Tipo de perseguição
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População cristã

O que mudou este ano em Uganda?
À medida que as atividades dos grupos jihadistas aumentaram, o governo intensificou a pressão sobre esses grupos e aliviou parte da pressão sobre a comunidade cristã. Os convertidos, principalmente na região leste, lutam contra o assédio e a rejeição social da família e da comunidade. Nos últimos cinco anos, a perseguição religiosa aumentou em Uganda, dificultando a vida dos seguidores de Jesus.
“Tudo na casa foi queimado, não sobrou nada. Eu descobri que minha mãe tinha sido morta de manhã, ela foi completamente queimada. Eu fiquei sem palavras…”
Audita (pseudônimo), cristã em Uganda
Como é a perseguição aos cristãos em Uganda?
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em ingês) têm escolas e igrejas cristãs como alvo de ataques. Em junho de 2023, um internato cristão foi destruído, amedrontando e traumatizando a comunidade local.
Na região leste de Uganda, onde a comunidade muçulmana é majoritária, os cristãos de origem muçulmana enfrentam ostracismo social, discriminação, agressão física, expulsão da comunidade e até assassinato. Os convertidos são vistos como traidores de sua fé e comunidade, levando a uma intensa perseguição.
O aumento da vigilância e do monitoramento do governo de Uganda, em resposta às preocupações com a segurança nacional, acrescentou outra camada de pressão sobre os cristãos. Embora as ações do governo tenham como objetivo conter o extremismo, elas colocam os cristãos sob maior escrutínio, particularmente em regiões já repletas de tensões religiosas. Essa situação complexa torna cada vez mais difícil para os cristãos praticar sua fé de forma livre e segura, especialmente em áreas onde há ameaça de radicalização islâmica e intolerância religiosa.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Uganda?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Uganda?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Uganda são: opressão islâmica, paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Uganda são: cidadãos e quadrilhas, parentes, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos e oficiais do governo.
Pedidos de oração de Uganda
- Clame por sabedoria ao governo para combater com eficácia os grupos extremistas no país.
- Ore por proteção e cura aos cristãos que são alvos de ataques dos jihadistas e da perseguição da família e da comunidade.
- Interceda por sabedoria, coragem e provisão aos líderes cristãos que arriscam suas vidas para cuidar das igrejas locais.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE UGANDA
O começo da história de Uganda, como boa parte dos países da África Subsaariana, é uma saga de movimentos de pequenos grupos de agricultores e pastores ao longo dos séculos. E meados do século 19, quando os primeiros visitantes não africanos entraram na região após se tornar o Protetorado de Uganda, havia diversas línguas distintas e culturas no território. Em 1875, Henry Morton Stanley, explorador britânico-americano, chegou a Buganda. Em 1890, a Companhia Imperial Britânica da África Oriental concordou em administrar a região em nome do governo britânico.
Em 1962, Uganda conquistou a independência da Grã-Bretanha, e os reinos tradicionais de Ankole, Buganda, Bunyoro e Toro receberam status federal e certa autonomia. Felizmente, a luta pela independência não tomou um rumo sangrento como no Quênia ou na Argélia; no entanto, não foi fácil, pois a Grã-Bretanha não estava disposta a renunciar a uma de suas colônias mais prósperas. Dr. Milton Obote, do Congresso do Povo de Uganda (UPC, da sigla em inglês), tornou-se primeiro-ministro. Em 1967, Obote aboliu os reinos e assumiu o cargo de presidente e primeiro-ministro.
Em 1971, enquanto o presidente Obote participava de uma reunião da Commonwealth em Cingapura, o general Idi Amin Dada conduziu um golpe que eficazmente derrubou o regime de Obote. Idi Amin expulsou asiáticos do país e conduziu massacres especialmente contra civis e soldados acholi e lango. Sob a liderança de Amin, Uganda tornou-se muito repressiva, com execuções extrajudiciais e em massa se tornando comuns. Em 1978, o exército de Uganda invadiu a faixa de Kagera, na Tanzânia. Isso foi visto como um ato de agressão pela Tanzânia, que invadiu o país em 1979. Idi Amin foi derrotado e fugiu do país para a Arábia Saudita via Líbia.
Milton Obote aproveitou a oportunidade e voltou ao país, venceu a eleição presidencial seguinte e reassumiu o poder. Durante este tempo, Obote tentou revitalizar a economia com a ajuda internacional, mas foi derrubado por outro golpe em 1985. Em 1986, um líder da guerrilha Exército de Resistência Nacional (NRA, da sigla em inglês), Yoweri Museveni, assumiu o controle do país, formou um governo de unidade nacional e permanece no poder como presidente desde então. O governo de Museveni não passou sem contestação, especialmente no Norte. O Exército de Resistência do Senhor (LRA, da sigla em inglês) lutou contra o exército ugandense e deslocou milhões de civis enquanto pretendia remover o regime de Museveni. No entanto, ele ainda é presidente após 35 anos no poder, derrotando doutor Besigye em 2016 e Bobi Wine em janeiro de 2021. Ele está no controle firme do país e usou as restrições da COVID-19 a seu favor para restringir ainda mais as forças da oposição.HISTÓRIA DA IGREJA EM UGANDA
Como Uganda é um país sem litoral, no interior do continente africano, o cristianismo entrou na região relativamente tarde comparado a outras partes da África (especialmente as regiões costeiras). Os missionários protestantes chegaram primeiro à corte de Kabaka Muteesa (que reinou de 1856-1884) em 1877. A Igreja Católica Romana se estabeleceu no país em 1879. Outras denominações cristãs chegaram nos anos 1930 (e décadas seguintes), incluindo a Assembleia Pentecostal do Canadá, uma comunidade ortodoxa sob o Patriarcado Ortodoxo Grego de Alexandria, a Igreja Toda a África, a Igreja Nova Apostólica, os Adventistas do Sétimo Dia e a Igreja de Deus.
Houve uma onda de perseguição aos cristãos em 1885-86 (incluindo assassinatos brutais) e mais tarde na década de 1970 sob o governo de Idi Amin.CONTEXTO DE UGANDA
Uganda é um país de maioria cristã. A confiabilidade das estatísticas religiosas é contestada e líderes muçulmanos argumentam que sua presença é muito maior do que a estimativa do World Christian Database 2021, de menos de 12%.
De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, que cita o censo do governo de Uganda de 2014: “De acordo com estimativas oficiais do governo, os muçulmanos constituem 14% da população. O Conselho Supremo Muçulmano de Uganda estima que os muçulmanos (principalmente sunitas) estão próximos a 35% da população. Há também um pequeno número de muçulmanos xiitas, principalmente em Kampala e na parte oriental do país, sobretudo nos distritos de Mayuge e Bugiri”.
Uganda recebeu cerca de 905 mil refugiados do Sudão do Sul em 2020 e 938 mil em 2021, com 19.210 novas chegadas de refugiados em 2020 e 30 mil em 2021. No Norte de Uganda, 32 mil foram deslocados por causa de combates entre forças do governo e o Exército de Resistência do Senhor; em 2011, a maioria das 1,8 milhão de pessoas que estavam em campos de deslocados internos no auge do conflito havia retornado para casa ou tinha sido reassentada, mas em 2018 muitas não encontraram soluções duradouras devido à violência intercomunitária, disputas de terra e ataques ao gado.
Embora Uganda tenha sido popularizada no passado como “Uma Pérola da África” pelos britânicos, especialmente pelo livro de Winston Churchill “My African Journey” (1908), a população continua pobre, tendo sofrido guerra civil, má gestão e abusos de direitos humanos.