Tipo de perseguição
Pontuação na pesquisa
63Religião
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População
População cristã

O que mudou este ano na Tanzânia?
O nível de perseguição na Tanzânia tem se mantido relativamente estável nos últimos anos, com o país mantendo sua posição na faixa acima de 61 pontos. A pontuação do país aumentou em um ponto, principalmente devido a um aumento na violência. Esse aumento reflete uma maior frequência de ataques direcionados a cristãos, incluindo assassinatos, o que contribuiu para um ambiente mais perigoso para os cristãos. Apesar desse aumento na violência, a pressão média sobre os cristãos permaneceu estável, consistente com os anos anteriores, desde a Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2021. Pressão significativa continua a ser sentida nas esferas da família e da comunidade, com convertidos do islamismo sendo pressionados tanto pela família quanto pela comunidade.
“Aqueles que pensam que nossas reuniões vão parar por conta desse incêndio estão muito enganados. A igreja ficava ao lado de uma grande árvore, e vamos nos reunir debaixo dela por enquanto.”
Sabas Kafuba, líder de igreja incendiada na Tanzânia
Como é a perseguição aos cristãos na Tanzânia?
A perseguição aos cristãos na Tanzânia é uma questão complexa moldada por uma combinação de forças sociais, religiosas e políticas. Em regiões como Zanzibar e as áreas costeiras, onde práticas islâmicas conservadoras predominam, os cristãos – especialmente aqueles que se converteram do islamismo – enfrentam intensa pressão, assédio e até ataques físicos. Esses convertidos muitas vezes são expulsos de suas casas e isolados por suas comunidades, ficando marginalizados e vulneráveis.
A expectativa social de conformidade com normas religiosas e culturais estritas exacerba essa perseguição, com os cristãos sendo intimidados, discriminados e excluídos por não aderirem a práticas tradicionais, como códigos de vestimenta. A situação é ainda mais agravada pela ameaça iminente de violência jihadista, particularmente em regiões que fazem fronteira com Moçambique, onde ocorreram ataques transfronteiriços, intensificando os temores entre as comunidades cristãs. Além disso, funcionários do governo, especialmente em Zanzibar, impõem restrições às atividades cristãs, monitorando de perto as igrejas e desencorajando os líderes a se manifestarem contra injustiças sociais. Essa combinação de pressões religiosas, sociais e governamentais cria um ambiente hostil que limita a capacidade dos cristãos na Tanzânia de praticarem a fé livremente.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Tanzânia?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.?
Quem persegue os cristãos na Tanzânia?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Tanzânia são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Tanzânia são: cidadãos e quadrilhas, parentes, grupos religiosos violentos, líderes de grupos étnicos, oficiais do governo.
Pedidos de oração da Tanzânia
- Clame para que cristãos que são alvos de extremistas islâmicos sejam capacitados a responder de forma bíblica.
- Peça por provisão diária para as famílias cristãs mais carentes e para que recebam o cuidado da igreja local.
- Ore para que as autoridades tenham compromisso com a liberdade, a justiça e o bem-estar de toda a população da Tanzânia.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DA TANZÂNIA
Acredita-se que o território que conhecemos como Tanzânia foi um dos assentamentos mais antigos da humanidade. Porém, o primeiro contato com europeus aconteceu quando os portugueses chegaram na região no final do século 15.
Os portugueses se estabeleceram com o objetivo de encontrar ouro e conquistaram os reinos de Quiloa e Zanzibar. Durante dois séculos de domínio, os exploradores lusos aliaram-se a várias tribos, a quem ofereciam apoio militar.
De 1880 até 1919 houve uma colônia alemã no território chamada Tanganica. Mas ela se tornou uma posse britânica até 1961. Depois de conquistar a independência da Grã-Bretanha em 1961, Tanganica e Zanzibar se fundiram para formar a República Unida da Tanzânia em 1964.
Em 1967, o presidente Julius Nyerere fez a Declaração de Arusha, revelando sua filosofia política de igualitarismo, socialismo e autoconfiança. A partir de 1965, as eleições presidenciais foram realizadas a cada cinco anos com um sistema de partido único. Em resposta à oposição e à pressão internacional, um sistema multipartidário foi introduzido em 1992. As eleições presidenciais e legislativas de outubro de 1995 em Zanzibar foram as primeiras a serem realizadas desde a restauração da democracia multipartidária. O partido no poder reivindicou a vitória e Benjamin Mkapa tornou-se presidente apesar das alegações de irregularidades na votação. Mkapa serviu por dois mandatos até ser substituído por Jakaya Kikwete em 2005.
Em outubro de 2015, John Magufuli e seu partido no poder venceram as eleições presidenciais com 58% dos votos. Em Zanzibar, onde a vida dos cristãos é mais difícil, os resultados das eleições de 2015 para o parlamento da ilha e para a presidência foram anulados por irregularidades.
Desde 2015, aconteceram muitas mudanças no cenário político, econômico, social e tecnológico. Também houve alterações nas práticas políticas e na lei que afetam direta ou indiretamente os cristãos e influenciam o nível de liberdade religiosa na Tanzânia.
No entanto, o país não conseguiu realizar um referendo constitucional que estava marcado para abril de 2015, com os partidos da oposição e a Igreja Católica dizendo que fariam campanha contra o referendo. O projeto de Constituição prevê a aplicação de tribunais da sharia (conjunto de leis islâmicas) em todo o país. Anteriormente, os tribunais islâmicos estavam restritos a Zanzibar, uma ilha com 99% de muçulmanos. Os líderes da igreja acreditam que, se esse projeto for adotado em sua forma atual, terá um enorme impacto sobre os cristãos.
Apesar das dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19, a Tanzânia decidiu avançar com eleições marcadas para 28 de outubro de 2020. O presidente John Magufuli foi reeleito como candidato do partido governante Chama Cha Mapinduzi (CCM). Mas, o presidente morreu em março de 2021 aos 61 anos, após sofrer complicações cardíacas. Ele foi sucedido pelo vice-presidente, Samia Suluhu Hassan, empossado como o novo presidente em 19 de março de 2021. Hassan deve governar durante os cinco anos de mandato de Magafuli.Os portugueses se estabeleceram com o objetivo de encontrar ouro e conquistaram os reinos de Quiloa e Zanzibar. Durante dois séculos de domínio, os exploradores lusos aliaram-se a várias tribos, a quem ofereciam apoio militar.
De 1880 até 1919 houve uma colônia alemã no território chamada Tanganica. Mas ela se tornou uma posse britânica até 1961. Depois de conquistar a independência da Grã-Bretanha em 1961, Tanganica e Zanzibar se fundiram para formar a República Unida da Tanzânia em 1964.
Em 1967, o presidente Julius Nyerere fez a Declaração de Arusha, revelando sua filosofia política de igualitarismo, socialismo e autoconfiança. A partir de 1965, as eleições presidenciais foram realizadas a cada cinco anos com um sistema de partido único. Em resposta à oposição e à pressão internacional, um sistema multipartidário foi introduzido em 1992. As eleições presidenciais e legislativas de outubro de 1995 em Zanzibar foram as primeiras a serem realizadas desde a restauração da democracia multipartidária. O partido no poder reivindicou a vitória e Benjamin Mkapa tornou-se presidente apesar das alegações de irregularidades na votação. Mkapa serviu por dois mandatos até ser substituído por Jakaya Kikwete em 2005.
Em outubro de 2015, John Magufuli e seu partido no poder venceram as eleições presidenciais com 58% dos votos. Em Zanzibar, onde a vida dos cristãos é mais difícil, os resultados das eleições de 2015 para o parlamento da ilha e para a presidência foram anulados por irregularidades.
Desde 2015, aconteceram muitas mudanças no cenário político, econômico, social e tecnológico. Também houve alterações nas práticas políticas e na lei que afetam direta ou indiretamente os cristãos e influenciam o nível de liberdade religiosa na Tanzânia.
No entanto, o país não conseguiu realizar um referendo constitucional que estava marcado para abril de 2015, com os partidos da oposição e a Igreja Católica dizendo que fariam campanha contra o referendo. O projeto de Constituição prevê a aplicação de tribunais da sharia (conjunto de leis islâmicas) em todo o país. Anteriormente, os tribunais islâmicos estavam restritos a Zanzibar, uma ilha com 99% de muçulmanos. Os líderes da igreja acreditam que, se esse projeto for adotado em sua forma atual, terá um enorme impacto sobre os cristãos.
Apesar das dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19, a Tanzânia decidiu avançar com eleições marcadas para 28 de outubro de 2020. O presidente John Magufuli foi reeleito como candidato do partido governante Chama Cha Mapinduzi (CCM). Mas, o presidente morreu em março de 2021 aos 61 anos, após sofrer complicações cardíacas. Ele foi sucedido pelo vice-presidente, Samia Suluhu Hassan, empossado como o novo presidente em 19 de março de 2021. Hassan deve governar durante os cinco anos de mandato de Magafuli.
CONTEXTO ATUAL DA TANZÂNIA
A Tanzânia é uma nação majoritariamente cristã, com uma população cristã estimada em 56,9%, garantem as estimativas do World Christian Database 2021. No entanto, a demografia religiosa é muito diferente quando se compara a Tanzânia continental com a ilha de Zanzibar.
Enquanto a maioria da população do continente é cristã, a maioria dos moradores de Zanzibar são adeptos do islã. Esse arquipélago de maioria muçulmana tornou-se uma região com desafios significativos para a população cristã nos últimos anos. Por exemplo, os cristãos não têm igualdade no acesso à justiça, pois enfrentam preconceitos nos tribunais. Além disso, foram punidos por cozinhar durante no mês do Ramadã.
A população jovem em rápido crescimento é um desafio demográfico para o país. A urbanização crescente também pressiona o governo a atender às necessidades sociais, de saúde e emprego daqueles que vivem nas comunidades mais carentes.
De acordo com o Banco Mundial, o índice de pobreza na linha de pobreza nacional diminuiu modestamente ao longo do tempo, caindo de 28,2% da população em 2012 para 26,1% em 2019. Mas o rápido crescimento populacional da Tanzânia fez com que o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza aumentasse constantemente.
Em 2020, a desaceleração econômica induzida pela pandemia fez com que a taxa de pobreza aumentasse para cerca de 27,2%, agravando o efeito do crescimento populacional sobre o número absoluto de pessoas que vivem na pobreza. Não obstante, após duas décadas de crescimento sustentado, a Tanzânia atingiu um marco importante em julho de 2020, quando passou formalmente do status de país de baixa renda para país de renda média-baixa.HISTÓRIA DA IGREJA NA TANZÂNIA
O cristianismo chegou originalmente à Tanzânia com os portugueses no início do século 16. No entanto, os católicos romanos portugueses não eram ativos na evangelização da população nativa e, portanto, a presença do cristianismo era superficial.
Em 1844, dois protestantes alemães — Johann Krapf e Johan Rebmann — chegaram como missionários-exploradores representando a Sociedade Missionária da Igreja baseada na Grã-Bretanha. No entanto, houve pouco crescimento da igreja até 1860, quando os padres católicos romanos foram para Zanzibar, e em 1863, quando a sociedade missionária católica “Padres do Espírito Santo” foi estabelecida lá.
A Tanzânia também foi território explorado por David Livingstone em nome da Sociedade Missionária de Londres no século 19. Após a ocupação oficial alemã de Tanganyika em 1885, várias sociedades missionárias luteranas floresceram. Em 1938, sete igrejas se uniram e formaram a Federação das Igrejas Luteranas de Tanganica.
A Igreja Católica Romana, a Igreja Luterana e os Adventistas do Sétimo Dia são algumas das principais denominações cristãs na Tanzânia continental. Existem também diversos grupos cristãos pentecostais.
Enquanto a maioria da população do continente é cristã, a maioria dos moradores de Zanzibar são adeptos do islã. Esse arquipélago de maioria muçulmana tornou-se uma região com desafios significativos para a população cristã nos últimos anos. Por exemplo, os cristãos não têm igualdade no acesso à justiça, pois enfrentam preconceitos nos tribunais. Além disso, foram punidos por cozinhar durante no mês do Ramadã.
A população jovem em rápido crescimento é um desafio demográfico para o país. A urbanização crescente também pressiona o governo a atender às necessidades sociais, de saúde e emprego daqueles que vivem nas comunidades mais carentes.
De acordo com o Banco Mundial, o índice de pobreza na linha de pobreza nacional diminuiu modestamente ao longo do tempo, caindo de 28,2% da população em 2012 para 26,1% em 2019. Mas o rápido crescimento populacional da Tanzânia fez com que o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza aumentasse constantemente.
Em 2020, a desaceleração econômica induzida pela pandemia fez com que a taxa de pobreza aumentasse para cerca de 27,2%, agravando o efeito do crescimento populacional sobre o número absoluto de pessoas que vivem na pobreza. Não obstante, após duas décadas de crescimento sustentado, a Tanzânia atingiu um marco importante em julho de 2020, quando passou formalmente do status de país de baixa renda para país de renda média-baixa.