Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
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População
População cristã

O que mudou este ano no Sri Lanka?
Embora o índice de violência tenha subido, a pressão sobre os cristãos diminuiu. Monges budistas e multidões em aldeias causaram a maioria dos problemas para as igrejas e seus líderes.
Um novo presidente foi eleito em setembro de 2024 e um novo governo foi eleito em novembro de 2024, agora liderado pela aliança NPP, do presidente, com uma maioria de dois terços. Há grandes esperanças de mudança na situação da minoria cristã. De fato, após uma visita a uma das igrejas bombardeadas na Páscoa de 2019, o presidente Dissanayake prometeu justiça para as vítimas e reabriu as investigações.
“Eu quero testificar sobre o que aconteceu conosco e sobre quem Jesus é.”
Rebekah (pseudônimo), cristã sobrevivente do ataque de Páscoa no Sri Lanka
Como é a perseguição aos cristãos no Sri Lanka?
Os cristãos de origem budista ou hindu enfrentam a perseguição mais forte. Eles estão sujeitos a assédio, discriminação e marginalização por parte da família e da comunidade. Eles são pressionados a renegar o cristianismo, pois a conversão é considerada traição – espera-se que todos os cingaleses étnicos (a maioria no Sri Lanka) sejam budistas.
Dentro da população minoritária tâmil no Nordeste, espera-se que todos sejam hindus, exceto aqueles pertencentes a comunidades cristãs históricas. A minoria cristã é geralmente tolerada. Além disso, as igrejas não tradicionais são alvo de ataques da comunidade local, muitas vezes incitada por monges budistas e autoridades locais, com demandas para fechar os prédios de igrejas, que consideram ilegais.
Por causa das consequências severas, é quase impossível para os convertidos revelarem a nova fé. Assim, há poucos casos de agressão ou morte de cristãos de origem muçulmana em razão da nova crença.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Sri Lanka?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos no Sri Lanka?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. O tipo de perseguição aos cristãos no Sri Lanka é: nacionalismo religioso.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Sri Lanka são: oficiais do governo, parentes, líderes religiosos não cristãos, cidadãos quadrilhas, grupo religiosos violentos e partidos políticos.
Pedidos de oração do Sri Lanka
- Interceda por sabedoria e justiça para autoridades, para que governem visando o bem-estar de toda a população.
- Ore por segurança e encorajamento aos cristãos de origem budista ou hindu que enfrentam perseguição da família e da comunidade.
- Clame por sustento para os cristãos assediados, discriminados e marginalizados por seguirem a Jesus.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DO SRI LANKA
Os primeiros moradores do território do Sri Lanka eram os Vedas, e por volta do século 6 a.C, o povo cingalês migrou a partir da região indiana de Bengala. O território foi disputado diversas vezes por tâmeis e cingaleses. Mas no século 15, a ilha foi invadida pela China e os monarcas tiveram que pagar impostos para o imperador chinês durante 30 anos.
A localização geográfica do Sri Lanka fez com que fosse um dos pontos estratégicos da antiga Rota da Seda. Em 1505, os navegantes portugueses desembarcaram na ilha e já encontraram os setes reinos em guerra. Mais tarde, os holandeses tomaram o território e, por fim, a Inglaterra tornou o Sri Lanka uma de suas colônias até 1948, quando o país se tornou independente a partir de tratados militares feitos com a Grã- Bretanha.
Porém, a independência não trouxe paz para a população, já que guerrilheiros da etnia tâmil reivindicaram um território para o seu povo. A violência e atentados contra as tropas cingalesas resultou em uma guerra civil de quase 16 anos, com a morte de 100 mil pessoas. Os conflitos acabaram em 2009, durante o governo de Percy Mahendra Rajapaksa, que durou de 2005 até 2015. Com um governo diferente eleito em 2015, Rajapaksa perdeu o poder e alguns grupos budistas radicais, como Bodu Bala Sena, perderam apoio aberto. Mas ainda eram publicamente ativos e têm dado apoio aos ataques às minorias, que têm como alvo a minoria muçulmana do país. Já o nível de violência contra os cristãos permaneceu mais baixo do que no governo anterior, que era mais permissivo.
O Sri Lanka não fez nenhum progresso tangível em termos de reconciliação nacional, tão necessária após uma guerra civil de uma geração. Dado que a maioria das redes na sociedade são baseadas em filiação religiosa e étnica, o desafio é imenso, pois os grupos étnicos e religiosos precisam superar a desconfiança.
No entanto, não está claro quem pode liderar esse processo. Com o novo governo iniciado em novembro de 2019, fortes tons nacionalistas e foco em questões de segurança se tornaram a norma. O fato de a família Rajapaksa ter vencido as eleições de 2019 com uma vitória esmagadora silenciou efetivamente todos os esforços de reconciliação e mostrou que a busca por segurança superou todas as outras necessidades que os eleitores podem ter.
Os cristãos ainda são afetados pelos ataques da Páscoa de 2019 e, embora as comissões de investigação tenham descoberto algumas deficiências e falhas de inteligência, há a sensação de que os ataques foram usados ??com fins políticos, em vez de melhorar a situação das minorias cristãs. Três anos após os ataques, ainda há mais perguntas do que respostas, levando o cardeal Ranjith a ameaçar pedir uma investigação internacional se não houver progresso pelas autoridades do país. Por fim, o Sri Lanka luta para controlar a pandemia de COVID-19 e gerenciar e mitigar suas consequências econômicas e sociais.
HISTÓRIA DA IGREJA NO SRI LANKA
De acordo com a tradição da Igreja, o cristianismo foi apresentado no Sri Lanka pelo apóstolo Tomé, que foi para a Índia. Os cristãos nestorianos viveram no país por muito tempo antes do catolicismo romano ser introduzido na ilha por comerciantes portugueses no início do século 16.
No século 17, comerciantes holandeses levaram o protestantismo. Os missionários metodistas foram particularmente ativos no final do século 19, especialmente na fundação de escolas. Os cristãos são um dos poucos grupos da sociedade que incluem uma mistura de grupos étnicos cingaleses e tâmeis, embora a etnia também seja um problema entre eles.
Os cristãos podem ser encontrados em todo o país, mas estão mais concentrados nas partes leste, oeste e norte do país e são menos representados no Sul. Quando os portugueses chegaram ao Sri Lanka, construíram igrejas católicas romanas ao longo da costa leste e oeste e em algumas cidades.
Há menos igrejas católicas romanas nas áreas rurais, elas estão espalhadas por 12 dioceses. No entanto, as igrejas da Assembleia de Deus podem ser encontradas em muitas partes do país agora, especialmente nas áreas rurais. Há também missões anglicanas e igrejas metodistas em algumas áreas rurais.
O Conselho Nacional Cristão do Sri Lanka compreende as igrejas Anglicana, Protestante do Sul da Índia, Metodista, Batista, Reformada, Exército de Salvação, Presbiteriana, Igreja do Ceilão, Assembleia Deus e Igreja do Evangelho Quadrangular. Já a Aliança Evangélica Cristã Nacional do Sri Lanka representa principalmente grupos evangélicos e possui mais de 200 igrejas, representando mais de 200 mil cristãos.
CONTEXTO ATUAL DO SRI LANKA
Devido à história da guerra civil no Sri Lanka, o nacionalismo religioso prosperou. Grupos budistas radicais surgiram em todo o país e foram usados por governos anteriores como meio de manter as minorias religiosas sob controle. Com o novo governo Rajapaksa, eles podem ver um renascimento.
A principal vítima ainda é a minoria muçulmana, considerada uma ameaça particular caso ocorra a radicalização islâmica. O aumento da violência levou ao assassinato de muçulmanos em 2014 e novamente em março de 2018 em Kandy, quando vários negócios pertencentes a muçulmanos foram destruídos por radicais budistas.
Os cristãos também têm enfrentado ataques de grupos locais, frequentemente liderados por monges budistas. No período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2022, que viu restrições para conter a COVID-19, foram registrados mais de 80 ataques e incidentes de assédio em diferentes níveis.
Budistas radicais usaram o ataque do Domingo de Páscoa contra cristãos por militantes islâmicos em abril de 2019 como pretexto para atacar a minoria muçulmana. Observadores do país ficaram surpresos com o movimento perigoso do presidente Sirisena em perdoar o monge budista linha-dura Gnanasera Thera, chefe do radical Bodu Bala Sena em maio de 2019, um mês após o ataque de Páscoa. Ao conceder a anistia, o governo do Sri Lanka estava permitindo que ele ditasse o que deveria ser visto como “extremismo” na sociedade. O fato do presidente Rajapaksa deixar esse monge liderar a força-tarefa presidencial na tentativa de unir o país mostra o quanto esse governo está inclinado ao nacionalismo religioso e à paranoia ditatorial.
Apesar de sua promoção a um país de “renda média-alta”, os desafios sociais continuam a persistir, especialmente nas áreas rurais e devastadas pela guerra no Norte e Nordeste do Tamil. Os números da linha da pobreza, equivalente a menos de 5,50 dólares por dia, parecem administráveis em 12,3%, mas esses dados são de 2016.
Os 30,3% de desemprego juvenil relatados e 39% de emprego vulnerável parecem se aproximar da realidade e mostram os desafios sociais com que o governo precisa lidar. Esses desafios foram exacerbados pela chegada da COVID-19 em 2020 e pelas consequências econômicas que ela causou. Embora a migração sempre tenha sido forte, a COVID-19 levou a uma tendência reversa temporária, já que muitos trabalhadores migrantes retornaram ao Sri Lanka. Isso aumentou a pressão econômica e social no país.
Embora o Sri Lanka tenha as normas patriarcais profundamente enraizadas, a guerra civil deixou muitas mulheres viúvas e as tornou chefes de família. Em 2017, uma em cada quatro famílias era chefiada por mulheres, embora essas mulheres supostamente enfrentem pressões sociais e desafios contínuos no acesso a programas governamentais e na posse de propriedades.
A população muçulmana é estimada em 9,3%. De acordo com a sharia (conjunto de leis islâmicas), considera-se que uma esposa pertence à família de seu marido. Dentro desse contexto islâmico, as mulheres continuam a assumir posições subservientes aos homens. A violência doméstica, que já era comum, aumentou durante a pandemia de COVID-19 e pode ser usada como um meio de punir as mulheres convertidas.
Os cristãos, especialmente nas áreas rurais, lutam com empregos vulneráveis ??ou com desemprego, mas outra questão importante para eles é ter sua voz ouvida em uma sociedade cingalesa e budista dominante. Outro sinal de mais restrições na sociedade é que o serviço das ONGs do governo foi colocado sob o Ministério da Defesa pelo governo de Rajapaksa, de modo que os direitos humanos e as preocupações das minorias ficam em segundo plano.
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