Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
61Religião
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População
População cristã

O que mudou este ano em Djibuti?
A pressão sobre os cristãos se manteve estável nas últimas cinco edições da Lista Mundial da Perseguição (LMP). Como uma sociedade conservadora, os cristãos que se convertem do islamismo frequentemente enfrentam consequências severas, que vão desde ridicularização e ostracismo social até completa rejeição. A localização estratégica de Djibuti, combinada com a falta de pressão internacional sobre o governo para melhorar as condições dos direitos humanos, permite que o governo reprima a população com pouco medo de repercussão internacional. Isso contribuiu para a perseguição persistente aos cristãos no país.
“Eu quero ser um testemunho para os outros.”
Cristã secreta no Djibuti
Como é a perseguição aos cristãos em Djibuti?
A perseguição em Djibuti abrange tanto aspectos estruturais (por exemplo, leis) quanto práticos. Todas as leis e políticas no país são moldadas pela sharia (conjunto de leis islâmicas), criando um ambiente onde os cristãos, particularmente os de origem muçulmana, enfrentam dificuldades significativas. Esses desafios são ainda mais exacerbados pelas normas culturais profundamente enraizadas, fortes laços familiares e um modo de vida comunitário que torna quase impossível esconder a fé.
Se alguém se converte ao cristianismo ou mesmo se houver rumores de uma possível conversão, essa pessoa não apenas enfrentará o ostracismo, mas também perderá todos os direitos de herança. A ascensão do extremismo dentro da sociedade continua a alimentar a opressão islâmica, tornando a situação cada vez mais perigosa para os cristãos. Isso é agravado pela paranoia ditatorial do regime governante e pelas dinâmicas opressivas das estruturas de clãs, que trabalham juntos para silenciar e marginalizar as comunidades cristãs. As autoridades locais, influenciadas por essas forças culturais e políticas, muitas vezes falham em proteger os cristãos se eles forem atacados, deixando-os vulneráveis à perseguição tanto social quanto familiar.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Djibuti?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Djibuti?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Djibuti são: opressão islâmica, opressão do clã e paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Djibuti são: líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes, líderes de grupos étnicos, oficiais do governo e partidos políticos.
Pedidos de oração de Djibuti
- Ore por fortalecimento para todos os convertidos que enfrentam perseguição de familiares, comunidade e autoridades.
- Clame para que os governantes liderem respeitando a liberdade religiosa e os direitos humanos de toda a população.
- Ore para que o evangelho seja pregado e mais pessoas ouçam sobre o amor de Jesus e passem a segui-lo.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DO DJIBUTI
Antigamente conhecido como Somalilândia Francesa (1896-1967) e Território Francês dos Afars e Issas (1967-1977), o país tomou Djibuti como nome quando se tornou independente da França em 27 de junho de 1977. Após anos de guerra civil (1991-2000), a primeira eleição livre multipartidária ocorreu em 2003. Entretanto, o partido no governo tem efetivamente ganhado controle de todos os níveis de poder do Estado, e o país não tem mais uma democracia eleitoral. O presidente Guelleh, que assumiu o cargo pela primeira vez em 1999, foi reeleito para um quinto mandato em abril de 2021, vencendo com mais de 98% dos votos. O principal grupo de oposição boicotou as eleições.
O Djibuti é um país de contrastes. Por um lado, tem feito progresso considerável em desenvolver seu porto, economia e setor bancário, se tornando atrativo para negócios estrangeiros e investimentos militares. Por outro lado, é provável que o Djibuti continue enfrentando desafios como sério desemprego, uma severa falta de trabalhadores qualificados, secas crônicas, insegurança alimentar, altos custos de eletricidade e instituições governamentais subdesenvolvidas. Essa mistura de fatores já está levando a pobreza e tensão política.
Há uma necessidade por políticas governamentais mais inclusivas, distribuição de renda mais equilibrada entre a população, infraestrutura de energia melhor e diminuição significativa da corrupção na elite dominante. No Djibuti, essas questões, vistas em muitas partes da África, estão ligadas a países que têm uma grande população jovem, que é principalmente afetada por uma alta taxa de desemprego. É esperado que as tendências descritas acima levem a ações repressivas contínuas, mantendo a sociedade djibutiana alinhada com os interesses da elite.
Agora que a Etiópia está expandindo suas alternativas retomando seu relacionamento com a Eritreia desde meados de 2018, o Djibuti deve ter dificuldades financeiras já que o porto usado pela Etiópia até agora era a principal fonte de renda da economia djibutiana. Alguns comentaristas sugerem que isso poderia encorajar o Djibuti a reagir, desestabilizando a região. O papel do porto foi diminuído pela pandemia global da COVID-19.HISTÓRIA DA IGREJA NO DJIBUTI
Por volta do primeiro século, o Djibuti fez parte do poderoso reino etíope de Askum, que incluía a atual Eritreia e até se estendia para partes do Mar Vermelho e partes no Sul da Arábia. Foi durante a era axumita, no século 4, que o cristianismo apareceu pela primeira vez na região. Conforme o império axumita gradualmente caía em declínio, uma nova influência se levantava e substituiria a religião cristã no Djibuti para sempre: o islamismo. Ele foi introduzido na região por volta do ano 825 por comerciantes do Sul da Arábia.
As conexões históricas entre Etiópia e Djibuti levaram à contínua presença da Igreja Ortodoxa Etíope no país. Poderes europeus trouxeram o catolicismo romano e o cristianismo protestante para o país após a chegada dos franceses, que primeiro ganharam uma posição na região, em 1883, que foi nomeada como “Somalilândia Francesa”, em 1894. A Igreja Católica Romana enviou seu primeiro padre da Arábia para o Djibuti em 1883. Em 1940, a Igreja Reformada Francesa foi estabelecida. A Igreja Ortodoxa Etíope também estabeleceu congregações no país.CONTEXTO DO DJIBUTI
O islamismo é a religião do Estado, mas a Constituição garante liberdade religiosa. Minorias religiosas não sunitas – incluindo cristãos — são às vezes tratadas de forma injusta. A população é 94% muçulmana sunita. O Ministério de Assuntos Islâmicos fiscaliza questões religiosas e tem autoridade direta sobre mesquitas e imãs, que são colaboradores do serviço civil desde 2013/2014.
Aproximadamente 60 a 65% da população são da etnia somali da tribo issa. A maior parte do restante da população são descendentes de afar, junto com uma pequena minoria de franceses, iemenitas e etíopes, a maioria deles cidadãos estrangeiros. De acordo com Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, o Djibuti é um dos últimos países no ranking, com 0,524 pontos, se classificando em 166º lugar de 189 países. A expectativa de vida é de 67,1 anos.
Dentro do contexto islâmico e patriarcal do Djibuti, mulheres e meninas tradicionalmente assumem papéis subordinados na família e sociedade, em que homens assumem posições de liderança na casa. Acredita-se que o abuso doméstico é geral, mas raramente é relatado publicamente. Pelo contrário, a violência na esfera doméstica é muitas vezes tratada dentro do contexto tradicional e familiar.