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População cristã

Como é a perseguição aos cristãos em Omã?
Embora a maioria da população seja muçulmana moderada, não há tolerância para membros da família que se convertem ao cristianismo. As pessoas que deixam o islã para seguir a Jesus enfrentam pressão dos parentes e da sociedade para renunciar à nova fé. Elas podem ser expulsas de casa, perder o emprego e enfrentar problemas relacionados à guarda dos filhos e à herança, o que leva muitos a manterem a fé em segredo.
Comunidades cristãs imigrantes são toleradas, desde que evitem compartilhar a fé com muçulmanos, mas enfrentam restrições quanto aos locais das reuniões. Os cultos costumam ser monitorados para registrar declarações políticas e verificar se há a presença de cidadãos omanis.
Todas as organizações religiosas devem ser registradas junto às autoridades. Muçulmanos imigrantes que se convertem ao cristianismo enfrentam pressões semelhantes às que sofreriam em seus países de origem, pois geralmente vivem dentro de comunidades nacionais ou étnicas próprias.
“Minha esposa me expulsou de casa porque não queria que eu falasse sobre Jesus.”
Yacoub (pseudônimo), cristão na Península Arábica
Como as mulheres são perseguidas em Omã?
As mulheres têm poucas escolhas e não podem ter crenças religiosas diferentes da família. Por isso, quando uma mulher deixa o islã para seguir a Jesus, pode ser isolada de outros cristãos ou até mesmo colocada sob prisão domiciliar. As cristãs solteiras podem ser pressionadas a se casar com um muçulmano como forma de forçá-las a retornar ao islamismo. Além disso, as cristãs de origem muçulmana não podem se casar com cristãos, pois não têm permissão para alterar a fé registrada nos documentos.
Como os homens são perseguidos em Omã?
Para homens muçulmanos em Omã, é extremamente difícil se converter ao cristianismo. Quando deixam o islã para seguir a Jesus, são isolados socialmente, perdem o apoio financeiro da família e as conexões necessárias para conseguir um emprego. Isso afeta a vida familiar, profissional e comunitária. Por lei, quando um homem abandona o islamismo, automaticamente perde a guarda dos filhos, e sua esposa pode se divorciar dele.
Para os cristãos imigrantes, qualquer pressão relacionada à fé provavelmente ocorre no ambiente de trabalho, por meio de discriminação religiosa. Além disso, se participarem de evangelismo, podem perder o visto de trabalho.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos em Omã?
A Portas Abertas ajuda o corpo de Cristo na Península Arábica por meio de organização de reuniões de oração, distribuição de recursos bíblicos e treinamento de cristãos e líderes.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Omã?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
Quem persegue os cristãos em Omã?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Omã são: opressão islâmica, paranoia ditatorial, opressão do clã.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Omã são: oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes.
Pedidos de oração de Omã
- Ore por proteção e resiliência às comunidades cristãs em Omã.
- Interceda por sabedoria e coragem aos cristãos imigrantes para viverem sua fé.
- Clame para que os cristãos na Península Arábica reflitam a luz de Cristo.
Mais informações sobre o país
HISTÓRIA DE OMÃ
Localizado na confluência do Golfo Pérsico e do Mar da Arábia, Omã foi um influente sultanato durante o período medieval. O árabe é a língua oficial, e mais da metade da população de Omã é árabe. Tendo sido ocupado pelos portugueses, otomanos e outros no século 18, o sultanato tornou-se poderoso e assumiu o controle da região costeira do atual Irã e Paquistão, colonizou Zanzibar e os portos quenianos, trouxe os africanos escravizados e enviou barcos negociando até a península malaia.
O país foi finalmente subjugado pelas forças britânicas e os tratados de amizade e cooperação com a Grã-Bretanha foram assinados em 1798, permitindo que o país mantivesse sua independência.
A descoberta de petróleo nos anos 1970 mudou fundamentalmente o país. Após derrubar seu pai, em 1970, o finado sultão Qaboos usou o lucro do petróleo para desenvolver seu país, investindo em programas de educação, saúde e agricultura durante seu governo de cinco décadas. Em 1971, Omã se juntou à Liga dos Estados Árabes e às Nações Unidas e desde então tem desenvolvido uma posição única na arena internacional. Embora não aceitasse nenhuma crítica ou dissidentes internos, Qaboos desenvolveu o status de Omã como um mediador internacional, sempre se distanciando do conflito e buscando soluções pacíficas.
Isso tem feito de Omã um intermediário entre vários países diferentes e até mesmo hostis, tendo contato próximo com o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, da sigla em inglês), assim como com Egito, Jordânia, Irã, Paquistão, Índia, Turquia, Estados Unidos, Reino Unido e Israel. O GCC é uma aliança política e econômica de seis países do Oriente Médio: Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein e Omã. Ele foi estabelecido em maio de 1981, mas a cooperação sofreu com a crise do Catar e os desacordos contínuos entre as nações membros. Enquanto os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, dois dos membros do GCC, normalizaram laços com Israel em agosto de 2020, Omã manteve um perfil neutro declarando que a nação está “satisfeita com os relacionamentos atuais”.
O sultão Qaboos morreu em janeiro de 2020. Temia-se que sua morte levaria a uma instabilidade política já que diversas tribos omanis tinham jurado lealdade a ele, mais do que ao Estado omani, e ele não tinha indicado um sucessor. Entretanto, um processo de sucessão rápida impediu qualquer vácuo de poder e caos. Melhor do que ter uma disputa entre eles mesmos, o conselho da família real decidiu seguir a sugestão de Qaboos em indicar seu primo Haitham bin Tariq como o novo sultão. Combinando continuidade e mudança, o sultão Haitham anunciou suas intenções de seguir os passos de seu antecessor a nível internacional, mas optou por reestruturar seu gabinete, principalmente nas áreas de economia e finanças.
HISTÓRIA DA IGREJA EM OMÃ
O cristianismo mais antigo de Omã foi resultado de um trabalho missionário conduzido por Theophilus Indus, de Karachi. Ele se tornou cristão em Roma e o imperador Constantino II (316-340 d.C.) o enviou ao Iêmen. Ele ergueu duas igrejas no Iêmen e uma em Sohar, Omã. Em 424 d.C., o bispo Yohannan, de Sohar, participou do Concílio Nestoriano. A tribo azd que migrou para Omã por causa da perseguição de governantes judeus no Iêmen (380-522 d.C.) era provavelmente cristã.
De acordo com a tradição islâmica, o islamismo chegou a Omã em 632 d.C. Entretanto, o bispo Stephanus, de Sohar, participou de um Concílio da Igreja, em 676 d.C.; isso deixa claro que o cristianismo não tinha desaparecido até este momento.
Omã sempre foi um importante centro na rota comercial entre Iraque e Índia, o que deve ter criado contato regular entre omanis e cristãos. Isso se tornou mais intenso quando os portugueses governaram Mascate (1515-1650). Em 1798, Omã e Grã-Bretanha assinaram um tratado de amizade. Com esse tratado, os britânicos garantiram o governo do sultão. Em 1891, Omã e Mascate se tornaram um protetorado britânico. Isso garantiu muita liberdade para estrangeiros viverem e trabalharem em Omã.
Em 1893, Peter Zwemer e James Cantine, da Missão Árabe da Igreja Reformada na América (RCA, da sigla em inglês) começaram a Estação Mascate para suas missões. Por causa da lepra endêmica em Omã, um ministério médico foi estabelecido rapidamente. A RCA também abriu um hospital em Mascate, que se tornou o centro da presença cristã na nação por muitos anos. Esse trabalho, agora conhecido como a Igreja Protestante de Omã, inclui protestantes de muitos fundamentos denominacionais e continua a ser servido pelo pessoal da RCA. Seu trabalho está concentrado em Mascate e nas comunidades próximas de Ruwi e Ghala. O sultão de Omã também garante parcelas de terra para a igreja protestante em Salalah e Sohar.
A Igreja Católica Romana restabeleceu-se na área em 1841 com uma tarefa de pessoal para Áden (Iêmen). Esse trabalho cresceu sucessivamente em uma prefeitura (1854) e um vicariato (1888), e em 1889 deu origem ao Vicariato da Arábia, agora administrado de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e responsável pelos católicos em Omã. A primeira igreja católica em Omã foi erguida em 1977, em Mascate.
CONTEXTO DE OMÃ
O islamismo é a religião do Estado e a legislação é baseada principalmente na lei islâmica. De acordo com a tradição islâmica, Omã foi um dos países alcançados pelo islamismo durante a vida de Maomé. Cerca de 75% dos omanis praticam uma marca única do islamismo chamado ibadismo, que continua sendo uma seção maioritária apenas em Omã. O ibadismo foi caracterizado como “conservadorismo moderado”, com princípios que são uma mistura de austeridade e tolerância.
De acordo com especialistas na seita, os seguidores da seita ibadi não são violentos em comparação com sunitas ou xiitas. Eles não acreditam na violência, mesmo para aqueles que abandonam o islã ou que não são muçulmanos, mas se concentram na “dissociação”, que geralmente é uma atitude interna de retenção de “amizade”.
Todas as escolas públicas incluem aulas de islamismo. A conversão não é um crime, mas também não é respeitada pelo sistema legal, que assume que todos os cidadãos são muçulmanos. Um convertido do islamismo para o cristianismo enfrenta problemas sob o Estado Pessoal e Código da Família que, por exemplo, proíbe um pai de ter a custódia dos filhos se deixar o islamismo.
Níveis de perseguição variam para cristãos de origem muçulmana. Aqueles de contexto omani enfrentam os níveis mais altos de pressão. Os convertidos do islamismo para o cristianismo são pressionados pela família e pela sociedade para negar a fé. Eles podem ser expulsos da casa da família e de seus empregos e enfrentam problemas de custódia de filhos e herança.
Tolerância com cristãos expatriados
Desde que não criem tumultos, cristãos expatriados têm menos a temer do governo omani, embora seus empregadores possam despedi-los, o que pode resultar em deportação se não encontrarem outro emprego. Nessas comunidades de expatriados, as consequências para convertidos dependem mais das normas culturais de seus países de origem do que das práticas culturais de Omã. Para expatriados, conversões para o cristianismo são, às vezes, mais fáceis do que em seus países de origem, porque familiares e parentes estão com frequência mais distantes e a pressão social é menos rigorosa.
Expatriados convertidos de origem islâmica experimentam pressão similar à de seu próprio país, já que muitas vezes vivem com suas próprias comunidades étnicas ou nacionais. As comunidades cristãs expatriadas são toleradas, mas suas instalações são limitadas e encontros cristãos são monitorados para registrar qualquer declaração política e se algum cidadão omani está participando. Todas as organizações religiosas devem ser registradas pelas autoridades.
Assim, mesmo que o islã domine a vida de Omã, há também uma tendência a tolerar os cristãos — uma tolerância não encontrada em alguns países vizinhos. Essa tolerância é reforçada pelo sultão, que está tentando apresentar o país internacionalmente como um símbolo de tolerância e diplomacia, tentando mediar as negociações internacionais com alguns dos grupos militantes da região.
Segundo o Middle East Concern, “os cristãos expatriados gozam de uma liberdade considerável em Omã, desde que suas atividades sejam restritas a complexos designados e que evitem a interação com muçulmanos que sejam interpretadas como proselitismo. Os complexos de igrejas geralmente estão superlotados nos dias de adoração, enquanto buscam acomodar múltiplas congregações de várias nacionalidades e línguas. Cidadãos omanis ou outros muçulmanos que escolhem deixar o islamismo provavelmente enfrentarão forte pressão familiar e social. Em casos extremos, os que deixam o islamismo podem enfrentar respostas violentas de parentes. Aqueles considerados apóstatas podem também enfrentar sanções como divórcios forçados e remoção da guarda dos filhos sob leis de caráter pessoal ibadi supervisionadas por cortes da sharia”.
Sociedade e “omanização”
Omã é naturalmente conservador, muçulmano e tribal. Os níveis de educação melhoraram consideravelmente nas últimas décadas. As gerações mais jovens estão interessadas em novas ideias — visíveis também na roupa que usam. Além disso, uma mudança cultural está ocorrendo do estilo de vida nômade agrário ao estilo de vida urbano. Para enfrentar o desemprego futuro — mais da metade da população tem menos de 21 anos — Omã está gradualmente substituindo os trabalhadores expatriados por nacionais. Devido a isso, a porcentagem de omanis educados e qualificados está crescendo.
A educação feminina reduziu drasticamente o analfabetismo. Professores e técnicos altamente educados do exterior estão atualmente em demanda, mas, em última instância, a “omanização” levará a uma diminuição no nível de residentes não muçulmanos. Embora o processo de “omanização” inicialmente tenha começado com uma série de discursos e pouca implementação, ele foi acelerado pela crise da COVID-19 e a situação econômica desafiadora. O governo, por exemplo, não renovou os contratos de mais de 70% dos seus consultores estrangeiros.
Valores tribais, em que a honra familiar tem um papel muito importante, são misturados a valores islâmicos. Ser omani é ser muçulmano. Há um grande orgulho em ser omani e, com frequência, a celebração da tradição é mantida em mais alta consideração do que o significado por trás da tradição. Quebrar a tradição ou questionar suas razões é inimaginável para a população geral. A sociedade evita aqueles que deixaram o islamismo, mas a violência não é encorajada.
Sob o sistema de patrocínio kafala, trabalhadoras domésticas são vinculadas a seus empregadores, que confiscam seus passaportes e, com frequência, as forçam a trabalhar horas excessivas. Isso as deixa vulneráveis a abusos. Embora a partir de janeiro de 2021 trabalhadores migrantes possam trocar de trabalho sem a permissão de seus empregadores, a situação geral piorou sob as medidas da COVID-19, assim como os níveis de abuso.
Portanto, embora não primariamente relacionada a questões de fé, cristãos em Omã experimentam discriminação ou abuso. A cor da pele ou contexto étnico desempenham um papel significativo ao determinar vulnerabilidade para abuso. Assim, cristãos expatriados ocidentais brancos são menos propensos a experimentar assédio do que cristãos expatriados africanos ou asiáticos. Além disso, expatriados altamente qualificados enfrentarão menos dificuldades do que imigrantes menos qualificados. Sendo assim, um imigrante cristão pouco qualificado da África será o mais vulnerável em Omã.
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