Tipo de perseguição
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51Religião
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População
População cristã

O que mudou este ano na Costa do Marfim?
O aumento no índice de violência na Costa do Marfim é resultado do crescimento de ataques contra cristãos, particularmente na região norte. Os incidentes com igrejas, escolas cristãs e cristãos foram cometidos por jovens radicais ou multidões (incluindo aqueles influenciados por religiões tradicionais africanas ou ideologias muçulmanas radicais).
Apesar do índice de pressão permanecer consistente, os cristãos convertidos do islamismo ou de religiões tradicionais africanas enfrentaram mais hostilidade por parte dos familiares e da comunidade.
“Quando eu era muçulmano e ia aos feiticeiros, tínhamos que fazer sacrifícios ou pagar muito dinheiro. Mas com minha nova vida, acho as coisas muito mais fáceis e muito mais tranquilas. Jesus é meu Senhor, eu pertenço somente a ele.”
Karidja, viúva cristã de origem muçulmana da Costa do Marfim
Como é a perseguição aos cristãos na Costa do Marfim?
A opressão islâmica e a discriminação baseada em clãs representam ameaças significativas para as comunidades cristãs, especialmente para aqueles que deixaram o islã ou as religiões tradicionais africanas (RTA) para seguir a Jesus. Eles enfrentam severa oposição de familiares não cristãos, levando ao ostracismo social e, em alguns casos, danos físicos.
A crescente influência de grupos jihadistas e ensinamentos islâmicos radicais tornou-se prevalente na Costa do Marfim, intensificando ainda mais as tensões religiosas. Esse aumento do extremismo é particularmente preocupante no Norte do país, onde as ideologias islâmicas radicais estão ganhando força, promovendo um ambiente de medo e hostilidade em relação aos cristãos.
A situação é agravada pelo entrelaçamento de política e religião, o que exacerba a divisão entre os nortistas predominantemente muçulmanos e os sulistas majoritariamente cristãos. Na região norte, de maioria muçulmana, os funcionários do governo local são conhecidos por discriminar os cristãos, restringindo seu acesso a recursos e representação política. Esse tratamento preferencial das comunidades muçulmanas, especialmente em questões como a alocação de terras para edifícios religiosos, aprofunda o sentimento de desigualdade e marginalização entre os cristãos.
O tratamento desigual do governo da Costa do Marfim aos grupos religiosos, juntamente com a crescente influência do islã radical e as persistentes tensões étnicas, ameaça a estabilidade do país e põe em risco ainda mais a população cristã, particularmente os convertidos. Eleições presidenciais devem ser realizadas em outubro de 2025.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Costa do Marfim?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos na Costa do Marfim?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. O tipo de perseguição aos cristãos na Costa do Marfim é: opressão islâmica.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Costa do Marfim são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas e parentes.
Pedidos de oração da Costa do Marfim
- Clame por justiça e paz na Costa do Marfim, para que os cristãos tenham os mesmos direitos que os demais cidadãos do país.
- Ore por proteção e força aos cristãos que vivem em áreas onde há grupos extremistas islâmicos.
- Interceda por sabedoria e eficiência ao governo para combater a ação de grupos jihadistas.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA COSTA DO MARFIM
Devido a sua localização, o país se tornou muito importante para o comércio transatlântico de escravos. Mercadores muçulmanos estabeleceram rotas de comércio no Nordeste da Costa do Marfim na Idade Média, buscando ouro, marfim e escravos. Hoje o país compartilha fronteiras com Libéria, Guiné, Mali, Burkina Faso e Gana. Após impor um protetorado sobre a zona costeira, em 1842, a França finalmente tornou a Costa do Marfim uma colônia oficial em 1893, tornando-a parte da África Ocidental Francesa, que incluía Mauritânia, Senegal, Mali (Sudão Francês), Guiné Francesa, Burkina Faso (antigo Alto Volta), Benin (antigo Reino do Daomé) e Níger.
Em 31 de outubro de 1960, a Costa do Marfim se tornou uma república independente com uma nova Constituição. Felix Houphouet-Boigny se tornou presidente e permaneceu no cargo até morrer, em 1993. Ele declarou um sistema de partido único e governou por mais de 30 anos. O país se tornou estável e a economia cresceu. O presidente foi aclamado como “um líder capaz de manter a unidade étnica e a estabilidade política em meio a uma diversa e histórica desunião no país”. Mas abaixo da superfície, havia problemas. O progresso econômico e a estabilidade relativa não podiam mascarar o fato de que a divisão política no país ainda não fora superada. Como resultado, as tensões étnicas e religiosas cresceram nos anos 1990 e a guerra civil eclodiu em 2002.
Henri Konan Bédié sucedeu Felix Houphouet-Boigny como presidente em 1993 e foi acusado de corrupção e má gestão, resultando na suspensão da ajuda econômica em 1998. Bédié tentou construir seu poder no nacionalismo, introduzindo o que ele chamou de “Marfinidade”. Em dezembro de 1999, soldados conduziram um golpe sangrento. O general Robert Guei assumiu o poder e formou um governo, mas foi forçado a deixar o país em outubro de 2000 depois de tentativas de eleições nas quais Gbagbo se declarou o vencedor. Os protestos logo se transformaram em um conflito que dividiu o país em dois, com rebeldes muçulmanos no Norte e o controle do governo no Sul cristão. Finalmente, em 2010, outras eleições ocorreram e a comissão eleitoral declarou Ouattara como vencedor. Entretanto, Gbagbo se recusou a deixar o cargo alegando irregularidades na eleição, e um conflito se seguiu, levando à morte de cerca de três mil pessoas. Finalmente, Gbagbo foi preso e transferido para o Tribunal Internacional de Crimes de Guerra (ICC) em 2011.
Em 2015, o presidente Ouattara venceu o segundo mandato de cinco anos com aproximadamente 84% dos votos, em uma eleição descrita como confiável por observadores internacionais. No início de 2020, Ouattara disse que não participaria da eleição para o terceiro mandato, uma tentativa que precisaria de emenda constitucional. Em agosto de 2020, entretanto, ele mudou de ideia e foi formalmente eleito por seu partido para concorrer ao terceiro mandato, um passo que foi validado pela mais alta corte do país. Essa mudança de rumo pelo atual presidente levou a uma série de protestos. De acordo com um relatório do International Crisis Group de 29 de setembro de 2020, a tensão já havia levado à morte de 14 pessoas. Essa nova ameaça de violência teve implicações consideráveis para os cristãos, pois esse tipo de crise com frequência carrega conotações religiosas: sulistas (maioria cristã) contra nortistas (maioria muçulmana).
A corte constitucional excluiu um importante ex-presidente, Laurent Gbagbo, da corrida às eleições presidenciais. Como resultado, foram apenas o presidente Ouattara e o ex-presidente Henri Konan Bédié competindo pelo cargo presidencial em 31 de outubro de 2020. De acordo com o relato da rede de notícias BBC em 3 de novembro de 2020, Ouattara consquistou um terceiro mandato com 94% dos votos.HISTÓRIA DA IGREJA NA COSTA DO MARFIM
Missionários franceses introduziram o cristianismo em 1637, mas a igreja só cresceu depois que a França estabeleceu seu protetorado no país, o que durou de 1830 a 1960. Em 1911, estações missionárias católicas foram estabelecidas primeiro na parte sul do país e depois em Korhogo, no Norte. Em 1924, missionários protestantes chegaram com os metodistas britânicos. Outras organizações e igrejas, como a Cruzada de Evangelização Mundial (World Evangelism Crusade – WEC), Adventista do Sétimo Dia, Livre Arbítrio Batista e Assembleia de Deus entraram no país nos anos 1930.
CONTEXTO DA COSTA DO MARFIM
Muçulmanos formam uma maioria de 95% na parte norte do país. Cristãos são a maioria na parte sul do país. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o CIA Factbook, entre os principais grupos étnicos estão acãs (28,9%), voltaique ou gur (16,1%), mande do Norte (14,5%), mande do Sul (6,9%), não especificado (0,9%) e não marfinenses (24,2%). Além do francês, que é a língua principal, há outros 60 dialetos nativos, dos quais o dioula é o mais falado.
A taxa de crescimento da população é de 2,21%, sendo que 52,2% do total da população vive em áreas urbanas. A média geral da população é de 20,3 anos, com expectativa de escolaridade de 10 anos. A taxa de alfabetização entre adultos, acima de 15 anos, é de 47,2%, enquanto a quantidade de pessoas empregadas é de 55,1%. O desemprego atinge 3,3% do total da força de trabalho, sendo que entre os jovens a taxa é de 5,1%.
Além disso, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, a Costa do Marfim está classificada em 162 dos 189 países, com uma pontuação de 0,538. A expectativa de vida é de 57,8 anos.