem sido continuamente habitada, mas de forma escassa, desde os tempos pré-históricos. Após a expansão do islamismo, a região se tornou sujeita ao califado islâmico. Depois foi governada por diversas dinastias locais e estrangeiras antes de estar sob o controle da dinastia Thani no século 19.
A dinastia Thani buscou apoio britânico contra grupos tribais concorrentes e contra o Império Otomano – que ocupou o país no final do século 19 e começo do 20 – e em troca o Reino Unido controlou a política externa do Catar até a independência do país em 1971.
Período pós-independência
Desde que declarou a independência da Grã-Bretanha, o Catar passou por mudanças econômicas, sociais e políticas maciças. O país é dominado pela família al-Thani há quase 150 anos. Uma vez uma nação pobre de pescadores, o Catar tornou-se um país próspero e moderno, devido à exploração de campos de petróleo e gás desde a década de 1940. O Catar procurou estabelecer para si um papel único, especialmente através da sua estação de notícias Al-Jazeera, o canal de televisão por satélite mais assistido do Oriente Médio, fundada em 1996.
Até junho de 2017, o Catar parecia ser uma nação estável, mantendo relações amigáveis com os Estados Unidos e a Arábia Saudita, mas também com o Irã, o Hamas e o Hezbollah (grupos armados islâmicos). Além de alguns protestos online, a Primavera Árabe não parece ter causado qualquer transtorno ao Catar, apesar do seu papel ativo no exterior, sobretudo na Líbia. Isso mudou em 2017, quando Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito, liderados pela Arábia Saudita, romperam todos os laços diplomáticos e econômicos com o país.
Desde então, todas as fronteiras terrestres e marítimas entre o Catar e a Arábia Saudita, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, respectivamente, foram fechadas até janeiro de 2021. O motivo oficial do boicote é o suposto apoio do Catar a grupos terroristas (entre diversos outros motivos).
O apoio do Catar à Irmandade Muçulmana (que é designada como uma organização terrorista por Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos) foi o principal motivo de preocupação. Entretanto, usando suas vastas reservas financeiras, o Catar não desistiu e a restauração oficial dos laços ocorreu após o acordo Al-Ula em janeiro de 2021. No entanto, parece que o Catar tem reduzido seu apoio à Irmandade Muçulmana até certo ponto.
Devido a uma rápida e adequada resposta, o Catar trabalhou para permanecer relativamente sem ser afetado pela pandemia de COVID-19, com apenas 616 mortes relacionadas à doença até 28 de dezembro de 2021.
A presença cristã no país tem crescido desde o início do desenvolvimento das indústrias de petróleo e gás nos anos 1970, com o subsequente fluxo de trabalhadores expatriados. Embora cristãos expatriados desfrutem de um nível limitado de liberdade religiosa, demorou até 2008 até que a primeira igreja fosse inaugurada no fortemente monitorado complexo religioso fora de Doha.
HISTÓRIA DA IGREJA NO CATAR
Restos de uma estrutura que se acredita ser uma igreja nestoriana foram encontrados na costa sudeste do Catar, perto de al-Warkah. É certo que o local foi ocupado desde o início do século 7 até meados do século 8. Além disso, uma cruz nestoriana foi encontrada em Umm al-Maradim, no Centro do Catar. Essa é a única prova material da presença do cristianismo primitivo no Catar. No entanto, existem muitas evidências documentais do cristianismo no que na antiguidade nestoriana era chamado de Bit Qatraye, nas partes do norte do Golfo Pérsico, das quais o Catar era uma parte importante. Isaac de Nínive, um bispo do século 7 considerado santo em algumas igrejas, nasceu no Catar.
Cristãos nestorianos do Iraque e da Pérsia e cristãos árabes da Península Arábica podem ter se mudado para o Catar nos séculos 4 e 5 para estabelecer uma presença cristã, como aconteceu no Kuwait, Bahrein e em outros lugares. Há razões acadêmicas para acreditar que, em toda a região, apesar do surgimento do islã, o cristianismo nestoriano floresceu do final do século 7 ao 9. Isso, supostamente, também aconteceu no Catar. No entanto, poucos séculos após a chegada do islã, o cristianismo havia desaparecido.
Como o Catar fazia parte das importantes rotas marítimas entre o Iraque e a Índia, deve ter tido contato com cristãos, mesmo depois de não ter mais cristãos nativos. Isso pode ter aumentado quando, em 1871, o Império Otomano estendeu seu domínio sobre o Catar. O que durou até 1915, quando a Grã-Bretanha derrotou os otomanos e assumiu o Catar. Em 1916, o país se tornou um protetorado britânico. Em 1949, a exportação de petróleo começou de verdade, levando muitos expatriados. O Catar se tornou independente em 1971. Após o boom dos preços do petróleo em 1973, o número de expatriados aumentou rapidamente, assim como a presença de igrejas para esses estrangeiros.
Atualmente, a grande maioria dos cristãos migrantes são asiáticos católicos romanos. Até 2008, eles não tinham permissão para construir igrejas e precisavam se reunir em casas, escolas ou outros edifícios particulares. Em 2008, o Catar permitiu a abertura de várias igrejas grandes, localizadas no complexo de uma igreja fora da capital Doha.
CONTEXTO DO CATAR
Existem dois grupos de cristãos no Catar, que são estritamente separados um do outro. As comunidades de expatriados constituídas por trabalhadores migrantes cristãos são o maior grupo. Evangelizar muçulmanos é rigorosamente proibido e pode levar a perseguições e expulsões do país. Entretanto, grandes eventos de adoração foram permitidos no passado. O maior problema permanece a falta de espaço suficiente para a igreja, já que apenas um seleto número de igrejas tem permissão para estabelecer prédios no complexo religioso fora da capital, Doha. Muitos desses trabalhadores migrantes precisam viver e trabalhar em condições precárias, e o fato de serem cristãos só aumenta a vulnerabilidade.
O outro grupo consiste em cristãos de origem muçulmana. Esses convertidos, tanto de origem local como migratória, enfrentam o pior da perseguição. Muitos nativos se convertem fora do país. Convertidos com cidadania do Catar enfrentam pressão muito alta da família muçulmana. Os migrantes convertidos enfrentam alta pressão e são controlados pelo ambiente social nos campos de trabalho onde vivem. Com frequência, as normas sociais de seus países de origem se aplicam a eles mais do que as normas culturais do Catar. Em alguns casos, eles podem evitar pressão ao viver com uma comunidade internacional, mais do que sua própria comunidade étnica. No entanto, mesmo seus empregadores podem ser uma fonte de perseguição. Tanto os convertidos nativos quanto os migrantes têm risco de discriminação, assédio, monitoramento da polícia e todo tipo de intimidação por grupos de vigilantes. Além disso, uma mudança de fé (deixar o islamismo) não é oficialmente reconhecida e é suscetível a problemas legais no âmbito pessoal e nas questões de propriedade.
Quase nunca há relatos de cristãos mortos, presos ou prejudicados pela fé, pois o número de cristãos é baixo e eles mantêm a fé em segredo. Existem diferentes níveis de perseguição, dependendo da origem dos convertidos do islamismo para o cristianismo. Os que têm origem catariana enfrentam níveis mais altos de pressão. Para os convertidos do islã de outras origens, como os originários do Paquistão ou do Levante (por exemplo, Jordânia, Líbano, Territórios Palestinos e Síria, entre outros países), depende da resposta da comunidade do cristão no Catar.
Dentro das comunidades expatriadas, as consequências para os de origem muçulmana dependem mais das normas culturais do país de origem do que das práticas culturais do Catar. Para os expatriados, a conversão ao cristianismo às vezes é mais fácil do que em seu país de origem, porque a família e os parentes estão frequentemente distantes e a pressão social é menos rigorosa.
De acordo com o Middle East Concern (organização que defende a liberdade religiosa de cristãos), 90% dos catarianos são sunitas e apenas 10% xiitas. O Catar é um dos únicos países wahabistas do mundo, seguindo uma versão puritana do islã. O outro país wahabista é a Arábia Saudita, mas desde os anos 1990 o Catar adotou sua própria versão do wahabismo, menos rigorosa do que na Arábia Saudita. Essa diferença também é conhecida como “wahabismo do mar”, em contraste com o “wahabismo da terra”.
Embora os muçulmanos sejam livres para adorar em público, grupos religiosos não muçulmanos, como cristãos, só podem adorar em casas particulares ou locais designados. O proselitismo é ilegal e pode levar a penas de até dez anos de prisão. As críticas ao islã são punidas. A conversão do islã para outra religião constitui apostasia, que é proibida e socialmente inaceitável. O direito da família é regulamentado pela sharia (conjunto de leis islâmicas). Quase todos os cidadãos e nativos do Catar são por definição muçulmanos sunitas ou xiitas.
Portanto, em contraste com a Arábia Saudita, o Catar tem sido relativamente tolerante com a crescente comunidade cristã de expatriados e forneceu terras para a construção de igrejas. Embora a maioria dos expatriados cristãos locais goste disso, há um porém, já que as igrejas estão concentradas em apenas uma área que pode ser considerada como “gueto”. Dessa forma, os cristãos podem ser facilmente monitorados e vigiados, o que geralmente acontece com o pretexto de garantir a segurança deles.
Enquanto o país se esforça para ser mais aberto e moderno, a interpretação estrita do islamismo continua tendo seu controle na sociedade. Sociedade e governo aplicam costumes islâmicos conservadores em público, por exemplo, exigindo códigos de vestimenta públicos, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em público, limitando a liberdade de expressão (para impedir críticas ao islamismo) e permitindo que outras religiões adorem somente em particular.
Comunidade de expatriados
Mais de 80% da população do país são trabalhadores migrantes expatriados, o que cria um sistema dual de direitos e privilégios. O trabalho forçado e o tráfico de pessoas também são problemas, e operários estrangeiros são sujeitos a abusos, como pagamento insuficiente, falta de habitação e saneamento adequados (devido a complexos de trabalhadores superlotados), violência doméstica e assédio sexual.
Desde 2013, relatórios de grupos da sociedade civil revelaram que os trabalhadores no Catar experimentam a “escravidão moderna”. Isso se tornou um problema sério, já que o Catar sediou a Copa do Mundo de 2022. A acusação sobre a escravidão moderna também é relevante no contexto do trabalho doméstico. A Anistia Internacional informou em abril de 2014: “As autoridades do Catar não protegem os trabalhadores domésticos migrantes. Eles enfrentam uma exploração severa, incluindo trabalho forçado e violência física e sexual”. Melhorias legais foram feitas em 2018, mas se as coisas mudarão na prática continua uma interrogação.
É amplamente conhecido que as empregadas domésticas são vulneráveis a incidentes de abuso sexual. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, da sigla em inglês) relata: “As empregadas domésticas não são protegidas pela Lei do Trabalho. Elas são frequentemente pagas com atraso ou não são pagas, convidadas a trabalhar horas excessivas sem dias de folga e recebem espaço de vida inadequado”. Além disso, a Anistia Internacional relata “restrições à liberdade de circulação e comunicação, tratamento humilhante e trabalho forçado sofrido por trabalhadores domésticos no Catar”.
No entanto, as estatísticas são escassas, pois quase todas as pessoas, organizações e estados envolvidos não têm interesse em revelar a verdadeira situação: o Catar precisa da equipe para trabalhar em residências, mas tem uma cultura de vergonha e não quer uma má reputação. Além disso, os países de origem das empregadas domésticas precisam do dinheiro dos milhares de migrantes que trabalham nos estados do Golfo e não querem colocar em risco seus interesses econômicos.
Ou os empregadores de empregadas domésticas abusadas são os autores dos abusos ou não têm interesse real em seu bem-estar. As empregadas domésticas costumam ter vergonha por causa dos abusos e não querem ser vistas como “sujas”, seja no próprio Catar, seja por sua família, em casa. Além disso, muitas fornecem uma fonte de renda muito necessária para suas famílias em seus países de origem. As famílias no país de origem orgulham-se do trabalho realizado no Catar e a empregada doméstica não quer decepcionar a família.
Discriminação e tribalismo
Segundo especialistas do país, ser cristão é uma vulnerabilidade extra no Catar e pode levar a níveis mais altos de discriminação ou abuso. No entanto, a cor da pele e a origem étnica costumam ter um papel maior. Portanto, os expatriados cristãos ocidentais (brancos) têm muito menos probabilidade de sofrer assédio do que os expatriados cristãos africanos ou asiáticos. Além disso, trabalhadores altamente qualificados enfrentarão menos dificuldades do que trabalhadores pouco qualificados. Portanto, um migrante cristão pouco qualificado de origem africana será mais vulnerável no Catar.
O tribalismo ainda desempenha um papel enorme na sociedade do Catar, apesar da chegada da tecnologia (e da arquitetura) moderna. Existe uma contínua influência e aplicação de normas e valores milenares. Esse tribalismo está claramente misturado com o islã e afeta especialmente os cristãos de origem muçulmana. Como no resto do Oriente Médio, a religião está ligada à identidade da família. Portanto, deixar o islamismo é interpretado como trair a família. Em geral, as famílias exercem forte pressão social sobre os convertidos para fazê-los retornar ao islã, deixar a região ou silenciar sobre a nova fé. Em muitos casos, os convertidos são separados da família como resultado da conversão.
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