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População cristã

O que mudou este ano no Nepal?
O aumento na pontuação total do Nepal foi devido ao aumento na pontuação de violência. O nacionalismo religioso (misturado com a opressão do clã) domina na maioria das esferas da vida, enquanto a paranoia ditatorial afeta as esferas nacional e igreja. Convertidos do hinduísmo são submetidos a maior pressão, pois são vistos como desviados da fé dos ancestrais. A maior parte da pressão vem de radicais hindus. A violência por parte de radicais hindus contra cristãos também continuou, com igrejas sendo danificadas, cristãos sendo presos, assediados fisicamente e mais de 200 sendo forçados a deixar suas casas.
“Perdi meu relacionamento familiar e muitas outras coisas quando aceitei a Cristo. Mas sempre senti a presença de Deus em minha vida. Ele proveu minhas necessidades e me manteve segura.”
Kabita Khatri (pseudônimo), cristã perseguida no Nepal
Como é a perseguição aos cristãos no Nepal?
Convertidos do hinduísmo são submetidos a maior pressão, pois são vistos como desviados da fé dos ancestrais. Cristãos de origem hindu e membros de comunidades eclesiásticas não tradicionais enfrentam pressão da família, amigos, comunidade e autoridades locais. Igrejas católicas romanas e igrejas onde expatriados se reúnem enfrentam menos problemas.
De tempos em tempos, radicais hindus aproveitam a instabilidade política em curso para atacar cristãos – na maioria das vezes impunemente. Há relatos de igrejas sendo atacadas, cristãos sendo espancados, presos e condenados à prisão. Também houve cristãos que precisaram fugir de suas casas e vilarejos por causa de ameaças. Além disso, existem restrições legais a nível nacional – por exemplo, a legislação anticonversão de 2017.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Nepal?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos no Nepal?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Nepal são: nacionalismo religioso, opressão do clã e paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Nepal são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, parentes, partidos políticos, cidadãos e quadrilhas, líderes de grupos étnicos.
Pedidos de oração do Nepal
- Clame para que os cristãos nepaleses que enfrentam ameaças de extremistas hindus sejam guardados pelo Senhor.
- Ore pelos governantes do país, para que tenham compromisso com a liberdade religiosa, a justiça e o bem-estar de toda a população.
- Interceda para que os cristãos vítimas de falsas denúncias consigam provar sua inocência.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DO NEPAL
A pré-história do Nepal consiste principalmente de tradições lendárias de uma comunidade indígena do Vale de Katmandu. Uma possível história de dinastia do Vale de Katmandu se torna possível, mesmo com grandes lacunas, a partir do crescimento da dinastia Licchavi, nos séculos 4 ou 5. Em meados do século 7, começa o contato do Nepal com a China a partir da troca de várias missões.
O período médio na história nepalesa é geralmente considerado coincidente com o governo da dinastia Malla (séculos 10 a 18) no Vale Katmandu e áreas do entorno. De 1775 a 1951, as políticas nepalesas foram caracterizadas por confrontos entre a família real e diversas famílias nobres.
A conquista da Índia pelos britânicos no século 19 figurou uma séria ameaça ao Nepal e deixou o país sem nenhuma alternativa além de buscar a ajuda dos britânicos a fim de preservar sua independência.
Constituição e monarquia
A introdução de um sistema político democrático no Nepal, país acostumado a autocracia e sem tradição ou experiência democrática profunda, provou ser uma tarefa formidável. A Constituição foi finalmente aprovada em 1959, nas quais as eleições gerais para a Assembleia Nacional foram mantidas. Essa Constituição foi abolida em 1962, e uma nova foi promulgada, que estabeleceu a coroa como a real fonte de autoridade. O rei Mahendra morreu em janeiro de 1972 e foi sucedido pelo filho Birendra, que foi coroado em 1975.
Em fevereiro de 1990, uma coalizão de forças opositoras de centro e esquerda começou uma campanha exigindo reformas políticas básicas. Em novembro do mesmo ano, após dois meses de debates vigorosos sobre diversas questões importantes – incluindo o papel do rei, o desenvolvimento de um Estado secular e poderes emergenciais – uma versão alterada da Constituição foi promulgada pelo rei Birendra, que garantiu uma monarquia constitucional e um sistema político parlamentar multipartidário.
Eleições gerais ocorridas em 12 de maio de 1991, deram ao partido Congresso Nepalês a maioria no parlamento (110 dos 205 assentos), mas o moderado Partido Comunista do Nepal, com 69 assentos, surgiu como um forte partido de oposição.
Insurgência na virada do século 21 e fim da monarquia
Em 1994, um partido comunista governou por um curto período. De 1995 a 2006, uma violenta insurgência maoísta (movimento revolucionário comunista chinês) levantou-se a fim de abolir a monarquia. Em 1° de junho de 2001, houve um massacre no palácio real. O rei Birendra, a rainha Aishwarya e outros sete membros da família real foram mortos. O suposto infrator foi o príncipe herdeiro Dipendra, que cometeu suicídio. Essa explosão teria sido a resposta de Dipendra à recusa de seus pais em aceitar a esposa de sua escolha. No entanto, há especulações e dúvidas entre os cidadãos nepaleses sobre quem foi de fato responsável.
Após a carnificina, o irmão do rei Birendra, Gyanendra, herdou o trono. Em 1° de fevereiro de 2005, o rei Gyanendra rejeitou todo o governo e assumiu poderes executivos completos para anular a insurgência maoísta, mas a iniciativa não teve êxito. Em setembro de 2005, os maoístas declararam um cessar-fogo unilateral de três meses para negociar. Em resposta ao movimento democrático de 2006, o rei Gyanendra concordou em renunciar ao poder soberano.
Em 24 de abril de 2006, a Câmara dos Deputados dissolvida foi restituída. Usando sua autoridade soberana recém-adquirida, a Câmara dos Deputados votou por unanimidade para reduzir o poder do rei e declarou o Nepal um Estado secular em 18 de maio de 2006, encerrando seu status oficial como reino hindu. Em 28 de dezembro de 2007, um projeto de lei foi aprovado no parlamento para alterar o artigo 159 da Constituição — substituindo “Disposições relativas ao Rei” por “Disposições do Chefe de Estado” — declarando o Nepal uma república federal e, assim, abolindo a monarquia. O projeto de lei entrou em vigor em 28 de maio de 2008. Desde então, o Nepal é uma república parlamentar federal laica.
Atualidades
O Nepal foi atingido por dois grandes terremotos em abril e maio de 2015, deixando cerca de 9.200 pessoas mortas, tendo um prejuízo de cerca de dez bilhões de dólares, o que representava 50% do PIB anual do país. O que tem sido menos relatado, porém, é o fato de que o governo prometeu financiar a reconstrução dos prédios destruídos, mas não dos prédios das igrejas, que também foram destruídas.
Em maio de 2020, a Índia inaugurou uma nova estrada de 80 km na Cordilheira do Himalaia, conectando-se com China pela passagem Lipulekh, no Tibete. O governo nepalês protestou, dizendo que a estrada atravessou parte do seu território e acusou a Índia de infringir o território sem conversas diplomáticas. O primeiro-ministro Khadga Oli afirmou que essas áreas eram do Nepal.HISTÓRIA DA IGREJA NO NEPAL
O primeiro registro de um missionário cristão em visita ao Nepal remonta a 1628, quando o rei Lakshminarasimha Malla recebeu o jesuíta português Juan Cabral. Ele foi premiado com uma Tamra Patra, uma placa de cobre, permitindo que ele pregasse o evangelho. Em 1661, Albert dOrville, um belga, e Johann Grueber, um austríaco, visitaram o Nepal como missionários, mas não ficaram muito tempo.
A primeira tentativa de uma presença mais permanente no Nepal foi quando os padres capuchinhos de Roma criaram uma estação missionária em Katmandu em 1715 e moraram entre os habitantes de Bhaktapur e Patan no vale de Katmandu por mais de 54 anos. Após a conquista de Prithvi Narayan Shah (primeiro rei do Nepal unificado) em 1769, os padres capuchinhos e 57 cristãos recém-convertidos foram exilados em Bettiah, na Índia. A partir de então, até 1950, os missionários foram proibidos no Nepal.
No início da década de 1950, os missionários podiam se dedicar ao trabalho de desenvolvimento, educação e cuidados de saúde. Durante as décadas de 1970 e 1980, as igrejas começaram a crescer no Nepal. Com esse crescimento, a perseguição aos cristãos cresceu e na década de 1980 centenas de líderes cristãos nepaleses foram presos; muitos proeminentes líderes cristãos tiveram de fugir do país naquele momento. Devido a violentos protestos de rua em 1990, o rei concordou com uma nova Constituição democrática. A igreja também experimentou alguma liberdade depois de 1990.
Com o movimento para a democracia começando em 2006 — e especialmente depois que o Nepal se tornou oficialmente um Estado secular em 2008 — a nova liberdade religiosa contribuiu para a proliferação de várias denominações e grupos cristãos. Os cristãos hoje participam de forma ativa da arena política e da tomada de decisão e o Natal é um feriado oficial do governo. No entanto, apesar de o Nepal ser considerado secular, a nova Constituição restringe a liberdade de evangelismo e conversão, considerando isso como uma infração.
Embora não existissem cristãos no país em 1951, o censo registrou 458 após 10 anos e 102 mil após quarenta anos. De acordo com o recenseamento de 2011, esse número já atingia 375 mil. O número de cristãos no Nepal continuou a crescer ao longo do tempo. Hoje, o país abriga mais de 8 mil igrejas e mais de um milhão de convertidos. Grupos minoritários como os dalits e os kirats têm sido particularmente atraídos pelo cristianismo. De acordo com a Federação Nacional dos Cristãos no Nepal, os dalits compõem 60% de todos os cristãos no país.
As igrejas de expatriados são menos afetadas pelo nacionalismo hindu, mas experimentam limitações. A maioria dos convertidos são de origem hindu. Os convertidos ao cristianismo enfrentam uma enorme pressão de suas comunidades, grupos hindus radicais, líderes religiosos locais e familiares.CONTEXTO DO NEPAL
De acordo com o World Christian Database (WCD), a maior religião do país é o hinduísmo. O hinduísmo dominou o Nepal há séculos (começou a se desenvolver entre 500 e 300 a.C.) e foi a religião do Estado até o país se tornar uma república secular em maio de 2008.
Estimulados pelo sucesso de seus homólogos na vizinha Índia, os radicais hinduístas fizeram campanha para o retorno do hinduísmo como religião oficial. Assim como na Índia, suas atividades foram violentas. No Nepal, no entanto, eles não conseguiram alcançar seus objetivos. Pelo menos, até o momento.
Os convertidos do hinduísmo são os mais perseguidos já que são considerados traidores da fé dos antepassados. Igrejas de protestantes e cristãos de origem hindu estão particularmente sob pressão de familiares, amigos, comunidades e autoridades locais. Igrejas católicas romanas e igrejas onde os estrangeiros se reúnem experimentam os menores problemas. De vez em quando, os radicais hindus aproveitam a instabilidade política em curso para atacar os cristãos. Na maioria das vezes, eles não são punidos. Também há relatos de igrejas atacadas, cristãos agredidos, presos e condenados. Há também cristãos que precisaram fugir de suas casas e vilas por causa de ameaças.
Ascensão do cristianismo desde 2008
O cristianismo no Nepal está em ascensão desde que o governo adotou a democracia secular em 2008. Missionários cristãos haviam sido proibidos de entrar no país antes que a monarquia absoluta chegasse ao fim.
Uma marca do hinduísmo como antiga religião do Estado é o sistema de castas — uma estratificação hierárquica da sociedade que remonta a muitos séculos. De acordo com a tradição chamada varna, existem quatro castas (brahmins, kshatriyas, vaishyas e shudras), além de uma lista de grupos, agora conhecidos como dalits, que foram historicamente excluídos do sistema varna, e ainda são condenados ao ostracismo como “intocáveis”. Muitos cristãos no Nepal são de origem dalit. A maioria dos cristãos no Nepal pertence aos estratos sociais mais baixos e têm escassez de rendimentos.
O país mantém práticas que inferiorizam as mulheres. A preferência por filhos do sexo masculino é um exemplo dessa realidade. Casamentos forçados acontecem com frequência para “proteger a honra da família, evitar relacionamentos indesejados e controlar o comportamento feminino”. Os níveis de violência doméstica também ameaçam mulheres e meninas. As denúncias de agressões aumentaram durante a pandemia da COVID-19.
Apesar de a lei e os policiais alegarem que o casamento de crianças foi proibido, na prática, essa realidade se manteve, com 40% das meninas e 10% dos meninos com menos de 18 anos casados. O estupro e a violência doméstica são ilegais, mas não há uma lei específica sobre a violência contra mulheres. De acordo com o Humans Rights Watch, “falhas legais e falta de políticas favorecem a violência sexual, principalmente se as vítimas forem parte de minorias”.