Tipo de perseguição
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População cristã

Como é a perseguição aos cristãos em Brunei?
Toda a sociedade de Brunei é afetada pela aplicação da sharia (conjunto de leis islâmicas). Logo, os cristãos de origem muçulmana enfrentam mais pressão porque a conversão é punível pela lei e a família e a comunidade farão todo o possível para fazê-los retornar à antiga fé. As comunidades cristãs não tradicionais devem se registrar como empresas, sociedades ou centros familiares. Dessa forma, elas são tratadas como organizações seculares e são obrigadas a submeter suas finanças e relatórios operacionais ao governo anualmente.
Os jovens e as crianças são particularmente afetados pela educação islâmica obrigatória. Sob mudanças anunciadas em outubro de 2023, meninos e meninas a partir de três anos de idade têm a educação religiosa incorporada nos estudos gerais, o que fortalece o ensino da religião majoritária, que é o islamismo.
“[Na minha universidade], todas as mulheres usam o hijab (véu islâmico), independentemente da religião de cada uma. Mesmo as minhas colegas de classe sabendo que sou cristã, sou forçada a me vestir como elas.”
Lina (pseudônimo), jovem cristã em Brunei
Como as mulheres são perseguidas em Brunei?
Devido à implementação cada vez mais rigorosa da sharia (conjunto de leis islâmicas), as mulheres são forçadas a usar o hijab (véu islâmico) e são punidas pelas autoridades religiosas quando se recusam a obedecer. Se não usarem o véu, as mulheres enfrentam discriminação em escolas, universidade e locais de trabalho.
Quando a conversão se torna conhecida, as cristãs são deserdadas e isoladas pela família. Elas podem enfrentar prisão domiciliar e são pressionadas por líderes religiosos muçulmanos para se retratar. As mulheres solteiras enfrentam a ameaça do casamento forçado com homens muçulmanos.
As casadas correm o risco de perder a custódia e o contato com os filhos, como forma de garantir que as crianças serão educadas como muçulmanas. As decisões sobre guarda não são específicas de gênero, mas a lei proíbe qualquer um que deixa o islamismo de exercer a guarda de um menor de idade.
Como os homens são perseguidos em Brunei?
Alguns homens e rapazes são deserdados por suas famílias quando se convertem e são forçados a deixar suas casas. Os estudantes podem também enfrentar discriminação e abuso verbal em ambientes escolares. Os cristãos de origem muçulmana podem sofrer espancamento, humilhação e tratamento rigoroso de autoridades religiosas. Se o departamento de segurança identifica um homem ou rapaz como seguidor de Jesus, ele é pressionado para renunciar à fé, incluindo ameaça de encarceramento. Pressões como essas afetam a família e envergonham toda a comunidade.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos em Brunei?
A Portas Abertas promove apoio espiritual por meio de campanhas de oração em favor dos cristãos perseguidos em Brunei.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Brunei?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Brunei?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Brunei são: opressão islâmica e paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Brunei são: oficiais do governo, parentes, líderes religiosos não cristãos e líderes de grupos étnicos.
Pedidos de oração de Brunei
- Ore para que os cristãos possam ler e estudar a palavra de Deus livremente.
- Agradeça a Deus por algumas igrejas que se reúnem para cultuar. Peça que permaneçam abertas e ativas no discipulado de cristãos em Brunei.
- Ore para que a monarquia de Brunei se abra para o evangelho.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE BRUNEI
Brunei era conhecido por negociar e pagar tributos à China no século 6. Perto do fim do século 16, o território foi atingido por conflitos internos. De 1888 a 1984, Brunei se tornou um protetorado britânico e atualmente é o único sultanato politicamente independente no mundo. O sultão atual é o 29° e a linhagem real data de 1363. Em 1 de janeiro de 1984, o Dia da Independência, o sultão no poder oficialmente proclamou Melayu Islam Beraja (MIB) como a filosofia nacional de Brunei. MIB é uma mistura de valores culturais malaios e islâmicos guardados pelo sistema monárquico e se opõe ao conceito do secularismo.
Em maio de 2014, foi introduzido o Código Penal da Sharia, entretanto, a implementação não foi anunciada até 2018, com a introdução do Código de Procedimentos Criminais. Apesar de não aparecer nos destaques internacionais, o fato de que Brunei assumiu a presidência rotativa anual da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, da sigla em inglês) o levou ao centro das atenções, assim como o aumento da crise em Mianmar.
HISTÓRIA DA IGREJA EM BRUNEI
As atividades missionárias aleatórias dos comerciantes portugueses no século 16 falharam e foi somente em 1846 que a Missão da Igreja de Bornéu foi fundada e uma congregação da Igreja Anglicana estabelecida. A Igreja Católica Romana está presente no país há mais de um século e as igrejas protestantes independentes chegaram mais tarde, quando trabalhadores imigrantes entraram no país. A maioria dessas igrejas está ligada a organizações e igrejas em seus países de origem.
CONTEXTO DE BRUNEI
Muçulmanos (a maioria sunita) representam cerca de 60% da população de Brunei. O sultão governante é chefe de religião: o que ele quer torna-se lei e se ele decide que o islamismo continuará em um caminho mais conservador, todos, incluindo as igrejas, devem aceitar isso. Os cristãos são livres para adorar, mas foram advertidos a não fazê-lo “de forma excessiva e aberta”. O Código Penal da Sharia inclui diversas determinações que limitam a liberdade de religião, não apenas para cristãos de origem muçulmana, mas também para a minoria cristã.
Os convertidos do islamismo enfrentam níveis consideráveis de pressão, já que a conversão é considerada ilegal e tudo será feito para trazê-los de volta à fé original. As comunidades cristãs não tradicionais não podem ser registradas como igrejas, mas devem ser registradas como empresas, sociedades ou centros familiares. Dessa forma, elas são tratadas como organizações seculares e obrigadas a enviar relatórios financeiros e operacionais ao governo todos os anos. Toda a sociedade, inclusive os cristãos, é afetada pela introdução contínua das leis islâmicas da sharia, bem como pelo aperto da situação econômica, também devido à crise da COVID-19, o que impede que as autoridades sejam generosas com pagamentos para atenuar a insatisfação.
A população de Brunei é etnicamente homogênea, mas, como na vizinha Malásia, também tem uma grande comunidade chinesa e uma comunidade menor indiana. Restrições são gradualmente estabelecidas e impostas a toda a população. Por exemplo, durante o Ramadã todos os restaurantes, incluindo estabelecimentos não muçulmanos, devem fechar. Além disso, todos os restaurantes, incluindo hotéis, devem fechar todas as sextas-feiras, das 12h às 14h, durante as orações islâmicas. E, todos os dias, às 5h, todo o país está para. Muçulmanos e não muçulmanos devem parar o que estão fazendo durante o tempo do ritual de oração islâmica.
Cidadãos de Brunei estão acostumados ao alto nível de benefícios sociais oferecidos pelo governo. Pode ser difícil remover muitos desses benefícios. Ao mesmo tempo, o governo está tentando reduzir o grande número de cidadãos doentes empregados em departamentos do governo. A taxa geral de desemprego está pouco acima dos 9%, o que parece gerenciável, mas o desemprego entre os jovens é pelo menos o dobro disso, o que explica, pelo menos em parte, porque muitos da nova geração planejam deixar o país ou já deixaram.
Isso também é um incentivo para os jovens cristãos partirem, adicionado à pressão experimentada por pertencerem a uma minoria religiosa. Devido à situação difícil e ao futuro incerto, as questões de saúde mental são um problema frequente; de acordo com números oficiais, 1,5% da população está em tratamento para problemas de saúde mental. Isso é verdadeiro mesmo Brunei tendo lidado com a pandemia da COVID-19 e feito um programa de vacinação melhor do que a maioria de seus vizinhos. Outro surto da COVID-19, embora em um nível baixo se comparado aos padrões internacionais, aconteceu em agosto de 2021.
Em Brunei, estereótipos de gênero permanecem profundamente enraizados e espera-se que homens e mulheres assumam papéis tradicionais de gênero. O comitê da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) observou atitudes patriarcais que “são refletidas nas escolhas acadêmicas e profissionais das mulheres, sua participação na política e vida pública e sua posição desigual no mercado de trabalho, no casamento e nas relações familiares”. As vítimas de violência doméstica raramente relatam os casos devido a estigma, vergonha, dependência econômica, medo de represálias e de perder acesso aos filhos. No nível social, isso é considerado uma questão privada que deveria ser lidada com a família e a comunidade local.
Os convertidos do islamismo enfrentam níveis consideráveis de pressão, já que a conversão é considerada ilegal e tudo será feito para trazê-los de volta à fé original. As comunidades cristãs não tradicionais não podem ser registradas como igrejas, mas devem ser registradas como empresas, sociedades ou centros familiares. Dessa forma, elas são tratadas como organizações seculares e obrigadas a enviar relatórios financeiros e operacionais ao governo todos os anos. Toda a sociedade, inclusive os cristãos, é afetada pela introdução contínua das leis islâmicas da sharia, bem como pelo aperto da situação econômica, também devido à crise da COVID-19, o que impede que as autoridades sejam generosas com pagamentos para atenuar a insatisfação.
A população de Brunei é etnicamente homogênea, mas, como na vizinha Malásia, também tem uma grande comunidade chinesa e uma comunidade menor indiana. Restrições são gradualmente estabelecidas e impostas a toda a população. Por exemplo, durante o Ramadã todos os restaurantes, incluindo estabelecimentos não muçulmanos, devem fechar. Além disso, todos os restaurantes, incluindo hotéis, devem fechar todas as sextas-feiras, das 12h às 14h, durante as orações islâmicas. E, todos os dias, às 5h, todo o país está para. Muçulmanos e não muçulmanos devem parar o que estão fazendo durante o tempo do ritual de oração islâmica.
Cidadãos de Brunei estão acostumados ao alto nível de benefícios sociais oferecidos pelo governo. Pode ser difícil remover muitos desses benefícios. Ao mesmo tempo, o governo está tentando reduzir o grande número de cidadãos doentes empregados em departamentos do governo. A taxa geral de desemprego está pouco acima dos 9%, o que parece gerenciável, mas o desemprego entre os jovens é pelo menos o dobro disso, o que explica, pelo menos em parte, porque muitos da nova geração planejam deixar o país ou já deixaram.
Isso também é um incentivo para os jovens cristãos partirem, adicionado à pressão experimentada por pertencerem a uma minoria religiosa. Devido à situação difícil e ao futuro incerto, as questões de saúde mental são um problema frequente; de acordo com números oficiais, 1,5% da população está em tratamento para problemas de saúde mental. Isso é verdadeiro mesmo Brunei tendo lidado com a pandemia da COVID-19 e feito um programa de vacinação melhor do que a maioria de seus vizinhos. Outro surto da COVID-19, embora em um nível baixo se comparado aos padrões internacionais, aconteceu em agosto de 2021.
Em Brunei, estereótipos de gênero permanecem profundamente enraizados e espera-se que homens e mulheres assumam papéis tradicionais de gênero. O comitê da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) observou atitudes patriarcais que “são refletidas nas escolhas acadêmicas e profissionais das mulheres, sua participação na política e vida pública e sua posição desigual no mercado de trabalho, no casamento e nas relações familiares”. As vítimas de violência doméstica raramente relatam os casos devido a estigma, vergonha, dependência econômica, medo de represálias e de perder acesso aos filhos. No nível social, isso é considerado uma questão privada que deveria ser lidada com a família e a comunidade local.